terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Seja mais Doce


A Morte Devagar



Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Visão Espírita do Natal



A vida moderna, respondendo ao interesse financeiro, transformou o natal numa festa do comércio. Já o Espiritismo propõe um resgate do sentido mais espiritual do nascimento do Cristo, desvendando os símbolos e significados dessa data.
Por Cláudio Fajardo
Natal, Manjedoura
Embora associemos o Natal ao nascimento de Jesus, a tradição da festividade remonta a milênios. As origens do natal vêm desde dois mil anos antes de Cristo. Tudo começou com um antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para o outro, oZagmuk. Para os mesopotâmicos, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, eles acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se e Marduk, seu principal deus, precisava derrotá-los para preservar a continuidade da vida na Terra. O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua batalha.
A mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, como a dos gregos, que assimilaram as raízes do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais tarde, por intermédio da Grécia, costume alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnalia, pois era em homenagem a Saturno. A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de janeiro, comemorando o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar seu crescimento e espalhar vida por toda a Terra.
Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém trabalhava. Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos amigos, e árvores verdes – ornamentados por muitas velas – enfeitavam as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados para presentear uns aos outros.

Depois de Cristo

Nos primeiros anos do Cristianismo, a Páscoa era o feriado principal. O nascimento de Jesus não era celebrado.
No século IV, a Igreja decidiu instituir o nascimento de Jesus com um feriado. Mas havia um problema: a Bíblia não menciona a data de seu nascimento. Então, apesar de algumas evidências sugerirem que o nascimento de Jesus ocorreu na primavera, o Papa Júlio I escolheu 25 de dezembro. Alguns estudiosos acreditam que esta data foi adotada num esforço de absorver as tradições pagãs da Saturnalia.
A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também foram adaptados.
Hoje, as Igrejas Ortodoxas grega e russa, celebram o Natal no dia 6 de janeiro, também referido como o “Dia dos Três Reis”, que seria o dia em que os três magos teriam encontrado Jesus na manjedoura.

Data Provável do Natal

Lemos no Evangelho de Lucas: “E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse. Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino governador da Síria.” César Augusto reinou de 30 a.C a 14 d.C.
Mas o censo ocorreu em 6 d.C., o que permite ver que a determinação da data está historicamente imprecisa. Há, no entanto, uma tradução proposta, segundo a Bíblia de Jerusalém: “Esse recenseamento foi anterior àquele realizado quando Quirino era governador da Síria.
Jesus nasceu antes da morte de Herodes, morte esta que aconteceu em 4 a.C., provavelmente entre 8 e 6 a.C. A chamada Era Cristã foi estabelecida por Dionísio, o pequeno, apenas no século 6 e é fruto de um erro de cálculo.
Quando Jesus iniciou o seu ministério ele tinha provavelmente 33 anos, ou até 36. E Dionísio, o pequeno, considerou como se ele tivesse 30 anos, embora Lucas (3:23) fale em “mais ou menos 30 anos”.
Neste ponto a revelação espírita pode, como em tantos outros, contribuir com os historiadores.
Humberto de Campos, em mensagem psicografia por Chico Xavier e publicada em Crônicas de Além-túmulo, aponta o ano 749 da era romana como sendo o ano do nascimento de Jesus, o que corresponderia ao ano 5 a.C.
Do mesmo modo, Emmanuel informa-nos em Há 2000 Anos que o ano da crucificação de Jesus foi o 33 a.C. Sendo assim, portanto, Jesus iniciou o seu ministério com 35 anos e desencarnou com 38.

Um Significado Espiritual

Diz, então, a sequência do Evangelho de Lucas: “E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi)
Belém situa-se a 6 quilômetros de Jerusalém e a 800 metros de altitude, nos montes da Judéia. Por isso a expressão “subiu da Galiléia à Judéia”.
Buscando o sentido espiritual do Evangelho, podemos entender Nazaré como sendo nossas vivências na área da razão. É o racional que hoje, no dia a dia, fala mais alto em nossos procedimentos.
Belém seria assim, a representação de nosso encaminhamento levando em conta o sentimento equilibrado, a intuição, ou o amadurecimento da própria razão pelo equilíbrio desta, através da vivência, com o emocional.
O nascimento de Jesus em Belém significaria, assim, o início de uma nova era em que a justiça se converte em amor, e o racional é espiritualizado através de seu perfeito equilíbrio com o emocional.

Historicamente, não há certeza sobre Jesus ter nascido em Belém ou Nazaré. O que realmente importa, porém, é apropriarmos de seu sentido reeducativo, é saber que, para que o Cristo nasça em nossa intimidade é necessário agir equilibrando sentimento e razão, intelecto e moral, conhecimento e aplicação. Pois, se no plano horizontal necessitamos da ciência em nossas movimentações cotidianas, para verticalizarmos nossas conquistas não podemos prescindir de uma moral elevada consoante os ensinamentos contidos no Evangelho.
Para que o Cristo nascesse, Maria e José tiveram que subir da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi chamada Belém, significando assim a necessidade de subirmos espiritualmente para refletirmos o Cristo em toda sua grandeza.

Prossegue a Narrativa

O Evangelho de Lucas nos conta, então, que “a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e deitou-se numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.
Jesus vem à luz por meio de Maria. Assim narra o evangelista: “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
“Virgem” aqui se refere a núbil (mulher em idade para se casar), ou mulher jovem que, em hebraico é almah, Era um termo usado quando se referia a uma donzela ou jovem casada recentemente, não havendo nenhuma referência em particular à virgindade como entendemos hoje.
Gabriel, então, disse: “E eis que em teu ventre conceberás, e dará à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” Maria estava preparada, por isso pôde conceber Jesus em seu ventre, isto é, dentro de si.
E nós, o que estamos cultivando, o que estamos construindo dentro de nós mesmos? Quando estaremos preparados para trazer à luz o Cristo imanente em nós? Aquele que, segundo o texto evangélico, “será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.
No entanto, Maria indaga: “Como se fará isso, visto que não conheço varão?” E respondendo o anjo, disse-lhe: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
A outra possível tradução para “Espírito Santo” é “sopro sagrado”, dando a entender a presença de Deus em nós quando a Ele estamos ajustados. Àquele tempo a presença de Deus (IHVH) era manifesta por uma nuvem, por isso o uso da expressão “cobrirá com sua sombra”

