quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A lição do perdão



O que você faria se, de repente, por uma circunstância qualquer, tivesse nas suas mãos a possibilidade de decidir a respeito do destino de uma pessoa que muito lhe prejudicou?
Alguém que estendeu o manto da calúnia e destruiu o seu bom nome perante os amigos? Alguém que usurpou, com métodos desonestos, a sua empresa, fruto de seu labor de tantos anos?
Alguém que tenha ferido brutalmente a um membro da sua família?
Será que você lembraria da lição do perdão, ensinada por Jesus? Será que acudiriam à sua mente as palavras do mestre Galileu: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia?
Ou, ainda, a exortação a respeito de nos reconciliarmos ainda hoje com nosso adversário?
A propósito, conta-se que um escravo tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento.
Dessa forma, seu senhor o elevou a uma posição de importância, na qualidade de administrador de suas fazendas.
Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos e mandou que o novo administrador os escolhesse. Disse, contudo, que queria os mais fortes e os que trabalhassem melhor.
O escravo foi ao mercado e começou a sua busca. Em certo momento, fixou a vista num velho e decrépito escravo. Apontando-o para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos escolhidos.
O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não queria concordar. O negociante de escravos acabou por dizer que se o fazendeiro comprasse vinte homens, ele daria o velho de graça.
Feita a compra, os escravos foram levados para a fazenda do seu novo senhor.
O escravo administrador passou a tratar o velho com maior cuidado e atenção do que a qualquer dos outros.
Levou-o para sua casa. Dava-lhe da sua comida. Quando tinha frio, levava-o para o sol. Quando tinha calor, colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.
Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um outro escravo, seu senhor lhe perguntou por que fazia aquilo.
Decerto deveria ter algum motivo especial: É seu parente, talvez seu pai?
A resposta foi negativa.
É então seu irmão mais velho?
Também não, respondeu o escravo.
Então é seu tio ou outro parente.
Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo.
Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tem tanto interesse por ele?
Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim que me tornei escravo.
Mas eu aprendi, nos ensinamentos de Jesus, que devemos perdoar os nossos inimigos. Esta é a minha oportunidade de exercitar meu aprendizado.
*   *   *
O perdão acalma e abençoa o seu doador.
Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. O perdoado é alguém em processo de recuperação. No entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade.
Quando se entenda que perdoar é conquistar enobrecimento, o homem se fará forte pelas concessões de amor e compreensão que seja capaz de distribuir.
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida e no 
cap. 18 do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de 
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
            Em 13.02.2009.

http://neuberf.blogspot.com.br/2013/01/a-licao-do-perdao.html

"Cuidado! Deus castiga!"


A expressão: "Cuidado! Deus castiga!" é errônea e não deve ser dita.
Deus não faz julgamentos a cada ato da pessoa. Ele criou leis naturais, físicas e morais, que regem a vida universal e é de acordo com uma dessas leis que as conseqüências de nossos atos vêm natural e automaticamente.
Todas as nossas ações acarretam conseqüências, que serão boas ou más conforme o ato praticado. Não há uma única imperfeição da alma que não traga desagradáveis e inevitáveis conseqüências; e não há uma só virtude que não seja fonte de alegria, de recompensa.
Podemos, pois, dizer, de modo simbólico, que tudo é medido e pesado na balança da justiça divina.
Lei de Causa e Efeito ou Lei de Ação e Reação chama-se essa lei divina, pela qual, a cada ato do ser, corresponde um efeito, um estado, uma obra. Alguns a chamam também lei do retorno. E Jesus a ensinou, afirmando: "A cada um será dado segundo as suas obras." (Mt 16:27).

