Centro Espírita Celeiro de Luz
Esferas
Espirituais
As esferas espirituais são as diversas subdivisões vibratórias do
Mundo dos Espíritos. Estão para a vida extra-física assim como os continentes e
os países estão para o mundo físico.
Os antigos já aceitavam a idéia da existência de muitos céus
superpostos, de matéria sólida e transparente, formando esferas concêntricas e
tendo a Terra por centro. Essa idéia, que foi a de todas as teogonias, faziam
do céu os diversos degraus da bem-aventurança; o último deles era abrigo da
suprema felicidade.
Segundo a opinião mais comum, havia sete céus e daí a expressão
estar no sétimo céu - para exprimir perfeita felicidade. Os muçulmanos admitem
nove céus, em cada um dos quais se aumenta a felicidade dos crentes. A teologia
cristã reconhece três céus; é conforme esta crença que se diz que Paulo foi
alçado ao terceiro céu.
A obra Kardequiana, pelo fato de ser muito mais de síntese do que
de análise, ocupou-se pouco com o exame do Mundo dos Espíritos. Estudando as
diversas obras do Codificador, notamos que os Espíritos foram muito econômicos
em informações à respeito de seu mundo.
Foi a partir de 1943, com o livro [Nosso Lar], de autoria
mediúnica do Espírito André Luiz, pelas mãos de Chico Xavier, que nós passamos
a compreender, com maior profundidade, as regiões extra-físicas.
Sabemos hoje, que o mundo dos Espíritos é subdividido em várias
faixas vibratórias concêntricas, tendo a Terra como centro geométrico. A
atmosfera espiritual das diversas esferas será tanto mais pura e eterizada
quanto mais afastadas da crosta elas estiverem. Os Espíritos de maior
luminosidade habitarão, naturalmente, as esferas mais afastadas, embora tenham
livre trânsito entre elas e com freqüência visitem as esferas inferiores em
tarefas regenerativas e esclarecedoras. Em cada esfera, o solo tem consistência
material, e acima se vê o céu e o sol. Diversas cidadelas espirituais, postos
de socorro, ou instituições hospitalares estão distribuídas nas diversas
esferas, abrigando Espíritos em condições evolutivas semelhantes.
André Luiz dá o nome de Umbral às três primeiras esferas, contadas
a partir da crosta, e segundo este autor, a região umbralina é habitada por
Espíritos que ainda necessitam reencarnarem no planeta Terra, comprometido que
estão com vida neste orbe.
Sobre o umbral, André Luiz [Nosso Lar] dá o seguinte depoimento:
"É a zona obscura de quantos no mundo não se resolveram
atravessar as portas dos deveres sagrados, demorando-se no vale da indecisão ou
no pântano dos erros numerosos. Funciona como região de esgotamento de resíduos
mentais. Pelo pensamento os homens encontram no Umbral os companheiros que
afinam com as tendências de cada um. Cada Espírito permanece lá o tempo que se
faça necessário."
Informa também André Luiz que os Espíritos que estão nas esferas
superiores podem transitar pelas esferas que lhes estão abaixo, mas os
Espíritos que estão nas esferas inferiores não podem, sozinhos, passar para as
superiores.
As
Colônias Espirituais
Os livros de André Luiz dão-nos informações detalhadas a respeito
da vida nas três primeiras esferas espirituais. Segundo ele, estas faixas
vibratórias são formadas de inúmeras cidadelas espirituais, umas maiores,
outras menores, onde se reúnem Espíritos em condições evolutivas semelhantes.
As condições de sociabilidade das esferas mais purificadas nos são
totalmente desconhecidas, no entanto, a vida nas regiões mais próximas da
crosta desenvolvem-se de maneira semelhante:
a. Habitação: há semelhança com a que existe
na Terra. No plano extra-físico vamos identificar casas, hospitais, escolas,
templos, etc.
Ernesto Bozzano [A Crise da Morte] afirma que a paisagem astral se compõe de
duas séries de objetivações do pensamento. A primeira é permanente e imutável,
por ser objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito
elevadas, prepostas os governo das esferas espirituais. A outra é, ao
contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento de
cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato.
Examinando o pensamento deste autor, podemos aceitar que as construções das
colônias espirituais enquadram-se na primeira série, enquanto a paisagem das
regiões umbralinas pertencem a segunda;
b. Vestuário: a apresentação externa dos
Espíritos depende de sua força mental e de seu desejo, pois eles são capazes de
modificarem a sua aparência por um processo denominado ideoplastia.