Nasce a Virtude nos Corações

A descida do “sopro sagrado” representa bem o momento de fecundação da virtude em nós. O valor vem do alto por meio da revelação superior, necessitando ser por nós absorvido e vivenciado para fixação, que se dá com o nascimento do novo ser em que nos transformamos a partir de então. Por isso, o Cristo é sempre fecundado pelo Espírito Santo.
Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.” Perfeitamente justada aos Desígnios Superiores, Maria se entrega totalmente a eles. É aquele momento em que há perfeito entendimento do mecanismo da vida, quando o Espírito sabe que o mais importante é atender a Vontade do Pai e, então cumpre-a fielmente. É a liberdade-obediência. Encontramos assim em Maria as três qualidades básicas para que o Cristo possa nascer: confiança, consciência e obediência sintetizadas na fé.

Mais Lições a Serem Aprendidas

Jesus envolvido em panos nos ensina a lição de simplicidade: enquanto nos preocupamos tanto com os acessórios em nossa vida do dia-a-dia, os Espíritos superiores ocupam-se com o que verdadeiramente é importante para a vida imortal.
A manjedoura é o tabuleiro em que se deposita comida para vacas, cavalos etc. em estábulos. Segundo Emmanuel em A Caminho da Luz, “a manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.
Por meio de Jesus colocado em um tabuleiro como alimento para animais, o Evangelho ensina-nos que, se quisermos deixar a condição de animalidade em favor de uma espiritualidade mais autêntica, é preciso que tenhamos o Cristo, ou a Boa Nova, por ele proposta, como alimento definitivo de nossas almas. Condição esta confirmada por ele mesmo quando mais adiante nos afirma: “Eu sou o pão da vida.” Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra.
Outra lição encontrada é a da resignação, “por que não havia lugar para eles na estalagem“. É muito comum este fato, quando nos ajustamos aos desígnios superiores e agimos em favor do amor e da fraternidade, não há para nós lugar onde se instala o interesse imediatista do mundo material.

A Visita dos Magos

Os Três MagosNarrada no Evangelho de Mateus, a visita dos magos e suas dádivas originaram as tradições de presentes no Natal. No entanto, dádivas seriam doações espontâneas de algo valioso, material ou não, a alguém; presente, oferta, mimo, brinde. Não é o que acontece atualmente no Natal.
Os presentes nem sempre são espontâneos, mas fruto de interesses outros. O que não tem valor material não é bem aceito como presente, mostrando assim a faixa de interesses a que estamos ajustados. A expressão “seus tesouros” que se refere aos presentes ofertados, dá a entender que estes já lhes pertenciam, ou seja, que já tinham sido por eles conquistados. Então deveríamos dar valores que já são nossos, nossas conquistas individuais, de nós mesmos e espontaneamente.
Os presentes também contêm significados. O ouro refere-se à autoridade sobre as coisas materiais; o incenso, à autoridade sobre as questões espirituais. A mirra é uma planta de cuja casca sai uma resina aromática. De aroma agradável e gosto amargo, na Antiguidade, segundo oDicionário Houaiss, ela era usada como incenso e remédio.
Pode revelar, desta forma, dois significados. Foi dado a Jesus o poder sobre as enfermidades: “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si…“, diz Isaias, 53:4. E representa também a necessidade do testemunho (“gosto amargo”), testemunho este que dá o poder e autoridade sobre as enfermidades e sobre as questões materiais e espirituais.

O Personagem Principal

Se historicamente não podemos precisar com certeza onde e quando se deu a noite do nascimento de nosso Mestre Maior, é certo que ela aconteceu. Emmanuel assim a descreve em A Caminho da Luz: “Harmonias divinas cantavam um hino de sublimadas esperanças no coração dos homens e da Natureza. A manjedoura é o teatro de todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para o globo terrestre, nunca mais se esqueceria o Natal, a ‘noite silenciosa, noite santa‘”.
Como já dissemos, o nascimento de Jesus representa o início de uma nova era em que a justiça se converte em amor, e a fraternidade pura, através de sua exemplificação, meta a ser alicerçada em nossos corações. Antes era o homem biológico, depois, o homem espiritual.
Na festa que preparamos ao final de cada ano, Jesus deveria ser personagem principal. Assim também, como devemos nos preparar para ela, qual a melhor vestimenta a usar?

Aqui deixamos duas passagens evangélicas para refletirmos sobre estes temas: uma de Mateus: “Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer, tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Que façamos em nome do Cristo um Natal diferente. Que saiamos de nós mesmos, de nossos caprichos e desejos pueris, buscando atender as necessidades de nossos semelhantes mais carentes. Reclamamos do “pouco” que temos, mas quão muito é esse pouco se comparado ao enorme percentual da humanidade que muito menos tem, chegando a faltar até o básico necessário? Lembremos destas palavras: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes…
Na outra passagem de Mateus, lemos: “E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo…” Para que possamos estar vestidos com a “túnica nupcial” é preciso estarmos ajustados ao fluxo da vida que é a Lei Superior, que é Amor. Os lírios “não trabalham e nem fiam”, mas cumprem a sua missão de enfeitar mesmo tendo nascido em condições adversas (brejo, lodo etc.).
Ao dizer que nem mesmo o Rei Salomão em toda a sua exuberância se vestiu como qualquer deles, a beleza que Jesus observa é a que vem de dentro, aquela gerada pela consciência tranquila do dever cumprido e do ajuste aos Propósitos Superiores.
Nada dá mais segurança e firmeza do que o Evangelho vivenciado. Assim, firmemo-nos em seus ensinamentos de moral superior e estaremos preparados para que o Cristo nasça em nós, e pelos frutos de nossas ações também possamos ser chamados de Filhos do Altíssimo ou Filho de Deus, por quem quer que seja.
Texto extraído da Revista Universo Espírita Nº 60.
Cláudio Fajardo é escritor com diversos livros publicados, entre eles a série Jesus Terapeuta. Ele também é autor do blog Espiritismo e Evangelho.
http://duplavista.com/arquivo/visao-espirita-do-natal

