terça-feira, 5 de março de 2013

UTOPIA RELIGIOSA


Por: Marcio Alves

Ontem sonhei um sonho onde vivia em um mundo onde as religiões não existiam mais, devido ter sido extintas, pois em cada alma humana havia a consciência e responsabilidade individual e coletiva de que para viver melhor uma vida qualitativa não precisavam recorrer às fantasiosas e falsas promessas de um futuro melhor e nem muito menos serem manipulados por quaisquer poderes autoritários, pois em cada ser havia o comprometimento de transformar o mundo em um melhor lugar, fazer já de algo existente um paraíso ao invés de esperar por um que nunca vinha, onde era muito mais uma questão de fé do que factual.

Contemplava no meu sonho que as pessoas já não mais oravam neuroticamente e nem esperavam anestesiadamente por intervenções divinas em seus problemas cotidianos e existenciais, mas antes, arregaçavam as mangas e iam para luta da sobrevivência e vivencia numa melhor situação. Os seres humanos fardos de promessas ilusórias de um outro lugar, melhoravam a cada dia mais o nosso tão sofrido planeta terra, respeitando muito mais e lutando pela preservação do sistema ecológico, pois se concentravam apenas aqui, em trabalhar pelo que já tinha nas mãos, valorizando o presente ao invés de simplesmente esperar e jogar para um futuro paradisíaco.

Neste meu sonho, as pessoas não mais ajudavam o próximo esperando receber alguma recompensa, ou para ter que agradar a Deus, antes fazia de bom coração pelo próximo, sendo sua motivação e seu próprio fim o próximo, que estava necessitado, pois tinham uma consciência coletiva e uma solidariedade ligada a toda raça humana, de ver no outro a sua própria face, onde o sofrimento de um era também o sofrimento do outro.

Não havia mais templos luxuosos e nem sequer salões religiosos, pois todos entendiam que ao invés de sustentar impérios religiosos, investiam o dinheiro em pessoas e em projetos comunitários, em construções de asilos, creches para crianças, aumentaram e muito, a quantidade de hospitais públicos, todo dinheiro que era dado para a igreja para sustentar pastores ricos e para abrirem muitas igrejas e pagarem altíssimos programas televisivos, com a desculpa de propagar o reino de deus, que na verdade não passava de justificativa para difundir o próprio império humano, agora era revertido para causas muito mais nobres de ajuda ao necessitado.

Chorei quando vi Deus lá no céu com um sorriso largo estampando no rosto, com lagrimas correndo pela sua face, de olhar para terra e contemplar um mundo onde havia cessado até mesmo as guerras, não mais existia violências e crimes, onde todas as cadeias tinham sido destruídas, para dar lugar a todo tipo de edifício de ajuda humanitária, onde todos os homens, mulheres, crianças e idosos, davam as mãos e batalhavam incessantemente e arduamente em reverter o caos da terra, é tudo isto, sem precisar ou mesmo pedir ajuda para o grande Ser, pois finalmente tinha entendido que tudo que acontecia no mundo é de total responsabilidade humana e não de Deus, portanto, não havia mais nenhuma religião, ou até mesmo qualquer facção fosse política ou social, pois todos eram um, ligados na universalidade do amor e solidariedade.

Agora a única crença que restava para a humanidade era a fé no Assombro e na vida, pois todos unanimemente entenderam que não precisam de qualquer religião, pois o que mais importava para elevação e construção humana era o amor uns pelos outros e a certeza que Deus agora não precisava mais ficar vigiando tal como um pai a tomar conta de seu filho que ainda é um bebe indefeso, pois a raça humana tinham juntos, chegado a idade da razão e plena expansão da consciência.


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domingo, 3 de março de 2013

[ÁUDIO LIVRO] DIÁLOGO COM AS SOMBRAS


 
Áudio Livro - Diálogo com as Sombras


DIÁLOGO COM AS SOMBRAS
TEORIA E PRÁTICA DA DOUTRINAçãO

 
Hermínio C. Miranda
 
É um livro que retrata o conhecimento e a competência do autor, um repositório de orientações e diretrizes para a organização de grupos de trabalhos práticos, no trato com a mediunidade.
Desenvolve, minuciosamente, explicações sobre técnicas, recursos, desenvolvimento dos diálogos, preces, passes, médiuns, assistentes, bem como sobre os desencarnados que necessitam de ajuda e os que comparecem espiritualmente para ajudar.