Observação de Rudymara: As leis dos homens são elaboradas pelos deputados. Quando alguém transgride alguma dessas leis e é condenado à prisão, ninguém diz: “Os deputados me castigaram!” Assim acontece com a lei divina. Deus fez leis que devem ser seguidas, mas quando transgredimos uma delas e sofremos as conseqüências não devemos dizer: “Deus me castigou!” Na verdade estamos sendo julgados pela lei Dele, ou melhor, colhendo o que plantamos. Então, não é castigo é a colheita do mau uso do livre arbítrio.A expressão: "Cuidado! Deus castiga!" é errônea e não deve ser dita.
Deus não faz julgamentos a cada ato da pessoa. Ele criou leis naturais, físicas e morais, que regem a vida universal e é de acordo com uma dessas leis que as conseqüências de nossos atos vêm natural e automaticamente.
Todas as nossas ações acarretam conseqüências, que serão boas ou más conforme o ato praticado. Não há uma única imperfeição da alma que não traga desagradáveis e inevitáveis conseqüências; e não há uma só virtude que não seja fonte de alegria, de recompensa.
Podemos, pois, dizer, de modo simbólico, que tudo é medido e pesado na balança da justiça divina.
Lei de Causa e Efeito ou Lei de Ação e Reação chama-se essa lei divina, pela qual, a cada ato do ser, corresponde um efeito, um estado, uma obra. Alguns a chamam também lei do retorno. E Jesus a ensinou, afirmando: "A cada um será dado segundo as suas obras." (Mt 16:27).

Observação de Rudymara: As leis dos homens são elaboradas pelos deputados. Quando alguém transgride alguma dessas leis e é condenado à prisão, ninguém diz: “Os deputados me castigaram!” Assim acontece com a lei divina. Deus fez leis que devem ser seguidas, mas quando transgredimos uma delas e sofremos as conseqüências não devemos dizer: “Deus me castigou!” Na verdade estamos sendo julgados pela lei Dele, ou melhor, colhendo o que plantamos. Então, não é castigo é a colheita do mau uso do livre arbítrio.
POR 
EM https://www.facebook.com/groups/112976585423649/462333463821291/?ref=notif&notif_t=group_activity

Ter olhos e não ver




           A pós-modernidade tem lá seus paradoxos. Aliás, o contraditório parece ser uma característica marcante do presente contexto histórico. É incrível que a engenharia espacial tenha construído potentes telescópios para observar estrelas a milhões de quilômetros e, contudo, o homem contemporâneo se mostre, muitas vezes, incapaz de enxergar as coisas mais triviais e essenciais do cotidiano.
Tornamo-nos cegos com olhos sadios. Evoluímos muito em técnicas e tecnologias, mas ainda somos aprendizes na busca e no reconhecimento da nossa essência, princípio indispensável à construção de um relacionamento social ético e baseado no inquestionável dever de respeito às diferenças.
Fechamos os olhos para os absurdos da intolerância, do preconceito. Recusamos-nos a enxergar o dever existencial que cada indivíduo tem perante às conquistas e perdas da sociedade, entendendo que uma vida justa e digna é uma busca que a todos compete.
Pior ainda é quando abrimos mão de nossa indubitável condição humana e a liberdade a ela inerente para nos deixarmos envolver, sem qualquer questionamento, por discursos ideológicos que nos cegam ainda mais. Culpamos os políticos, concordamos com o apresentador que manda a polícia agir com violência no combate à criminalidade, mesmo que isso seja um patente desrespeito aos direitos humanos, achando que isso é ter consciência política. E, no entanto, não percebemos que o bem-estar coletivo, a vivência em uma sociedade verdadeiramente democrática, exige uma visão que desenvolva em nós o espírito de solidariedade e coletividade a partir da noção de dignidade humana como o centro de todas as ações.
Querer a lucidez. Abrir os olhos para perceber que a ética e a solidariedade são mais que deveres, são necessidades que exigem o nosso despertar na busca pela efetivação de nossa dignidade. Não basta apenas olhar é preciso ver e se sentir responsável pelo que está vendo. Reflitamos com Saint-Exupèry: "o essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração".

http://www.assepe.org.br/txt_julio_terolhos.html 

CURSOS à DISTÂNCIA - PEDAGOGIA ESPÍRITA


inscrições Abertas!

A Associação Brasileira de Pedagogia Espírita, a pedido de muitos interessados no Brasil inteiro, relança seus cursos à distância, em caráter de extensão.


FILOSOFIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: COMO E PARA QUÊ? 