O Verdadeiro Sentido do Natal



Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
em conjunto com o Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br
Palestrante: Altivo Pamphiro
Rio de Janeiro
25/12/1998
Organizadores da palestra:
Moderador: "Dejavu" (nick: Moderador__) "médium digitador": "jaja" (nick: Altivo_Pamphiro)
Oração Inicial:
<Moderador__> Vamos elevar nosso pensamento ao Alto, pensando na doce imagem do Mestre Jesus, especialmente nesta data, quando milhões de corações no mundo inteiro lembram e reverenciam a sua memória. Vamos pedir que nesta noite os bons espíritos inspirem o pensamento de nosso palestrante para que a sua palavra nos chegue plena de luz. Que assim seja!
Apresentação do palestrante:
<Altivo_Pamphiro> Altivo Pamphiro, presidente do Centro Espírita Léon Denis, médium em trabalho a algumas décadas, sempre trabalhando em nome de Jesus. Desejo a todos que tenhamos uma boa noite de análise em torno do tema. (t)
Considerações iniciais do palestrante:
<Altivo_Pamphiro> O Natal de Jesus é a data de seu nascimento. Muitas vezes comemoramos este nascimento em preces de agradecimento a Deus pela vinda do Mestre. Nos últimos anos, a sociedade fez do Natal uma festa de consumo. Cabe aos verdadeiros cristãos restabelecer o sentido primitivo da comemoração. Iremos estudar durante a noite de hoje os vários aspectos desta comemoração e a nossa participação na sociedade de consumo em que estamos inseridos. (t)
Perguntas/Respostas:
[1] A espiritualidade maior não se entristece com o fato do Natal, para muitos, ser apenas uma festa consumista, onde a maioria esquece-se do verdadeiro sentido que seria o nascimento do Mestre?
Tenho acompanhado no plano espiritual as verdadeiras comemorações do Natal de Jesus. Tenho visto nos desdobramentos da qual participo e durante as sessões de tratamento espiritual, os espíritos lembrarem Jesus através de preces, de lembranças afetuosas e tive ocasião, uma vez, de acompanhar uma espécie de encenação da vida de Jesus quando criança e no seu nascimento por espíritos. Foi muito interessante porque eu via espíritos mais elevados em volta de uma espécie de grade, em altura maior do que o palco, vendo a encenação dirigida para espíritos bem mais simples e inferiores por serem recém desencarnados. Os espíritos que encenavam a peça o faziam justamente para mostrarem ao recém vindos como naquele ambiente se lembrava de Jesus. Acima desse palco ficava essa espécie de grade em que espíritos maiores acompanhavam o esforço dos que lhes estavam abaixo e ficavam satisfeitíssimos por verem este esforço tão importante. Ao final da encenação, eu os via aplaudirem. Perguntei ao Dr. Hermann, que me levou neste desdobramento, o que estava acontecendo e ele disse-me: "É para que você veja que o esforço de cristianizar as pessoas ocorre também no plano espiritual." (t)
[2] Altivo_Pamphiro: porque tantas pessoas se entristecem tanto no Natal - justamente uma data de alegria pela vinda do nosso Irmão Maior?
Acredito que a tristeza da maior parte das pessoas se deve a solidão que sentem. Não devemos nos esquecer que muitos de nós estamos realmente sozinhos. Nem sempre nos sentimos integrados na maneira de viver e de comemorar o Natal de muitos dos nossos. Outro aspecto a considerar é a saudade que sentimos dos que já partiram. Não podemos esquecer que também deixamos amigos no mundo dos espíritos que nos aguardam um dia. Do conjunto de todos estes fatores, surge a tristeza existente em muitos de nós. Devemos reagir a este estado de coisas. A saudade do mundo espiritual não pode e nem deve perturbar nosso estágio na presente encarnação. Tenho a certeza que devemos ter nosso sentimento íntimo, mas também tenho certeza que devemos participar das alegrias singelas e sinceras daqueles que vivem ao nosso lado. (t)
[3] Como se sentem no Natal nossos irmãos que ainda estão sofrendo em zonas inferiores?
Alguns deles sequer sabem o período que estamos vivendo. Mas para aqueles que o sabem, o Natal é em alguns casos momentos de tristeza, por não terem seus familiares junto a si e para outros é o momento de reflexão por terem perdido esta oportunidade tão importante de suas vidas espirituais. (t)
[4] Como deve ser a comemoração do Natal num autêntico Centro Espírita?
Em dois níveis: O primeiro deles, a comemoração pelas preces, pelo estudo e pela busca do real sentido da mensagem cristã para o nosso mundo. A este propósito, no Centro Espírita Léon Denis (Rio de Janeiro) e tenho conhecimento também que em muitos outros Centros estamos estudando as várias mensagens mediúnicas ou não que tratam do Natal de Jesus. Este é um objetivo que estamos procurando alcançar. Pelo menos no mês de dezembro falarmos o tempo todo ou em todas as reuniões de estudos de Jesus. Este é o primeiro sentido da comemoração. O segundo sentido é lembrarmo-nos de que os pobres também são convidados de Jesus. Nesta ocasião, aumentamos nossa cota de contribuição aos necessitados, distribuindo mais alimento, mais roupa, mais tudo. No Centro Espírita Léon Denis, através do seu serviço social, promovemos um almoço de Natal com os nossos assistidos aumentando desta forma nossa comemoração natalina. Também solicitamos a vários companheiros da casa que contribuam com o que puderem para amenizar a pobreza e temos conhecimento que muitos companheiros, anonimamente, saem no mês de dezembro distribuindo lanche, almoço, jantar, etc. aos assistidos. Quero lembrar que fazemos isso durante todo o ano, apenas no Natal aumentamos a nossa participação. Somos de opinião que o Natal deve ser comemorado todo dia. (t)
[5] Qual o objetivo do Natal perante o plano espiritual neste fim de milênio?