 



Resenha Crítico-informativa - Diálogo com as sombras (teoria e prática da doutrinação




Miranda, Hermínio C.. Diálogo com as sombras (teoria e prática da doutrinação). 22ª edição.  Rio de Janeiro, RJ: Federação Espírita Brasileira, 2006. 296 páginas.

                        Este livro consta de apresentação, feita por Francisco Thiensen, presidente da FEB em 1979, e está dividido em introdução e quatro seções (a instrumentação, as pessoas, o campo de trabalho e técnicas e recursos) todas voltadas para a instituição e prática de grupos mediúnicos de labor evangélico. Aqui o autor nos apresenta um relato detalhado de suas vivências na prática de doutrinação na seara espírita, tecendo um comentário de base doutrinária séria, mas com a simplicidade de quem aprendeu através da vivência, do trabalho com amor e dedicação, tornando a leitura acessível a todos.


*      Reflexões...

      Muitos são os que ingressam no espiritismo atraídos pela fenomenologia mediúnica. Longe de entenderem o papel do intercâmbio espiritual como uma oportunidade de trabalho no amor e de auto-educação, procuram uma forma de encontrar respostas rápidas e prontas. 
      Entretanto o trabalho mediúnico não ocorre de improviso necessitando de preparo tanto da equipe espiritual quanto da equipe terrena. Assim antes de montarmos um grupo mediúnico em uma casa espírita torna-se necessário utilizarmos uma série de procedimentos que nos tornam mais aptos ao trabalho sério e produtivo.
      Tais medidas englobam o estudo prévio de obras doutrinárias como um nivelamento entre os candidatos ao trabalho mediúnico. Muitas casas espíritas adotam o curso de GEM (grupo de estudos mediúnicos) como um curso preparatório para o canditado a trabalhador da seara espiritual. As casas menores podem iniciar o seu trabalho pelo estudo das obras da codificação, complementados pelos acervos de André Luiz, Emanuel, Leon Denis, Hermínio de Miranda, etc. Além disso, convém a ampliação dos conhecimentos gerais dos participantes, sempre sob a ótica de tornar-se um parceiro que pode oferecer arquivos mentais enriquecidos para a utilização da espiritualidade benfeitora.
      O tempo de preparo e estudo deve ser aproveitado para a definição de papéis no grupo mediúnico bem como para sondar as afinidades entre os participantes, pois esse deve vibrar em uníssono durante as sessões de prática mediúnica. Mesmo quando a prática estiver instalada os participantes devem manter-se em vigilância constante, aplicando o Evangelho no Lar, em sua rotina diária e em todos os momentos onde o equilíbrio lhes ameace fugir.
      A definição da linha de trabalho do grupo bem como os papéis exercidos por cada integrante (dirigente, doutrinador, médiuns – passistas, de intercâmbio mediúnico, apoio) devem ficar estabelecidos ao longo do trabalho com exceção do dirigente que se torna responsável pelo andamento do grupo e de seus trabalhos desde o princípio.
      Como todo grupo, aqui encontrar-se-ão reunidos nuances comportamentais diversos muitas vezes exacerbados pelos interesses mediúnicos contrários à execução dos trabalhos de desobsessão e ajuda aos companheiros em cristo, encarnados ou não. Cabe ao dirigente a tarefa de equilibrar sentimentos, apaziguar consciências que fatalmente entrarão em processo de autodescoberta, elevar os ânimos e proceder com todo o empenho para o equilíbrio próprio e do trabalho.
      Já os outros participantes dividem a responsabilidade de tornar o trabalho produtivo, de aperfeiçoarem-se, manterem-se vigilantes contra orgulho, vaidade e outras tantas imperfeições morais que trazem, além de entregarem-se à tarefa com amor e dedicação pautados na mais pura vivência evangélica. “Orai, vigiai e estudai sempre” tal é o lema que motiva o trabalhador do Cristo.
      Hermínio de Miranda recomenda aos médiuns psicofônicos especificamente um controle mais rigoroso de suas auto-análises, pois para estes a manifestação mediúnica é de mais difícil controle, pois que a fala é o mecanismo de relacionamento mais utilizado entre os humanos.
      Refere-se explicitamente ao controle do melindre, da responsabilidade sobre as comunicações, da necessidade de autocontrole, da fixação num só grupo para não sobrecarregar-se fluidicamente com mais de um grupo de desobsessão, Da efetivação da reforma íntima trazendo-a sempre em constante movimento, do uso de vestuário mais confortável e adequado à tarefa, discernimento da qualidade moral do espírito comunicante e a aceitação dos próprios erros.
      Dentre estas recomendações a reforma moral em dinamismo constante me parece englobar todas as outras, pois através dela nos transformamos e fortalecemos para o trabalho. Assim se a executamos num plano de metas sem incorremos a torturas psicológicas nascidas da culpa, do remorso improdutivo e da autopunição, compreendemos nossas limitações embora não acomodamo-nos perante essas, e racionalizamos alternativas de construção de um ser melhor, acabamos com o melindre, procuramos colaborar o melhor possível, comprometemo-nos com a espiritualidade e assim crescemos com o próximo, tudo a sue tempo.
