Promovida pelo Canal #Espiritismo
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br Palestrante: Altivo
Pamphiro Rio de Janeiro 23/12/1999
Oração Inicial:
Amigo Jesus, mais
uma vez, aqui estamos reunidos, Mestre, com o objetivo de estudo e reflexão em
torno da Doutrina Espírita. Auxilia a todos nós, ampara a todos,
fortalecendo-nos, diante das dificuldades da jornada. Que seja em Teu nome, em
nome dos amigos Cairbar Schutel e Gabriel Delane, mas, sobretudo, em nome de
Deus, a realização desta palestra. Que assim seja!
Desejo a todos uma boa noite e peço a Jesus nos abençoe no trabalho de hoje. O Natal de Jesus é a oportunidade que temos de comemorar a data de seu nascimento e também fazermos alguma coisa em favor do próximo, já que ainda não podemos fazer este bem ao próximo diariamente. Com Jesus temos a oportunidade desejada e sonhada. Por isso, os espíritas também comemoram o Natal de Jesus, como uma oportunidade de fazermos algo a alguém. (t)
Perguntas/Respostas:
Como um
espírita deve proceder nesta data, diante dos apelos da mídia?
Devemos
proceder com equilíbrio, uma vez que o Natal seria para comemorar o nascimento
de Jesus. Com os presentes que a sociedade nos habituou a dar, uns aos outros,
ficamos com uma despesa não prevista. Por isso, devemos agir com moderação e
lembrar que, afinal de contas, o aniversariante pede que façamos ao outros
aquilo que ele gostaria que fizéssemos, ou seja, compartilhemos com os outros a
festa de comemoração de Jesus. (t)
A Doutrina dos
Espíritos é sempre verdadeira em suas elucidações. Como manter-se fiel a esse princípio
sem informar a verdadeira data do nascimento de Jesus? Se não o faz qual o
objetivo?
Não se sabe
realmente quando Jesus nasceu. Há estudos dos nossos irmãos evangélicos que
indicam como data provável o mês de setembro. A tradição firmou esta data como
dezembro. Para nós, o importante é lembrarmos do Mestre, pelo menos nesse
período, já que, muitas vezes, não o lembramos senão diante de apelos. Assim,
devemos lembrar desta oportunidade de Jesus e agirmos como se ele estivesse
realmente aniversariando naquele mês. (t)
Que valor
podemos/devemos dar aos auxílios de Natal que algumas pessoas fazem questão de
preparar todos os anos, como que para descarregar a própria consciência,
principalmente quando no restante do ano nada mais fazem em termos de, pelo
menos, tentarem praticar a caridade?
Realmente, as
pessoas estão aprendendo a amar ao semelhante. As pessoas a que você se refere
são iniciantes na sublime arte do dar sem esperar compensação de espécie
alguma. Como iniciantes, podem realmente agir de modo a descarregar a própria
consciência. Não devemos expulsá-los. Eles realmente são iniciantes na sublime
arte do amor ao próximo. (t)
Qual a importância
da comemoração da festa de Natal para os espíritas? Afinal, acreditando-se na
reencarnação, não se tornam pouco importantes festividades ligadas ao
nascimento de alguém?
Devemos
entender o Natal como a oportunidade de lembrarmos de Jesus com intensidade.
Realmente a comemoração para nós está mais em função dos outros do que para nós
mesmos. Exemplifico: Uma criança de um orfanato que foi habituada a crer em Papai Noel , nas
festividades de Natal, enfim, está envolvida em todas essas comemorações. Como
dizer a ela que Papai Noel não existe? Não é melhor esperar que ela mesma
cresça, amadureça e se conscientize disso? O tempo fará este milagre.
Creio que
dulcificamos os corações nestas ocasiões de festividades coletivas como o caso
citado do orfanato, em que as crianças geralmente ficam sós com a dura
realidade da vida. Assim, entendemos que os espíritas, pessoalmente, não
compartilham de uma festividade como a de Natal, mas nada impede deles
colaborarem com a alegria, com o sentimento fraternal entre as criaturas e, até
mesmo, com uma grande dose de amor aos outros, pelo simples gesto de dar-se às
mãos. (t)
Sabemos que Jesus é
um espírito puro, altamente evoluído e sabemos também que a atmosfera terrena é
incômoda para os espíritos puros. Contudo, nesta ocasião de Natal, Jesus se
aproxima mais do planeta? Em caso afirmativo, qual a causa (ou causas) disso?