Estamos nos aproximando de um período em que a Doutrina Espírita e o Cristianismo devem ser divulgados de forma contínua atingindo o modo de ver e de sentir das criaturas que vivem na Terra atualmente. O comércio está ganhando a batalha. Eles estão mostrando um Natal totalmente comercial. E o povo, a grande massa que ainda não sabe discernir exatamente o que deseja, fica a mercê da informação comercial. Em compensação, vemos nas casas espíritas presidentes e oradores falando de Jesus e sua época. Esquecem de "traduzir" o ensinamento e o comportamento cristão para os dias atuais. Tem gente no Centro Espírita que ainda fala sobre "O Livro dos Espíritos" como se fosse um livro escrito em 1857. Não "traduzem" o sentido do livro e sua mensagem para os dias de hoje. Tenho certeza que no milênio que se aproxima tanto o Cristianismo como o Espiritismo deverão ser apresentados de modo bem claro para as exigências da sociedade dos dias de hoje. (t)
[6] Estaríamos falhando na educação de nossas crianças ao valorizarmos tanto a figura do Papai Noel no Natal? (Geralmente tem-se visto muito maior valorização do velhinho de roupas vermelhas e barbas brancas, que do próprio menino Jesus - figura central do Presépio!)
Realmente os espíritas estão dando mais valor ao Papai Noel do que a Jesus. Temos que reverter o quadro. Não se pode ignorar a figura do Papai Noel que está sendo massificada ao ponto de todas as crianças e até os adultos valorizarem a figura do "bom velhinho". Mas tenho a certeza que se soubermos lembrar de Jesus e sua chegada à Terra, estaremos incentivando, ou pelo menos mostrando a todos que tudo começou com Ele. (t)
[7] Mas apesar de tudo vemos muitas vezes pessoas com mesas cheias de comida e bebidas, e falam de solidariedade mas, ao mesmo tempo, pessoas morrem de fome ao seu lado, isso não seria hipocrisia?
Isto é ainda o falar daquilo que não se sente realmente. Há pessoas que não são conscientes daquilo que ocorre em sua volta. São almas que realmente estão longe de entenderem a dor humana. Há também criaturas que falam o que não sentem. (t)
[8] O que seria a estrela de Belém, para os espíritas?
Será apenas uma representação alegórica de uma luz de um grande espírito que conduziu aos chamados reis magos, que não eram reis, nem eram magos. Devemos entender que esta luz deve ter um significado maior. Seria a própria vibração dos grandes espíritos protegendo o retorno de Jesus à Terra. Há estudos, principalmente dos evangélicos, acerca do assunto, mas ficam-se as hipóteses. Nada de conclusivo. Acredito que a hipótese espírita, ou seja, a desse grupo de espíritos protegendo Jesus, a mais viável. (t)
[9] As atividades nos Centros Espíritas quase desaparece nesta época. O que estaria faltando nas casas Espíritas nesta época do ano ?
Não podemos esquecer que estamos vivendo em uma sociedade em que o homem cada vez mais está prisioneiro daqueles com quem convivem. Os Centros Espíritas quase que esvaziam neste período, como nos de Carnaval, de feriadões, justamente porque as pessoas ou por si, ou pelos seus familiares assumem compromissos e naturalmente as atividades do Centro Espírita ficam para segundo plano. Bom seria que todos os Centros tivessem vários horários e vários dias de atividades para que seus freqüentadores tivessem oportunidades variadas para as suas obrigações "religiosas". (t)
[10] <^Alves> Altivo, vemos, principalmente nesta época, a colocação de que Jesus seria a encarnação do próprio Deus. Se Jesus é a encarnação de Deus, não teria Ele feito muito mais do "simples" milagres? Por que, se Ele é Deus, utilizar o ventre de uma mulher (humana) para se apresentar aos homens?
Jesus evidentemente não é Deus. Ele próprio o diz em várias ocasiões. Allan Kardec, em "Obras Póstumas", no capítulo que fala da natureza do Cristo, mostra exaustivamente que Jesus não é Deus. Realmente não teria cabimento Jesus fazer milagres se Ele próprio fosse Deus. Ele apenas derrogaria a Lei e estava acabado. (t)
[11] É errado incentivarmos as crianças a acreditarem em Papai Noel?
Creio que não. É uma suave manifestação de carinho, um incentivo ao amor, mesmo um retorno ao espírito infantil que tanto nos faz falta nestes dias de tanta celebração e pouca "inocência". Papai Noel existe na imaginação das crianças e é incentivado pela chamada mídia e acredito que seria de uma certa forma crueldade do adulto para com a criança se fosse retirado esse "sentimento" de uma criança em faixa de idade bem pequena. (t)
[12] A espiritualidade comemora o Natal em que data?
Pelo que sei a espiritualidade comemora o Natal de Jesus no período em que a Humanidade assim o faz. Há estudos entre os evangélicos que procuram fixar o período de setembro como o período de nascimento de Jesus. Acredito que ninguém vai saber com certeza a data deste natalício e ficamos, todos nós, com a data de 25 de dezembro, que foi estabelecida por um papa, cujo nome não me recordo agora, como a data da vinda de Jesus à Terra. (t)
[13] Durante os festejos do Natal na Terra, existe um intercâmbio energético maior do que o habitual entre a espiritualidade e os encarnados?
Sim. O homem terreno, de uma forma ou de outra, lembra-se mais de Jesus e tem como retorno a vibração do mesmo Jesus em seu favor. (t)
[14] Altivo_Pamphiro, um tema um pouco polêmico na Doutrina - acredito - caberia aqui: Jesus "nasceu" realmente? Nasceu como qualquer mortal, ou esteve entre nós utilizando-se de um corpo fluídico?
Estou com Allan Kardec: Jesus nasceu de corpo e espírito. Ele não poderia derrogar a Lei que existe para todos os encarnados que é nascer do ventre de uma mãe. Há estudos que afirmam que Ele teria sido o resultado de uma inseminação artificial produzido no plano espiritual e, neste caso, Maria não teria tido contato com José para ter a Jesus. Esta tese engenhosa e atual, dado o conhecimento da técnica da inseminação, pode ser verdadeira. De qualquer modo, sou dos que tem a certeza de que Jesus não derrogaria a Lei. Portanto, tenho a certeza que Ele tinha carne e espírito como qualquer um de nós. (t)
[15] Aproveitando o assunto: Jesus realmente ressuscitou fisicamente?