      O trabalho de desobsessão envolve renúncia e coragem para enfrentarmos as nossas imperfeições. Espíritos interessados em lançar sobre nós nossas dúvidas e falhas pretéritas e atuais não faltarão. Este é um recurso muito útil para desestabilizar um trabalhador. Tornamo-nos tão escravos de nossas falhas, do medo de errar que acabamos dormitando nas sombras do remorso improdutivo, tecendo telementações deletérias que nos impossibilitam ao trabalho de assistência e amparo aos irmãos sofredores. Este é um passo necessário ao adiantamento mora,l pois precisamos nos despir de nossas angústias e o único meio é enfrentando-as. Assim como o céu fica mais limpo depois da tempestade, o homem surge renovado depois de cada enfrentamento onde a vitória repousa nas bases sólidas do evangelho cristão.
      À medida que o curso avança e a mediunidade começa a ser exercitada, as resistências vão cedendo e o contato com o mundo espiritual torna-se mais explícito ficando o médium com a sensibilidade mais apurada. Tal fato traz o inconveniente das sensações orgânicas causadas pela aproximação de espíritos tornarem-se mais intensas exigindo um controle maior do médium. Também este fato é questão de ajuste no qual o trabalhador precisa testar as possibilidades de defesa comportamental, mental e sintônica para o convívio amoroso com os irmãos, ensinando-os através de seus atos com mais sucesso do que com simples palavras. Por mais simples que pareça tal aceitação é processual e transforma-se na verdadeira aplicação do amor ensinado por Jesus.
      Não que o médium deva alimentar estes relacionamentos já que necessita voltar-se para a manutenção de suas necessidades da vida material e do aprendizado resultante da convivência com os irmãos encarnados. Mas isto é um fato e fechar os olhos seria ficar desprotegido. A prática do evangelho, a prece e a paciência; a manutenção do equilíbrio e o trabalho de conversão de pensamentos deletérios em positivos são ferramentas de proteção muito úteis que trarão paz mesmo nos momentos de maiores dificuldades.
      Durante a prática mediúnica Hermínio de Miranda nos alerta para a manutenção do equilíbrio emocional, para o controle das comunicações do médium psicofônico o qual participa como meio de comunicação sendo responsável pelos atos exercidos por seu corpo durante a manifestação mediúnica.
      Também nos alerta para o risco de ficarmos mentalmente em diálogo com o espírito comunicante durante a doutrinação, pois assim corremos o risco de confundi-lo, atrapalhamos o trabalho dos mentores espirituais que estão inspirando o doutrinador e muitas vezes ajudamos a perturbar a corrente fluídica que envolve os trabalhadores inferindo a esta uma carga mental contrária.
      O certo é mantermos-nos em prece, dialogar afetivamente com o irmão incitando-o à paciência e ao controle até a chegada do doutrinador e depois ficarmos em prece silenciosa mentalizando luz, conforto e paz para o comunicante, não perdendo de vista o exercício de censura mental aos atos de violência, palavras de baixo calão ou agressões não construtivas. De fato esta postura deve ser construída com a prática, pois na maioria das vezes consumimos bastante energia ao nos concentrarmos nos atos e emoções do comunicante para exercermos o controle necessário contra os abusos sem, no entanto tolhermos a necessidade de expressão do irmão.
      Dentre os perfis psicológicos com os quais o médium psicofônico poderá lidar nos trabalhos de desobsessão encontram-se as vítimas e os perseguidores.
      No primeiro grupo encontram-se aqueles que estão endividados com a Lei universal da fraternidade independentemente do tempo passado entre o ocorrido e o atual resgate e devido a este fato encontra-se colhendo o sofrimento que plantou. Nem por isso é menos digna de apoio e afeto necessitando de uma oportunidade de redenção e libertação para novas perspectivas de aprendizagem.
      Aqui podemos encontrar seres induzidos hipnoticamente a tomarem a forma zooantropiada ou muitas vezes de ovóides. Outros revivem o momento de suas faltas punindo-se em culpas que os arrastam a abrirem mão do livre arbítrio tornando-se prisioneiros de seus perseguidores. A estes devotamos as nossas sinceras mensagens de reconstrução da auto-estima, as lembranças de Deus e de sua providência e justiça que a todos ampara e provém, em necessidades que muitas vezes não percebemos ou compreendemos.
      No segundo grupo encontramos toda uma organização pautada na dor, no terror, na violência e no conhecimento muitas vezes profundo de nossas imperfeições, do espiritismo e da ciência. A tabela abaixo apresenta uma síntese dos tipos mais comuns nas organizações dos reinos das trevas.