Nem todos os Espíritos, no entanto, têm condição evolutiva suficiente para
plasmarem suas vestes perispirituais, donde a necessidade de roupas
confeccionadas por especialistas na área. André Luiz [Nosso Lar] mostra
departamentos reservados a esta tarefa;
c. Alimentação: nem todos os Espíritos são
capazes de retirar do Fluido Cósmico Universal a energia reparadora para as
suas células, daí a necessidade dos Espíritos materializados, alimentarem-se de
recursos energéticos mais consistentes. Por esse motivo, observam-se no mundo
espiritual alimentos a base de sucos , sopas e frutas;
d. Sono e Repouso: quanto mais evoluído o
Espírito, menos necessita de repouso, para reparar as suas energias. Espíritos
inferiores dormem à semelhança do homem encarnado;
e. Transporte: os Espíritos superiores se
locomovem através de um processo denominado volitação, onde transforma a sua
energia latente em energia cinética, deslocando-se no espaço em altas
velocidades. No entanto, Espíritos existem, que ainda não desenvolveram esta
faculdade, daí a necessidade de veículos para transporte nas faixas espirituais
mais próximas da Terra;
f. Linguagem: a linguagem oficial entre os
Espíritos é a do pensamento. No entanto, muitas almas ainda involuídas, não
conseguem se comunicar através do pensamento, donde a necessidade de palavra
articulada.
Assim sendo, vamos observar colônias onde se fala o português, o inglês, etc.;
g. Vida Social: a vida social nas colônias
espirituais é intensa e tem como objetivo a preparação dos Espíritos para o seu
retorno a Terra em nova roupagem física. Estudam, trabalham, repousam e se
divertem. Há relatos de casamento, festas e jogos, segundo hábitos e costumes
da colônia. O Maria João de Deus [Cartas de Uma Morta] afirma:
"Os saxões, os latinos, os árabes, os orientais, os africanos, formam aqui
grandes falanges à parte, e em locais diferentes uns dos outros. Nos núcleos de
suas atividades conservam os costumes que os caracterizavam e é profundamente
interessante verificar como essas colônias diferem umas das outras."
Manoel Philomeno de Miranda [Loucura e Obsessão] lembra-nos:
"Católicos, protestantes e outros religiosos após a morte, não se tornam
espíritas ou conhecedores da realidade ultra-tumular; ao revés, dão curso aos
seus credos, reunindo-se em grupos e igrejas afins."
Cabe-nos lembrar que nem todas as cidadelas espirituais têm uma orientação
sadia, voltada para o bem e para o equilíbrio das criaturas. André Luiz
[Libertação] diz:
"Incapacitados de prosseguir, além do túmulo, a caminho do Céu que não
souberam conquistar, os filhos do desespero organizam-se em vastas colônias de
ódio e miséria moral, disputando entre si a dominação da Terra."
Mas lembra também o benfeitor que, a Misericórdia Divina não os desampara
pois, são observados e assistidos por entidades luminosas;
h. Animais e Plantas: o solo do mundo
espiritual, à semelhança do solo do planeta é coberto por uma infinidade de
plantas, flores e hortaliças que são cultivadas, com muito esmero, por mãos
bondosas.
Os animais, como regra geral, reencarnam quase imediatamente após a morte, no
entanto, em certas ocasiões, eles podem vir a ser preparados por entidades
especializadas para serem utilizados em tarefas específicas.
Muitas vezes, no entanto, as descrições da paisagem espiritual, quando falam de
"formas animalescas", estão se referindo a Espíritos humanos em
processo de deterioração de seus corpos espirituais (licantropia ou
zoantropia), como também de "formas ideoplásticas", fruto do
pensamento e da vontade de entidades viciosas do astral inferior.
O
Homem após a Morte
Lembra-nos Kardec que "após
a morte, cada um vai para o lugar que lhe interessa", pois cada individualidade vai
deslocar-se, após o desencarne, para a região espiritual que está em
concordância com o seu modo de ser e viver. E complementa [ESE]:
"Enquanto uns, não podem afastar-se do meio em que viveram,
outros se elevam e percorrem o espaço. Enquanto certos Espíritos culpados erram
nas trevas, os felizes gozam de uma luz resplandecente."
De forma didática, podemos sistematizar as opções do homem após a
morte física em três situações:
a. Continuar Vivendo na Crosta: são Espíritos
excessivamente apegados a vida física e que não conseguem assumir a sua
condição de desencarnados, continuando a viver nos locais onde se habituaram,
às vezes sem ao menos darem-se conta de que já não mais pertencem ao mundo
material.
Alguns fatores que podem condicionar a este apego a vida material:
- ignorância, confusão e medo;
- apegos excessivos a pessoas e lugares;
- inclinações pelas drogas, álcool, fumo, comida e
sexo;
- vinculação a negócios não concluídos;
- desejo de vingança;
b. Deslocarem-se para certas regiões do
Umbral: muitos Espíritos culpados ou viciosos, após o desencarne, são levados
por uma força magnética automática ou por entidades do mal, para uma das
regiões umbralinas e lá permanecerão até que o arrependimento e a vontade de
reparar o passado modifiquem a sua psicosfera pessoal;
c. Recolhimento a uma Colônia Espiritual onde
deverão integrar-se à Vida Extra-Física.
Bibliografia
1. Coleção Nosso Lar (16 obras) - André
Luiz/Chico Xavier
2. Cartas de Uma Morta - Maria João de
Deus/Chico Xavier
3. Voltei - Irmão Jacob/Chico Xavier
4. A Vida Além da Morte - Otília
Gonçalves/Divaldo Franco
5. Cidade no Além - Heigorina Cunha
6. Loucura e Obsessão - Manoel Philomeno de
Mirtanda/Divaldo Franco