Não. Ele não poderia ressuscitar de corpo. Para mim, o seu corpo deve ter sido dissolvido ou mantido no túmulo e Ele materializou-se para Madalena. Se um espírito comum pode materializar-se, imaginemos Jesus. Então devemos acreditar que Ele, nas suas inúmeras manifestações aos discípulos, após sua morte, apenas se materializava. Em favor desta tese, existe o fato de que mal Ele se apresentava, logo desaparecia. (t)
[16] Da mesma forma que hoje comemoramos o natalício de Jesus, seria válido comemorar o dia de nascimento de outros bons espíritos (Maria, Pedro, Paulo, etc)?
Poderia ser se soubéssemos a data do nascimento destes grandes trabalhadores do mundo espiritual. A Igreja Católica indica dias para comemoração desses próceres religiosos, mas na verdade ninguém sabe a data do nascimento desses grandes espíritos. O espírita pode e deve lembrar, comemorar a data dos seus próprios grandes trabalhadores: Kardec, Denis, Delanne e outros mais de interesse particular de cada Centro. (t)
[17] A necessidade que existe hoje não é mais tornar o Natal uma festa tão religiosa, mas sim de conscientização?
Sim. Este é o verdadeiro sentido da comemoração do Natal de Jesus. (t)
[18] Nesta época vemo-nos obrigados a dar presentes aos nossos entes queridos. Como associar o "presente" com o verdadeiro sentido do Natal ?
Realmente estamos cada vez mais sendo induzidos a dar presentes mais caros numa festa de maior significado. É o predomínio do comércio sobre o verdadeiro espírito de Natal. Pergunto a você e a todos os demais: Já imaginou você não dar um presente a alguém de sua família direta - esposa, filho, mãe -, numa data como esta? Continuo a afirmar que estamos precisando ir dando espaço para Jesus nessa ocasião. Por enquanto, o comércio está ganhando a batalha. (t)
[19] (Sobre a pergunta 15) Mas Jesus não estava em sua tumba quando foram verificar (de acordo com os evangelhos). O que dizer a respeito disso?
A ser verdadeira essa afirmativa, de alguma forma seu corpo foi dissolvido ou levado embora. O espírita não deve deixar-se embalar na tese do corpo fluídico. Repito: seria a derrogação da Lei de Deus que nos manda renascer de igual modo para todos. Veja bem que outros grandes líderes (e não os estamos comparando com Jesus, mas dando a eles o mérito que possuem) não tiveram renascimento fluídico. Todos nasceram de mães e pais carnais. Por que seria diferente com Jesus, mesmo Ele podendo? (t)
[20] O que pensar da "adoração" que alguns fazem à figura de Jesus durante o Natal?
Nestes há realmente adoração, mas não há o sentido consciente da figura de Jesus entre nós. Jesus realmente foi e é o grande diretor de nossas almas. Nossos espíritos devem a Ele a oportunidade de nascer e renascer para aprimorar a própria existência. Jesus preside a todo este fenômeno de crescimento do nosso espírito. Não devemos ou não precisamos adorá-lo, mas sim ter um profundo agradecimento a Ele por nos incentivar, sustentar a caminhada em busca da evolução. Nossos destinos estão indelevelmente marcados pela sua lei de amor. Todos os nossos esforços na direção do progresso estão vinculados a este sentimento: A lei de amor. Assim, realmente, Ele deve representar para nós a figura de um grande irmão, de um poderoso líder, de um grande espírito que nos fortalece, encaminha e nos indica sentimentos que ainda não possuímos. Por tudo isso devemos ser muitíssimo gratos a Jesus. (t)
[21] A narrativa evangélica do nascimento de Jesus nos fala de "Reis Magos" que teriam visitado o Menino Jesus. Nos Presépios os vemos presentes! Como é que é essa história de "magos"? Estranho a exaltação a eles justamente no texto evangélico, não?
Já se disse que eles não eram reis, nem magos e sim homens que visitaram a Jesus. Os evangelhos assim o mostram. Fica no imaginário popular a noção dos seus nomes e seus títulos. Devemos encarar esses personagens como espíritos encarnados que deveriam estar impulsionando alguma comunidade terrena encarnada e que perceberam a chegada de Jesus e foram vê-lo. (t)
[22] <^Alves> Tudo bem: Jesus não é Deus! O que eu não compreendo é por que alguns cristãos teimam em transformá-lo em Deus. Jesus-Deus não teria feito grande coisa e Sua obra fica, e muito diminuída; Jesus-homem, pelo contrário, teria feito grande sacrifício e provado, por A + B, que é possível, para qualquer um de nós, seguir as leis de Deus. Concorda? Por que eles não conseguem entender isso? Por que transformar Jesus em Deus?
Acredito que quem fale isso realmente não leu os Evangelhos. Querem fazer de um homem superior que veio à Terra, Deus. Talvez seja falta de concepções abstratas. De qualquer modo, não se perca tempo em discutir com tais pessoas ou religiões. Basta que eles se reportem aos evangelhos. Reitero que Kardec estuda isto muito bem no livro "Obras Póstumas". (t)
[23] Devem os espíritas celebrar o Natal?
Sim. Jesus é uma figura muito importante para a Humanidade terrena. Os espíritas devem lembrar d'Ele com muito amor e respeito, também com gratidão. (t)
Considerações finais do palestrante:
<Altivo_Pamphiro> Entendemos que o Natal de Jesus é uma data que influenciará sempre a Humanidade. Aos espíritas cabe a honrosa tarefa de mantê-lo como uma "festa" realmente elevada. Façamos todo o esforço possível para fazê-lo, embora estejamos no mundo e nem sempre possamos fugir de uma realidade que nos envolve. Deus nos abençoe a todos! (t)
Oração Final:
<Moderador__> Amado Pai celestial, agradecemos pelas lições que recebemos e pelo amor que recebemos continuamente de Ti. Pedimos, neste dia tão especial, que a Humanidade consiga entender as palavras ensinadas pelo Mestre Jesus, e encontre a paz enterrando suas armas e pondo fim aos conflitos bárbaros que ainda a prendem ao estado inferior. Que a tua luz alcance a todos aqueles que sofrem, sejam irmãos encarnados, ou no plano espiritual. Que Deus nos proteja, agora e sempre. Que assim seja!
 http://www.espirito.org.br/portal/palestras/irc-espiritismo/palestras-virtuais/pv251298.html