Posicionamento na organização
Características
Executores
Têm o status menor na organização sendo efetivamente prisioneiros e dependentes de seus chefes. Fazem o trabalho a nível material de perseguição das vítimas, muitas vezes trocando favores tais como regalias e confortos materiais (sexo, comida, água, proteção) pelo trabalho executado. Sua saída da organização deixa-a inoperante temporariamente.
Juristas
Acreditam-se donos da verdade, na posição de compositores de um processo no qual a vítima será julgada. Mantém relações pretéritas com o ramo do direito, muitas vezes crêem-se estar fazendo o certo. Julgam para não serem julgados.
Materialistas: em duas classes distintas os teóricos e os vivenciais.
Os Teóricos são Espíritos desencantados que se recusam a observar a realidade espiritual na qual se encontram. Perturbados em seu íntimo deixam transparecer uma capa de tranqüilidade e equilíbrio. Tão logo aceitem o fato de sua sobrevivência como espírito tomam caminho diverso. Já os vivenciais são realmente dependentes da matéria tornando-se escravos de seus desejos, vilipendiando tudo o que entram em contato. Estão na infância da humanidade e acrisolam-se em pensamentos individualistas.
Religiosos
Personagens que trazem cravados em si as teorias cristãs, acreditam-se defendendo as idéias do cristo, mas não fazem a reflexão de seus atos frente às verdades evangélicas. Afeitos ao poder associam-se com dirigentes das trevas para suas conquistas.
Dirigentes das trevas
Acenderam ao poder por sua violência e magnetismo, sendo substituídos por um comandado mais próximo em jogos de disputa de poder e que trazem geralmente uma grande perda no passado. Quando se encontram com as verdades espirituais assumem para si a responsabilidade de resgate de seus comandados.
Planejadores
Estrategistas natos gozam de posição de destaque nestas hordas e sua ausência provoca pânico e revolta dentre os seus comandados. É o próprio exercício de seu raciocínio que os atrai. Acreditam-se acima do bem ou do mal e a sua tomada de consciência é bastante dolorosa. Provavelmente fogem deste momento por saberem-no difícil. São frios e trazem um profundo conhecimento das faltas humanas.
Intelectuais
De profundo conhecimento formal, vaidosos, encantam-se com os seus sistemas e idéias. Afeitos a dominar e manipular opiniões; são movidos pelo orgulho. Quando vivenciando um objetivo são obstinados e difíceis de lidar. Fogem do conhecimento evangélico, pois se acreditam incapazes de amar, de externar seus sentimentos. Necessitados de amparo e amor prático para tornarem-se entendedores do real significado desta palavra.
Vingadores
Acreditam-se lesados em seus direitos e tornam-se prisioneiros do ódio que os levam À falsa impressão de poder. Na verdade estão cansados desse sofrimento, mas não enxergam escapatória. Amor e perdão, prece e afeto, são bálsamos consoladores.
Magos e feiticeiros
Conhecedores dos fenômenos e leis que regem a natureza, estudiosos da psique humana, agem em diversas frentes diferenciando-se por os primeiros conhecerem e produzirem conhecimentos e os segundos apenas repetirem o que lhes foi ensinado. Quando no trabalho do bem os Magos representam ajuda preciosa nas mediúnicas de desobsessão, protegendo a equipe e sinalizando a possibilidade de um conhecimento maior: o amor
Magnetizadores e hipnotizadores
Possuem o conhecimento para impor monoidéias em suas vítimas induzindo-as a tomar formas grotescas, mutiladas, zooantropiadas, etc. Nas lides do bem auxiliam nos processos de cura e de redução do perispírito para a reencarnação.
Mulheres
Geralmente vêem à mediúnica para amparar entes queridos, mas podemos encontrá-las presas em processos de vingança, nas obsessões ligadas ao sexo desregrado, etc.