Programa


  • Introdução à Filosofia para crianças e adolescentes - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • A importância da Filosofia na formação sócio-política – Alysson Mascaro
  • A Filosofia e a criança - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • A Filosofia e o adolescente - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • As visões da Filosofia - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • A Filosofia como formação do pensamento crítico - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • A importância da Filosofia para a educação integral – Astrid Sayeg
  • Filosofia para crianças – Rita Foelker
  • Filosofia para crianças e adolescentes – Régis de Morais
  • A interdisciplinaridade e a Filosofia – Dora Incontri

Carga Horária - 30 horas
15 horas de aulas gravadas
15 horas de atividades:

Coordenação
Profª Drª. Dora Incontri

Tutoria
Danielle Morais Feitosa

Material didático
Fábulas, parábolas, mitologia e poesia - dois livretos inéditos de Dora Incontri e Alessandro Cesar Bigheto com projetos interdisicplinares para alunos de 1º a 4º ano.

Valores
R$ 300,00 - incluindo o material didático (em até 4x sem juros pelo Pagseguro) 
Associados ABPE: R$ 250,00 (em até 4x pelo Pagseguro) 

EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE

Programa


  • Educação e Espiritualidade - Dora Incontri
  • O Olhar de fora (as críticas às religiões)- Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • Olhar de síntese (recuperando a espiritualidade sem sectarismo) - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • Saúde e Espiritualidade – Franklin Santana Santos
  • O resgate da Espiritualidade na Educação e a proposta de ensino inter-religioso - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • Pedagogia da Espiritualidade – Ney Lobo (palestra dada no 1º Congresso Internacional de Educação e Espiritualidade)
  • Ciência, Educação e Espiritualidade – Regis de Morais
  • Pedagogia da Espiritualidade (uma visão espírita) – Regis de Morais
  • Comenius e o ensino inter-religioso – Luis Colombo
  • O pensamento religioso e moral de Rousseau – Priscila Grigoleto Nacarato
  • Conceito de ser humano e criança e a espiritualidade em Pestalozzi – Dora Incontri
  • Projetos interdisciplinares e ensino inter-religioso – Dora Incontri
  • Educação para a morte e espiritualidade – Franklin Santana Santos
  • A proposta da pedagogia espírita – Dora Incontri

Entrevistas com representantes do:

  • Islamismo
  • Judaísmo
  • Tradições Afro-brasileiras
  • Protestantismo
  • Catolicismo
  • Budismo

Carga Horária - 40 horas
25 horas de aulas gravadas
15 horas de atividades

Coordenação
Profª Drª. Dora Incontri

Tutoria
Danielle Morais Feitosa

Material didático
Livro: Educação e Espiritualidade, Interfaces e Perspectivas – Dora Incontri (org.). 420 páginas. 

Valores
R$ 400,00 - incluindo o material didático (em até 4x sem juros pelo Pagseguro) 
Associados ABPE: R$ 350,00 (em até 4 pelo Pagseguro) 


INTRODUÇÃO À PEDAGOGIA ESPÍRITA

Programa
  • O que é Pedagogia Espírita – Dora Incontri

Os precursores

  • Sócrates e Platão - Dora Incontri e Alessandro
  • Cesar Bigheto
  • Comenius - Luis Colombo
  • Rousseau – Priscila Grigoletto Nacarto
  • Pestalozzi – Dora Incontri

A pedagogia espírita no Brasil

  • Panorama Geral – Dora Incontri
  • Eurípedes Barsanulfo – Alessandro Cesar Bigheto
  • Anália Franco – Samantha Lodi
  • Herculano Pires – Dora Incontri

Fundamentos espíritas

  • Espiritismo e Sociedade – Alysson Leandro Mascaro
  • Espiritismo e Sociedade – Regis de Morais
  • O paradigma do Espírito - Dora Incontri
  • Ciência e Espiritismo – Franklin Santana Santos

Prática pedagógica

  • Família e Pedagogia Espírita – Cláudia di Martino Mota
  • Escola e Pedagogia Espírita – Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • Centro Espírita e Pedagogia Espírita - Alessandro Cesar Bigheto e Dora Incontri
  • Ensino inter-religioso e Pedagogia Espírita – Dora Incontri

Carga Horária - 40 horas
26 horas de aulas gravadas
14 horas de atividades:

Coordenação
Profª Drª. Dora Incontri

Tutoria
Danielle Morais Feitosa

Material didático
Livro: Pedagogia Espírita, um projeto brasileiro e suas raízes – Dora Incontri. 277 páginas.