O Verdadeiro Espírito do Natal



            
















Martha T. Capelotto
“Glória a Deus nas alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens” (Lucas, 2:14)
Mais um ano praticamente transcorrido e eis que estamos novamente às voltas com os preparativos do Natal.
Preocupações de toda ordem começam a surgir, estabelecendo um antagonismo de situações. Compras, idealização de cardápios, roupas novas, para aqueles que têm recursos financeiros; frustrações, tristezas, para aqueles que vivem em dificuldades materiais. Timidamente serão lembrados os desvalidos, os órfãos, os velhos abandonados e os moradores de rua, como se pudéssemos aplacar, ainda que por um dia, todo o nosso sentimento de indiferença para com os nossos irmãos em humanidade.
Assim tem sido, sucessivamente, todos os natais para a grande maioria. Poderíamos dizer, sem medo de errar, que o verdadeiro espírito do Natal ainda não penetrou o âmago das criaturas. Independentemente das discussões frívolas a respeito de ser ou não o dia 25 de dezembro a data exata do nascimento de Jesus, o que vale considerar é o que Ele, na verdade, representa para nós.
Voltemos no tempo, examinemos as condições de Seu nascimento. Não foi num berço de ouro, cercado de serviçais, tampouco anunciado pelos poderosos da época. A escolha da humilde manjedoura, cercado de animais, despojado de qualquer pompa, foi o primeiro ensinamento de humildade Daquele que veio ao mundo para promover a grande renovação espiritual.
Glória a Deus no Universo Divino.
Paz na Terra.
Boa-vontade para com os homens.
Síntese perfeita de uma renovação de conduta. Destruição absoluta da justiça do “olho por olho”, “dente por dente”. Ante a luz nascente na estrebaria, uma força nova caiu sobre a Terra. Não mais a destruição, os castigos, as punições, as hostilidades, os anátemas, as condenações infames aos “pecadores”, mas, a partir de então, o Amor, como condição essencial para o trato de todas as questões da humanidade.
Desse modo, comemorar o Natal adequadamente, é refletir sobre todo o Evangelho de Jesus, reflexões estas que não podem ser fugazes, superficiais, farisaicas.
Basta de hipocrisia! Lembremo-nos do quanto o Mestre a combateu. Somos ainda velhas sepulturas caiadas por fora e podres por dentro.
O sentimento de fraternidade que deve reinar entre nós, ainda se apresenta utópico e distante. Fugimos de nossas responsabilidades espirituais, buscando mecanismos ilusórios para o nosso apaziguamento interior. Somos sectários, individualistas, julgadores contumazes. Ainda barganhamos com Deus a conquista do Seu reino de paz e de amor.
Natal!
Tempo de renovação do ciclo da vida!
Recomeçar deve ser a palavra de ordem. Sempre é tempo para mudanças…
Despojemos-nos de todo o preconceito, de toda atitude de desamor, de ódios, de mágoas, de rancores, de desavenças, de egoísmo e, certamente, festejaremos o Natal como se fosse a primeira vez.
Irmãos, recordemo-nos que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.
Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!
http://aprendizdeespirita.blogspot.com.br/2009/12/o-verdadeiro-sentido-do-natal-para-o.html

Natal e Jesus (Maria Dolores)


Blog de mocidadeuniaoeluz :Mocidade Espírita União e Luz - Grupo Espírita Paz - Cons. Lafaiete - MG, Natal e Jesus (Maria Dolores)
Natal e Jesus

Maldade, escravidão, guerra, ódio, vingança:
_ Eis o mundo anterior ao Século Primeiro!...
Nasce Jesus nos panos de um celeiro
E alastra-se na Terra um clarão de esperança.

Jesus cresce tranquilo e se faz mensageiro
De Consolo e de Paz, de Amor e Segurança,
Tudo é Luz e Bondade, reconforto e mudança,
Começa, enfim, a abolição do cativeiro...

mais tarde, ei-Lo maior, o Homem Justo e Perfeito,
Ensina o Rumo certo, o Perdão e o Direito,
Sofre perseguições... Vence a cruz desolada...

E o Sol que O viu nascer, brilhando em ondas de ouro,
Contemplará Jesus, no milênio vindouro,
Abençoando a Terra, em nova madrugada.

Maria Dolores
(Soneto recebio pelo médium Francisco Cândido Xavier, 
em Culto do Evangelho no Lar, em sua própria residência, 
na noite de 12 de agosto de 1997, na cidade de Uberaba)
http://mocidadeuniaoeluz.spaceblog.com.br/620337/Natal-e-Jesus-Maria-Dolores/

O Natal Espírita









Promovida pelo Canal #Espiritismo
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br                                                                                                                   Palestrante: Altivo Pamphiro                                                                                                                                    Rio de Janeiro 23/12/1999

Oração Inicial:

Amigo Jesus, mais uma vez, aqui estamos reunidos, Mestre, com o objetivo de estudo e reflexão em torno da Doutrina Espírita. Auxilia a todos nós, ampara a todos, fortalecendo-nos, diante das dificuldades da jornada. Que seja em Teu nome, em nome dos amigos Cairbar Schutel e Gabriel Delane, mas, sobretudo, em nome de Deus, a realização desta palestra. Que assim seja!