      Todos os irmãos que se manifestam nas mediúnicas, que pertencem a um dos grupos mencionados na tabela acima, trazem para o médium psicofônico uma carga fluídica intensa o que torna necessário o cuidado mais rígido com a saúde, com a alimentação e o preparo mental a fim de manter a energia disponível para a manifestação mediúnica na qualidade necessária para levar ao irmão um choque fluídico positivo. Além disso, a massa fluídica deletéria emanada do manifestante provoca impactos no organismo do médium que são mais facilmente sanados na proporção em que este cuida de sua saúde.
      O fato é que o trabalho mediúnico defronta-se com idéias e imperfeições morais nas quais os manifestantes, tanto quanto nós, construíram as suas realidades e que os afastam das verdades cristãs. Poder, glória, posse, desejos matérias, vingança, entre outros, aprisionam os indivíduos que se mantém acrisolados neste universo de intolerância e insegurança. Aqui o amor trabalha e nos brinda com o aprendizado e observação da providência divina em ação pois que todos, sem exceção, têm um ser que ora por sua proteção e amparo, todos têm a oportunidade de avançar rumo a um futuro de liberdade e colaboração no amor fraternal.
      Assim como os manifestantes as lições são muito significativas para todos os que trabalham no grupo mediúnico, pois que a lei de afinidades nos lembra a todo instante que somos passíveis dos mesmos enganos e que assim como Deus estende a mão através de nós para o resgate e amparo destes irmãos, Ele também nos ama e nos protege, até de nós mesmos, resguardando-nos de todos os males desnecessários à nossa educação espiritual.
      Assim façamos a nossa parte, estudando e amando, construindo um mundo melhor internamente que o ambiente em que vivemos naturalmente se transformará. Confiança em Deus e nos trabalhadores espirituais com os quais colaboramos humildemente no trabalho edificante da seara do Cristo.
Fiquemos em Paz
http://pt.scribd.com/doc/58329148/Resenha-Critica-dialogo-com-as-sombras!

Diálogo com as sombras - I



Essa série de postagens é dedicada a todos aqueles que trabalham em reuniões mediúnicas e procuram, de acordo com as limitações naturais, a essência do ato mediúnico em nosso atual período evolutivo.