Valores
R$ 370,00 - incluindo o material didático (em até 4x sem juros pelo Pagseguro) 
Associados ABPE: R$ 320,00 (em até 4x pelo Pagseguro) 

http://pedagogiaespirita.org.br/cursos

MEDICINA NÃO RECONHECE OBSESSÃO


MEDICINA NÃO RECONHECE OBSESSÃO
Medicina não reconhece obsessão
Em termos históricos sabe-se que a Medicina Ocidental como um todo e a Psiquiatria, em particular, têm apresentado posturas de negligência ou oposição em relação à religiosidade e à espiritualidade. A negligência se evidencia por desconsiderar a importância desses dois aspectos em termos de saúde ou por se encontrarem à margem do interesse principal. Por outro lado a oposição ocorre por se acreditar que as diversas experiências ditas religiosas eram características marcantes de psicopatologias das mais variadas. No entanto, diversos estudos têm surgido apresentando associação positiva entre religiosidade/espiritualidade e saúde. O destaque maior se direciona para os transtornos mentais e de conduta, indicando que a religiosidade é fator protetor para o suicídio, abuso de drogas e álcool, comportamento delinqüente, sofrimento psicológico e alguns diagnósticos de psicoses funcionais. Também se sabe que pacientes deprimidos os quais mantém algum vínculo religioso permanecem menos tempo internados comparados aos não religiosos.
Atenta a esses estudos a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem discutido, desde 1983 na Assembléia Mundial de Saúde, a inclusão da dimensão “espiritual” no seu clássico conceito de saúde. Dessa forma, saúde seria considerada “um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não meramente a ausência de doença”. No entanto, o assunto permanece em discussão e a OMS tem rejeitado a modificação do conceito já conhecido nas mais diversas Assembléias que tem realizado desde então. Por outro lado, devido à importância crescente a qual tem obtido a qualidade de vida como medida de avaliação de resultados de tratamento médico a OMS desenvolveu o World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100). Através de tal instrumento buscou-se, em primeiro lugar, conceituar-se qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
O WHOQOL-100 consiste em 100 perguntas referentes a seis domínios, entre os quais o domínio “espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais”. A elaboração deste domínio conta com a base conceitual de qualidade de vida transcrito acima e é descrita como sendo a faceta a qual “examina as crenças da pessoa e como estas afetam a qualidade de vida”. É importante salientar a ênfase dada aos termos “contexto da cultura”, “sistema de valores” e “crenças da pessoa”. O construto espiritualidade para a OMS apresenta o valor intrínseco para avaliação em saúde e o quanto essa dimensão oferece ao indivíduo um referencial de significados para enfrentar as suas dificuldades de doença. Com isso, conclui-se que a espiritualidade não é considerada no seu valor ontológico com a aceitação de uma realidade espiritual “imaterial”. Isso, diferente do que é indicado pela Doutrina Espírita a qual considera o Espírito com um Ser real e admite o intercâmbio com inteligências extracorpóreas, além da pluralidade das existências.