 Desejo a todos uma boa noite e peço a Jesus nos abençoe no trabalho de hoje. O Natal de Jesus é a oportunidade que temos de comemorar a data de seu nascimento e também fazermos alguma coisa em favor do próximo, já que ainda não podemos fazer este bem ao próximo diariamente. Com Jesus temos a oportunidade desejada e sonhada. Por isso, os espíritas também comemoram o Natal de Jesus, como uma oportunidade de fazermos algo a alguém. (t)

Perguntas/Respostas:

 Como um espírita deve proceder nesta data, diante dos apelos da mídia?
 Devemos proceder com equilíbrio, uma vez que o Natal seria para comemorar o nascimento de Jesus. Com os presentes que a sociedade nos habituou a dar, uns aos outros, ficamos com uma despesa não prevista. Por isso, devemos agir com moderação e lembrar que, afinal de contas, o aniversariante pede que façamos ao outros aquilo que ele gostaria que fizéssemos, ou seja, compartilhemos com os outros a festa de comemoração de Jesus. (t)
A Doutrina dos Espíritos é sempre verdadeira em suas elucidações. Como manter-se fiel a esse princípio sem informar a verdadeira data do nascimento de Jesus? Se não o faz qual o objetivo?
 Não se sabe realmente quando Jesus nasceu. Há estudos dos nossos irmãos evangélicos que indicam como data provável o mês de setembro. A tradição firmou esta data como dezembro. Para nós, o importante é lembrarmos do Mestre, pelo menos nesse período, já que, muitas vezes, não o lembramos senão diante de apelos. Assim, devemos lembrar desta oportunidade de Jesus e agirmos como se ele estivesse realmente aniversariando naquele mês. (t)
 Que valor podemos/devemos dar aos auxílios de Natal que algumas pessoas fazem questão de preparar todos os anos, como que para descarregar a própria consciência, principalmente quando no restante do ano nada mais fazem em termos de, pelo menos, tentarem praticar a caridade?
 Realmente, as pessoas estão aprendendo a amar ao semelhante. As pessoas a que você se refere são iniciantes na sublime arte do dar sem esperar compensação de espécie alguma. Como iniciantes, podem realmente agir de modo a descarregar a própria consciência. Não devemos expulsá-los. Eles realmente são iniciantes na sublime arte do amor ao próximo. (t)
Qual a importância da comemoração da festa de Natal para os espíritas? Afinal, acreditando-se na reencarnação, não se tornam pouco importantes festividades ligadas ao nascimento de alguém?
 Devemos entender o Natal como a oportunidade de lembrarmos de Jesus com intensidade. Realmente a comemoração para nós está mais em função dos outros do que para nós mesmos. Exemplifico: Uma criança de um orfanato que foi habituada a crer em Papai Noel, nas festividades de Natal, enfim, está envolvida em todas essas comemorações. Como dizer a ela que Papai Noel não existe? Não é melhor esperar que ela mesma cresça, amadureça e se conscientize disso? O tempo fará este milagre.
Creio que dulcificamos os corações nestas ocasiões de festividades coletivas como o caso citado do orfanato, em que as crianças geralmente ficam sós com a dura realidade da vida. Assim, entendemos que os espíritas, pessoalmente, não compartilham de uma festividade como a de Natal, mas nada impede deles colaborarem com a alegria, com o sentimento fraternal entre as criaturas e, até mesmo, com uma grande dose de amor aos outros, pelo simples gesto de dar-se às mãos. (t)
Sabemos que Jesus é um espírito puro, altamente evoluído e sabemos também que a atmosfera terrena é incômoda para os espíritos puros. Contudo, nesta ocasião de Natal, Jesus se aproxima mais do planeta? Em caso afirmativo, qual a causa (ou causas) disso?
 Chico Xavier informa que Jesus se aproxima da Terra nesta ocasião. Acredito que seja em função das lembranças inúmeras que os homens têm dele. E entendemos também que esta é uma oportunidade de solidariedade que os homens praticam e que Jesus aproveita-se da mesma para distribuir suas bênçãos. (t)
 Como se dá a influência dos espíritos para que se modifique a forma como vivenciamos o Natal?
 Os espíritas estão aprendendo a solidariedade humana com os espíritos. As mensagens inúmeras que eles nos enviam, sugerindo-nos a prática do bem, já faz começar uma nova mentalidade acerca do verdadeiro espírito de Natal. Acredito também que é a oportunidade que os mesmos espíritos de sugerirem que aprendamos o desprendimento dos bens terrenos. Vejamos como os espíritas se solidarizam mais ainda no Natal de Jesus. Com o decorrer dos séculos, a humanidade aprenderá, certamente, a viver em espírito e verdade. (t)
 Nossos irmãos cristãos costumam crer que Jesus tenha nascido devido a obra e poder do "Espírito Santo" sobre Maria. Como o Espiritismo explica o nascimento de Jesus?
 A doutrina espírita não acredita em milagres. Assim, Jesus, com certeza, nasceu como todos os homens nascem. Se alguns acreditam que Jesus nasceu de outra forma, perguntaríamos se ele se prestaria a "quebrar" a Lei de Deus. Por outro lado, entendemos, ainda com a doutrina espírita, que a Natureza não dá saltos e as pessoas podem até crer de forma equivocada acerca de Jesus, etc. Mas os espíritas devem entender de modo bem claro a Lei de Deus. (t)
 Uma festa de Natal com mesa farta de carnes, polpudos leitões e faisões, pernis e bacalhau, chesters e cabritos. E esses irmãos animais sacrificados para essa data? Como é que eles ficam (especialmente levando-se em conta a consciência de espírita que deveríamos possuir)?
 Realmente estamos aprendendo a comemorar o Natal moderadamente. E devemos compreender que "o governo" está nos ajudando com uma festa bem mais modesta. :)