Hermínio de Miranda começa essa obra espírita com uma informação de extrema importância: toda obra que trata do caráter experimental do Espiritismo não tem valor se isolada da Codificação Kardequiana. Esse é o pressuposto básico, a fim de que possamos estudar a mediunidade com uma correta abordagem espírita.

Allan Kardec sempre se referiu à mediunidade como fenômeno natural e imanente ao ser humano e não como fato sobrenatural ou maravilhoso pertencente a uma elite intelectual ou social, dizia ele: “toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium” (Kardec, 1998). A mediunidade é faculdade de compreensão dos objetivos maiores da vida, de libertação! Por ela ser comum a todos, o seu exercício difere tanto de manifestação quanto seja o número de indivíduos que a exercem.

Segundo Hermínio, ela pode ser exercida compulsoriamente ou com relutância; com espontaneidade; com respeito e amor ou leviandade e indiferença; por isso ele afirma: “O importante é que, ao iniciarmos o trato com os Espíritos desencarnados, voluntária ou involuntariamente, estejamos com um mínimo de preparação, apoiada num mínimo de informação” (Miranda, 1997). Herculano Pires explana sobre o caráter essencial da mediunidade: “No ato mediúnico a criatura humana recupera os tempos esquecidos e se revê na tela das experiências mortas. E mais uma vez a morte lhe parece como pura ilusão sensorial, pois tudo quanto havia desaparecido numa cova renasce de repente nas águas amargas da provação. A mediunidade funciona como um radar sensibilíssimo voltado para os caminhos perdidos” (Pires, 2002).

Devido a nossa facilidade de afinação com os Espíritos imperfeitos, indagamos: Qual o papel dos amigos espirituais na segurança de nossas reuniões mediúnicas? Responde o autor:

“Podemos, evidentemente, contar com a boa-vontade e a ajuda desses irmãos maiores, e, por conseguinte, com a sua proteção carinhosa, não à custa de oferendas, de ritos mágicos, de símbolos, de “trabalhos” encomendados, mas sim, com um procedimento reto, no qual procuremos desenvolvermos em nós mesmos o esforço moralizador, o aprendizado constante e a dedicação desinteressada ao semelhante”. (Miranda, 1997)
Ele compara, de forma singular, o surgimento de um grupo mediúnico ao nascimento e programação educacional de uma criança, elenca algumas perguntas e questões:

• Estamos preparados para a tarefa? Porque a tarefa mediúnica é um “filho” que adquirimos por compromissos assumidos antes da vinda ao corpo físico;

• Desejamos o filho? Sempre observado o livre-arbítrio de querermos ou não honrar esses compromissos.

• Dispomo-nos aos sacrifícios e renúncias que o trabalho impõe? Lidamos, nessas reuniões, com Espíritos sofredores e rebeldes. Somos capazes de enfrentar os seus impropérios e personalismos?

• Estamos conscientes de nossas responsabilidades, dos percalços e das lutas que nos esperam? Assiduidade, dedicação, paciência, tolerância entre os membros do grupo e com os Espíritos enfermos e disciplina no trabalho de nosso personalismo diante da responsabilidade coletiva que o grupo exige;

• Para que desejamos o filho? Nossos filhos não são criados para serem nossos, ou para ser a nossa “sombra”, eles são cidadãos do universo, como nós. Um grupo mediúnico não é nosso, é instância de tratamento espiritual permitida pela Inteligência Suprema e cuidada pelos amigos espirituais, é patrimônio interexistente de todos os que trabalham e se utilizam dele para traçar novos caminhos evolutivos.

• Estamos prontos a recebermos a nossa tarefa com humildade e a nos doarmos sem condições ou imposições que exijam recompensas descabidas? Apesar dos frutos, às vezes, aparentemente demorarem a nascer, eles se tornarão maduros nas horas em que padecermos de maior fome espiritual.