Outro ponto a ser considerado são os fenômenos psíquicos caracterizados, sobretudo por experiências psicóticas e anômalas as quais são frequentes na população geral sem indicar, necessariamente, transtornos psicóticos ou dissociativos de caráter patológico. O diagnóstico diferencial entre tais experiências, em especial as de conteúdo espiritual e religioso, e os transtornos mentais citados é essencial para se evitar diagnósticos errôneos e iatrogenia. Nesse ponto a OMS através da Classificação Internacional de Doenças (CID 10), assim como da 4° Edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, busca direcionar a atenção clínica com o objetivo de justificar a avaliação de experiências religiosas e espirituais vivenciadas em fenômenos de “transe e possessão” como parte constituinte da investigação psiquiátrica sem, no entanto, caracterizá-las como psicopatológicas. No entanto, tais manuais não tratam de etiologia e, portanto, em hipótese alguma, cogitam a ação de seres extracorpóreos sobre seres que sofrem tais experiências. Mais uma vez, a visão, nesse sentido, obedece ao “contexto da cultura”, o “sistema de valores” e a “crença da pessoa”. A Medicina, dessa forma, não reconhece a obsessão.
É inegável que a Ciência dita oficial deve, sem dúvida alguma, abrir-se a novas hipóteses se isentando de todo e qualquer preconceito. Aliás, são os preconceitos os quais tem levado à idéia equivocada do materialismo como fato científico. Pode-se, no máximo, afirmar que o materialismo é crença e é nela que têm se baseado teorias reducionistas que por hora não tem encerrado o debate, por exemplo, da relação mente-corpo. Porém, ainda existe uma enorme distância entre a compreensão do que é a dimensão espiritual para a comunidade científica vigente e a maneira com a qual é descortinada pela Doutrina Espírita. A “pobreza da linguagem humana”, tal qual colocado de forma constante pelos Espíritos em “O Livro dos Espíritos”, leva os indivíduos a se utilizarem de termos iguais para definirem idéias diferentes. Haja vista os termos “espiritualidade”, “transe” e “possessão” conforme transcrito acima. Kardec, em a Introdução do “Livro dos Espíritos”, “Ao Estudo da Doutrina Espírita”, já alerta para a “confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras”. Tal confusão ocorre nos mais diversos segmentos da sociedade e nas mais distintas culturas. No meio científico não é diferente.
Mas, além disso tudo, o Espiritualismo no seu sentido geral, caso não se baseie em sólidas bases filosóficas e científicas também será visto como crença. Cabe aos ditos espiritualistas sedimentar seus estudos através de pesquisas sérias e conceitos os quais não sugiram confusão. Daí a necessidade de homogeneizar a linguagem e somar conhecimentos para criar uma sólida integração entre Ciência e Espiritualidade/Espiritismo. Isso, pois, ainda como colocado por Kardec no texto supracitado, o fato dos espiritualistas se oporem ao materialismo não significa que creiam na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o chamado mundo invisível.