Chico Xavier
informa que Jesus se aproxima da Terra nesta ocasião. Acredito que seja em
função das lembranças inúmeras que os homens têm dele. E entendemos também que
esta é uma oportunidade de solidariedade que os homens praticam e que Jesus
aproveita-se da mesma para distribuir suas bênçãos. (t)
Como se dá a
influência dos espíritos para que se modifique a forma como vivenciamos o
Natal?
Os espíritas
estão aprendendo a solidariedade humana com os espíritos. As mensagens inúmeras
que eles nos enviam, sugerindo-nos a prática do bem, já faz começar uma nova
mentalidade acerca do verdadeiro espírito de Natal. Acredito também que é a
oportunidade que os mesmos espíritos de sugerirem que aprendamos o
desprendimento dos bens terrenos. Vejamos como os espíritas se solidarizam mais
ainda no Natal de Jesus. Com o decorrer dos séculos, a humanidade aprenderá,
certamente, a viver em espírito e verdade. (t)
Nossos irmãos
cristãos costumam crer que Jesus tenha nascido devido a obra e poder do
"Espírito Santo" sobre Maria. Como o Espiritismo explica o nascimento
de Jesus?
A doutrina
espírita não acredita em
milagres. Assim , Jesus, com certeza, nasceu como todos os
homens nascem. Se alguns acreditam que Jesus nasceu de outra forma,
perguntaríamos se ele se prestaria a "quebrar" a Lei de Deus. Por
outro lado, entendemos, ainda com a doutrina espírita, que a Natureza não dá
saltos e as pessoas podem até crer de forma equivocada acerca de Jesus, etc.
Mas os espíritas devem entender de modo bem claro a Lei de Deus. (t)
Uma festa de
Natal com mesa farta de carnes, polpudos leitões e faisões, pernis e bacalhau,
chesters e cabritos. E esses irmãos animais sacrificados para essa data? Como é
que eles ficam (especialmente levando-se em conta a consciência de espírita que
deveríamos possuir)?
Realmente
estamos aprendendo a comemorar o Natal moderadamente. E devemos compreender que
"o governo" está nos ajudando com uma festa bem mais modesta. :)
De qualquer modo,
devemos agir como espíritas e, portanto, moderadamente, procurando, inclusive,
dar de nossa mesa para aqueles que não a tem. Há centros, como o Centro
Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, que se esmeram em atender aos
assistidos que ele conhece. Esta é uma oportunidade de comemorarmos o Natal de
Jesus minorando as dores dos semelhantes. (t)
A aproximação
de Jesus, aludida em uma resposta anterior, não quer dizer ausência de Jesus na
Terra, mas a nossa aproximação mental?
Não, quer
dizer que ele está localizado mais ou menos distante da Terra e quando se aproxima
ele está mais próximo da Terra. E a aproximação mental somos nós quem fazemos.
Jesus estará sempre atento às menores manifestações de acesso a ele, se assim o
fizermos. (t)
Como devemos
encarar a figura do "Papai Noel" dentro do Espiritismo? Apenas uma
figura com apelo comercial, ou devemos evidenciar os valores do "velhinho
que distribuía presentes aos pobres", segundo nos contam alguma lendas a
respeito de São Nicolau?
Devemos
entender que Papai Noel é um apelo comercial realmente, mas que a sociedade
está impulsionando na direção de fazermos com que saiamos de dentro de nós
mesmos e nos dirijamos aos nossos semelhantes. Entendemos, assim, que Papai
Noel é um comércio, mas nós vamos ultrapassar esta barreira e sentir o nosso
próximo, realmente, com amor. (t)
O que é
comemorar o Natal todos os dias?
É
lembrarmo-nos de que Jesus existe e nós iremos praticar a Lei de Amor ao
Próximo que ele nos ensinou diariamente, ao mesmo tempo que iremos doar de nós
mesmos conforme ele mesmo o fez. (t)
Qual deve ser
o verdadeiro espírito de Natal?
Pensarmos em
Jesus, termos alegria real quando estivermos reunidos com os nossos amigos e
lembrar de que se eu não posso estar com Jesus na data do seu aniversário, eu
posso estar com os meus amigos praticando o sentimento que Jesus nos ensinou.