Hermínio elenca as duas maiores dificuldades no trabalho mediúnico: a própria mediunidade e a organização do grupo. Quanto a primeira o instrutor Áulus nos presenteia com o seguinte conceito: “(...) a mediunidade é um dom inerente a todos os seres, como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza” (Xavier, 1972). Portanto, mediunidade é sintonia, capacidade de sintonizarmos com aquilo que nos é ou está semelhante e o grande desafio do ato mediúnico de transformação social é conseguirmos sintonizar com pensamentos lúcidos sobre os seres e a essência da vida. Quanto à organização Hermínio defende a idéia do grupo pequeno, de preferência familiar, composto de pessoas harmônicas e interessadas num trabalho sério e contínuo, capazes de não se desencorajar por dificuldades ou pela aparente insignificância dos primeiros resultados, nem se deixem fanatizar ou fascinar por pseudoguias. (Miranda, 1997).

Ele afirma que a mediunidade não será aconselhável, todavia indispensável para a humanidade futura.

Finalizando, deixo a seguinte reflexão através das palavras de Hermínio de Miranda:

“Há riscos, sim. De mistificações por parte de pobres irmãos carecentes de entendimento. De aceitação de inverdades sutilmente apresentadas sob fascinantes roupagens. De aflições – embora passageiras – causadas pelo desfile das angústias de irmãos sofredores. Será, porém, que isso constitui motivo para nos privarmos das recompensas do aprendizado, das alegrias que experimentamos ao encaminhar às trilhas da paz um Espírito em crise?” (Miranda, 1997).
Eis a profundidade e o amplo significado do exercício da mediunidade à luz da doutrina espírita.

Referências bibliográficas:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 20ª ed. Brasília: LAKE, 1998;
MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras. 10ª ed. Brasília: FEB, 1997;
PIRES, José Herculano. Mediunidade. 8ª ed. São Paulo: Paidéia, 2002.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. 7ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1972;

http://www.oblogdosespiritos.com/2010/09/dialogo-com-as-sombras-i.html

DIÁLOGO COM AS SOMBRAS - ORIENTAÇÕES SOBRE MEDIUNIDADE E MÉDIUNS (RESUMO PARCIAL II)




Diálogo com as Sombras 
MIRANDA, H. C. Diálogo com as sombras: teoria e prática. 24 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.
        I.            A postura no período entre as reuniões

[...] Mesmo durante o espaço de tempo que vai de uma reunião à próxima, de certa forma todos estão envolvidos nas tarefas. Inúmeras vezes, os Espíritos em tratamento nos dizem claramente que nos seguiram em nossa atividade normal. (p. 49)
[...] É preciso que se tenha o cuidado para não pregar uma coisa (durante a reunião mediúnica) e fazer outra inteiramente diversa (na vida diária).
[...] Se, no decorrer da semana, oferecemos brechas causadas por impulso de cólera, de maledicência, de intolerância, de invigilância, enfim, estaremos admitindo, na intimidade do ser, emanações negativas que os companheiros infelizes estão sempre prontos a emitir contra nós, na esperança de nos neutralizar, para que possam continuar no livre exercício de suas paixões e desvarios. [...] Nos momentos em que sentirmos que vamos fraquejar, recomenda-se uma parada para pensar e uma pequena prece [...].
[...] aquele que resolver dedicar-se ao trabalho [...] de desobsessão, precisa convencer-se de que deve estar em permanente vigilância consigo mesmo, com seus pensamentos, com o que diz e faz. (p. 55)
[...] a mente [...] pode levar-nos a escorregões de imprevisíveis consequencias [...]: o envolvimento numa conversa maledicente; o distraído olhar de cobiça para uma mulher atraente, na rua; uma piada grosseira e pesada; um pensamento de rancor ou de revolta, [...] ou de inveja; a leitura de livro pornográfico; a assistência a um filme pernicioso.