De qualquer modo, devemos agir como espíritas e, portanto, moderadamente, procurando, inclusive, dar de nossa mesa para aqueles que não a tem. Há centros, como o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, que se esmeram em atender aos assistidos que ele conhece. Esta é uma oportunidade de comemorarmos o Natal de Jesus minorando as dores dos semelhantes. (t)
 A aproximação de Jesus, aludida em uma resposta anterior, não quer dizer ausência de Jesus na Terra, mas a nossa aproximação mental?
 Não, quer dizer que ele está localizado mais ou menos distante da Terra e quando se aproxima ele está mais próximo da Terra. E a aproximação mental somos nós quem fazemos. Jesus estará sempre atento às menores manifestações de acesso a ele, se assim o fizermos. (t)
Como devemos encarar a figura do "Papai Noel" dentro do Espiritismo? Apenas uma figura com apelo comercial, ou devemos evidenciar os valores do "velhinho que distribuía presentes aos pobres", segundo nos contam alguma lendas a respeito de São Nicolau?
 Devemos entender que Papai Noel é um apelo comercial realmente, mas que a sociedade está impulsionando na direção de fazermos com que saiamos de dentro de nós mesmos e nos dirijamos aos nossos semelhantes. Entendemos, assim, que Papai Noel é um comércio, mas nós vamos ultrapassar esta barreira e sentir o nosso próximo, realmente, com amor. (t)
 O que é comemorar o Natal todos os dias?
 É lembrarmo-nos de que Jesus existe e nós iremos praticar a Lei de Amor ao Próximo que ele nos ensinou diariamente, ao mesmo tempo que iremos doar de nós mesmos conforme ele mesmo o fez. (t)
 Qual deve ser o verdadeiro espírito de Natal?
 Pensarmos em Jesus, termos alegria real quando estivermos reunidos com os nossos amigos e lembrar de que se eu não posso estar com Jesus na data do seu aniversário, eu posso estar com os meus amigos praticando o sentimento que Jesus nos ensinou. (t)
 Como você vê o excesso de discursos bonitos e pouca prática do que se prega, principalmente nos meios ditos Cristãos?
 É uma falha do nosso espírito ou do espírito dos outros. Na verdade, nossos pensamentos e palavras e também os atos deveriam ser unos, mas o que vemos são pessoas falando do que não pensam, pensando no que não devem e, acima de tudo, esquecendo da realidade de que todos devemos nos unir na prática do bem. (t)
Sair de dentro de nós e fazer com que os olhos nas vitrines aumente o desejo de posse negligenciando o espírito da reencarnação. Isto não será conviver em omissão com o passado imposto no presente, pelos potentados de César?
Entendo que estamos na Terra para dirigirmos os nossos pensamentos e conduzirmos os nossos atos. Se estamos diante de uma vitrine que nos acena com forças ou prazeres acima das nossas possibilidades, precisamos exercitar, com maior vigor, a vontade para controlarmos a ação do passado sobre nós. Por outro lado, o homem moderado, ao ver os apelos da sociedade moderna, estará aprendendo a controlar-se. Ele não deve ter medo desses apelos. Deve ter medo de si mesmo quando se ver como uma pessoa imoderada. (t)
Você poderia nos falar um pouco sobre o histórico do Natal?
 Foi um papa que estabeleceu um costume cristão sobre uma festa pagã igual ao que foi feito com relação ao Carnaval, em outra circunstância. Mas podemos dizer que foi um piedoso costume que se tentou passar à Humanidade. Lembre-se que o grande apelo comercial em torno das festividades natalinas não existia no século passado. Isto é fruto da sociedade moderna que tem a seu dispor poderosos veículos de intercomunicação entre os seres, que são o rádio, a televisão e outros mais. (t)
 No momento em que nossa família estiver reunida em torno da mesa para as comemorações do Natal, quais as suas recomendações para nossas atitudes (uma prece, um papo sobre Jesus, um silencio pessoal)?
 Dependerá da sua família. Se você puder falar de Jesus uns cinco ou dez minutos, será ótimo. Mas se você não puder falar, faça o seu silêncio pessoal. O mesmo com referência à prece. Se não devemos ser insistentes incomodando aos outros, que não compartilham com as nossas crenças, também temos o direito de pensarmos em como agir segundo os atos cristão. E esse "como agir" pode ser, como já foi dito, ficarmos em silêncio, pensando. (t)
Assim como os espíritos romperam com a idéia do sobrenatural, não nos cabe a responsabilidade de começar a trabalhar a idéia espírita do Natal?
 Sim. E os espíritas já estão fazendo isso. Quando atendemos aos pobres, já estamos lembrando de Jesus, porque estamos agindo em nome dele. Quando oramos, também já estamos fazendo isso. Finalmente, o fato de não comemorarmos o Natal com bebedeiras já mostra que estamos modificando o Natal. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

 A cada Natal sentimos que os seres humanos estão se solidarizando e os espíritas têm uma grande contribuição neste sentido. Não desgostemos do Natal, apenas tornemos o mesmo compatível com Jesus. Digo compatível porque não podemos fugir de certas realidades, como presentear a filhos, a pais, mas podemos ir convivendo com uma realidade mais humana, menos comercial e com aumento de sentimento. E que Jesus nos ensine a distinguir as coisas de modo bem claro e positivamente. Abraços a todos e até breve! (t)

Oração Final:

 Queridos amigos, que possamos abrir nossos corações a esse sentimento tão lindo de amor e possamos, juntamente com nossos familiares, sentir e transmitir os ensinamentos deixados por Jesus. Que nossas lembranças estejam voltadas para o bem, formando uma corrente de amor, atingindo toda a humanidade. Que possamos ser iluminados por esses sentimentos bons e que tenhamos todos o amparo de nossos amigos espirituais. Que possamos conservar em nós, por muito tempo, esse sentimento fraterno despertado nessa data e possamos exemplificar com atos todo o conhecimento e experiência adquiridos nessa noite. Obrigada. Assim seja!