(t)
Como você vê
o excesso de discursos bonitos e pouca prática do que se prega, principalmente
nos meios ditos Cristãos?
É uma falha
do nosso espírito ou do espírito dos outros. Na verdade, nossos pensamentos e
palavras e também os atos deveriam ser unos, mas o que vemos são pessoas
falando do que não pensam, pensando no que não devem e, acima de tudo,
esquecendo da realidade de que todos devemos nos unir na prática do bem. (t)
Sair de dentro de
nós e fazer com que os olhos nas vitrines aumente o desejo de posse
negligenciando o espírito da reencarnação. Isto não será conviver em omissão
com o passado imposto no presente, pelos potentados de César?
Entendo que estamos
na Terra para dirigirmos os nossos pensamentos e conduzirmos os nossos atos. Se
estamos diante de uma vitrine que nos acena com forças ou prazeres acima das
nossas possibilidades, precisamos exercitar, com maior vigor, a vontade para
controlarmos a ação do passado sobre nós. Por outro lado, o homem moderado, ao
ver os apelos da sociedade moderna, estará aprendendo a controlar-se. Ele não
deve ter medo desses apelos. Deve ter medo de si mesmo quando se ver como uma
pessoa imoderada. (t)
Você poderia nos
falar um pouco sobre o histórico do Natal?
Foi um papa
que estabeleceu um costume cristão sobre uma festa pagã igual ao que foi feito
com relação ao Carnaval, em outra circunstância. Mas podemos dizer que foi um
piedoso costume que se tentou passar à Humanidade. Lembre-se que o grande apelo
comercial em torno das festividades natalinas não existia no século passado.
Isto é fruto da sociedade moderna que tem a seu dispor poderosos veículos de
intercomunicação entre os seres, que são o rádio, a televisão e outros mais.
(t)
No momento em
que nossa família estiver reunida em torno da mesa para as comemorações do
Natal, quais as suas recomendações para nossas atitudes (uma prece, um papo
sobre Jesus, um silencio pessoal)?
Dependerá da
sua família. Se você puder falar de Jesus uns cinco ou dez minutos, será ótimo.
Mas se você não puder falar, faça o seu silêncio pessoal. O mesmo com
referência à prece. Se não devemos ser insistentes incomodando aos outros, que
não compartilham com as nossas crenças, também temos o direito de pensarmos em
como agir segundo os atos cristão. E esse "como agir" pode ser, como
já foi dito, ficarmos em silêncio, pensando. (t)
Assim como os
espíritos romperam com a idéia do sobrenatural, não nos cabe a responsabilidade
de começar a trabalhar a idéia espírita do Natal?
Sim. E os espíritas
já estão fazendo isso. Quando atendemos aos pobres, já estamos lembrando de
Jesus, porque estamos agindo em nome dele. Quando oramos, também já estamos
fazendo isso. Finalmente, o fato de não comemorarmos o Natal com bebedeiras já
mostra que estamos modificando o Natal. (t)
Considerações
Finais do Palestrante:
A cada Natal
sentimos que os seres humanos estão se solidarizando e os espíritas têm uma
grande contribuição neste sentido. Não desgostemos do Natal, apenas tornemos o
mesmo compatível com Jesus. Digo compatível porque não podemos fugir de certas
realidades, como presentear a filhos, a pais, mas podemos ir convivendo com uma
realidade mais humana, menos comercial e com aumento de sentimento. E que Jesus
nos ensine a distinguir as coisas de modo bem claro e positivamente. Abraços a
todos e até breve! (t)
Oração Final:
Queridos
amigos, que possamos abrir nossos corações a esse sentimento tão lindo de amor
e possamos, juntamente com nossos familiares, sentir e transmitir os
ensinamentos deixados por Jesus. Que nossas lembranças estejam voltadas para o
bem, formando uma corrente de amor, atingindo toda a humanidade. Que possamos
ser iluminados por esses sentimentos bons e que tenhamos todos o amparo de
nossos amigos espirituais. Que possamos conservar em nós, por muito tempo, esse
sentimento fraterno despertado nessa data e possamos exemplificar com atos todo
o conhecimento e experiência adquiridos nessa noite. Obrigada. Assim seja!
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