Referências bibliográficas
Kardec A 1857. Ao Estudo da Doutrina Espírita – Introdução. O Livro dos Espíritos, 91° edição, pg.15-16. FEB editora.
Fleck MPA 2000. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciência & Saúde Coletiva, 5(1):33-38.
Fleck MPA et al. 2003. Desenvolvimento do WHOQOL, módulo espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais. Rev Saúde Pública, 37(4): 446-55.
Moreira-Almeida A, Cardeña E. 2011. Diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e psicóticas não patológicas e transtornos mentais: uma contribuição de estudos latino-americanos para o CID-11. Revista Brasileira de Psiquiatria, vol 33, Supl I.

http://www.amebrasil.org.br/2011/node/348

ADULAÇÕES ELOGIOSAS SÃO PEÇONHAS NA FORMA VERBAL


REVISTA O ESPIRITA PUBLICOU - ADULAÇÕES ELOGIOSAS SÃO PEÇONHAS NA FORMA VERBAL


O que uma pessoa tende a valorizar mais: satisfação sexual, dinheiro, comida, álcool, amigos ou elogios? “Pesquisadores avaliaram os desejos e gostos de alguns estudantes universitários sobre uma série de desejos e gostos e os resultados, para surpresa dos estudiosos, indicaram que os voluntários dão mais valor a um elogio ou uma avaliação positiva do que comer sua comida preferida, satisfazer-se sexualmente, beber, receber o salário do mês e até encontrar um melhor amigo.”(1)
Portanto, embora surpresos, os pesquisadores confirmaram que o desejo de se “sentir valorizado”, através de elogios, triunfa sobre qualquer outra situação prazerosa. Cremos que estamos observando gerações em que uma parcela gigantesca de cidadãos é constituída de adultos condescendentes, imaturos para os obstáculos, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e dotados de uma alucinante certeza de que o mundo lhes deve algo, por isso, exigem ser adulados.
Não há dúvida de que a ausência de palavras e frases motivadoras, cada vez mais incomuns nos ambientes domésticos, prejudica a relação parental. Raramente observam-se muitos homens estimulando com palavras edificantes suas mulheres e vice-versa, não se constata regularmente chefes estimulando com sinceridade o trabalho de seus subordinados, não é muito comum pais e filhos estimulando-se com palavras afetuosas.
Óbvio que o bom profissional, inobstante não almeje, valoriza uma palavra e estímulo , o bom filho gosta de ser reconhecido, o bom pai ou a boa mãe exultam de ser avaliados positivamente, o bom amigo, a boa dona de casa, a mulher que se cuida, o homem que se dedica, enfim, vivemos numa sociedade em que um precisa do outro; é impossível um homem viver sozinho, e as palavras motivadoras (que não pode resvalar para elogios) são a oxigenação de ânimo na vida de qualquer pessoa.
Desde que adentramos nos portais dos ensinos kardecianos, aprendemos que o elogio (ainda que bem intencionado) nos amolece e ilude. E nada existe de mais frágil que uma criatura iludida a seu próprio respeito. É verdade , os Benfeitores nos advertem a fim de que não percamos nossa independência construtiva a troco de considerações humanas (bajulações), posto que a armadilha que pune o animal criminoso é igual à que surpreende o canário negligente.
Até mesmo nos momentos de agruras de alguém, “nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.” (2) Sussurra a prudência cristã que nunca cederíamos campo à vaidade se não vivêssemos reclamando o deletério coquetel da lisonja ao nosso egocentrismo doentio.
Invariavelmente ficamos submissos às injunções sociais quando buscamos aprovação (bajulações) dos outros, “quando permanecemos na posição de permanentes escravos e pedintes do aplauso hipócrita e do verniz, da lisonja, condicionando-nos a viver sem usufruir de liberdade de consciência, submetendo-nos a ser manipulados pelos juízos e opiniões alheias.”(3)
O elogio nos arremessa à presunção, a afetação nos remete à vaidade. Nesse insofreável desejo de chamar a atenção alheia, queremos ser
aplaudidos e reverenciados perante os outros. Atualmente adota-se assustadoramente o hábito dos dirigentes incautos de elogiar e exaltar oradores em público. Essas pompas e grandiloquências, observadas à volta de alguns oradores famosos, é bem a repetição dos faustos do cristianismo sem o Cristo.
A rigor, se alguém vem a público dizer que um orador é "maravilhoso", "fantástico", "brilhante", "inesquecível", "insubstituível" e outras bajulices, logicamente está elogiando e jamais estimulando ou motivando tal “homenageado”.
Por essas razões, importa vigiarmos as próprias manifestações, não nos julgando
indispensáveis e preferindo a autocrítica ao auto-elogio, recordando que o exemplo da humildade é a maior força para a nossa transformação moral. “Toda presunção evidencia afastamento do Evangelho.” (4)
É imprescindível não elogiar (adular)  as pessoas que estejam agindo de conformidade com as nossas conveniências, para não lhes criar empecilhos à caminhada enobrecedora, embora nos constitua dever prestar-lhes assistência e carinho para que mais se agigante nas boas obras. O elogio (adulação) é peçonha em forma verbal. Por essa razão, não esqueçamos que “ainda quando provenha de círculos bem-intencionados, urge recusar o tóxico da lisonja, pois no rastro do orgulho, segue a ruína.” (5)


Jorge Hessen
http://jorgehessen.net



Referências bibliográficas:

(1)‘Disponível no site http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/o-que-a-gente-valoriza-mais-sexo-dinheiro-comida-alcool-amigos-ou-elogios acessado em 24/03/2011
(2) Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000,  Cap 37
(3) Xavier, Francisco Cândido. Saudação do Natal – Mensagem “Trilogia da vida”, ditado pelo  espírito Cornélio Pires , SP: Editora CEU, 1996
(4) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1972,  Cap 18
(5) Idem cap 20


http://jorgehessen.net/