      II.            Recomendações para o dia da reunião

1.      No dia marcado para as tarefas de desobsessão [...] os integrantes da equipe precisam, a rigor, cultivar atitude mental digna, desde cedo. (p. 58).
2.      [...] Fugiremos ao envolvimento em discussões e desajustes de variada natureza.
3.      Alimentação sóbria, leve.
4.      [...] pelo menos nesse dia, abster-se de carne;
5.      [...] prescindir do álcool e do fumo.
6.      [...] um pouco de repouso físico e mental, com relaxamento muscular e pacificação interior.
7.      Enfrentemos com disposição e coragem os empecilhos naturais que possam obstar o comparecimento à reunião.
8.      [...] Cuidado, atenção, serenidade, firmeza. (p. 59).

    III.            Sobre as faltas ás reuniões

[...] os mentores espirituais escolhem, para cada manifestante, o médium que lhe seja mais indicado pelas características da mediunidade ou pela natureza do trabalho a ser realizado. Feita a ligação, o Espírito, ao voltar, nas vezes subseqüentes, virá usualmente pelo mesmo médium. Se o médium falta, o trabalho junto ao sofredor fica como que em expectativa, suspenso, aguardando a próxima oportunidade. (p. 50).

   IV.            Quanto ao relacionamento dos componentes do grupo

[...] é vital que os unam laços da mais sincera e descontraída afeição. O bom entendimento entre todos é condição indispensável, insubstituível [...]. não pode haver desconfianças, reservas, restrições mútuas. Qualquer dissonância entre os componentes encarnados do grupo pode servir de instrumento de desagregação. (p. 59).
O dirigente do grupo não é o que se senta à cabeceira da mesa e dá instruções – ele é apenas um companheiro, um coordenador, um auxiliar, em suma, dos verdadeiros responsáveis pela tarefa global, que se acham no mundo espiritual. (p. 60).
[...]deve predominar entre os encarnados um clima de liberdade consciente, franqueza sem agressividade, lealdade sem submissão, autoridade sem prepotências, e perfeita unidade de propósitos.
[...] o trabalho das equipes encarnada e desencarnada deve ser colocado acima das nossas posições pessoais.
[...] Os benfeitores espirituais, ligados à tarefa, dificilmente nos darão ordens para admitir este ou desligar aquele. (p. 61).
 http://espiritismojesus.blogspot.com.br/2012/05/dialogo-com-as-sombras-resumo-parcial.html

DIÁLOGO COM AS SOMBRAS - O DOUTRINADOR (RESUMO PARCIAL I)



Diálogo com as Sombras

MIRANDA, H. C. Diálogo com as sombras: teoria e prática. 24 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.


       I.            QUEM É O DOUTRINADOR?

[...] o chamado doutrinador não é o sumo-sacerdote de um culto ou de uma seita, [...], a ditar normas de ação e a pregar, presunçosamente, um estágio ideal de moral, que nem ele próprio conseguiu alcançar. [...], no grupo mediúnico, ele é apenas um dos componentes, um trabalhador, e não mestre [...]. (p. 75)

       I.            QUALIDADES OU APTIDÕES BÁSICAS DO DOUTRINADOR

1. Formação doutrinária muito sólida, com apoio insubstituível nos livros da Codificação Kardequiana.
§  Não poderá jamais fazer um bom trabalho sem conhecimento íntimo dos postulados da Doutrina Espírita. Entre os Espíritos que lhe são trazidos para entendimento, há argumentadores prodigiosamente inteligentes, bem preparados e experimentados em diferentes técnicas de debate, dotados de excelente dialética.
2. Familiaridade com o Evangelho de Jesus.
§  [...] o doutrinador [...] deve estar preparado para discutir o problema pessoal do Espírito [...],  intercalando aqui e ali um pensamento evangélico que se adapte às condições desenvolvidas no diálogo. (p. 76)
3. Autoridade moral.
§  O Espírito que debate conosco sabe de nossas inúmeras fraquezas, tanto quanto nós, e até mais que nós [...] por serem [...] companheiros de antigas encarnações [..], comparsas de desacertos hediondos; (p. 77)
§  Deve lembrar-se, porém, de que somos julgados e avaliados não pelos resultados que obtemos, mas pelo esforço que realizamos para alcançá-los.
4. Fé.
§  O doutrinador precisa, ainda, ser uma criatura de  viva, positiva, inabalável. [...] A fé espírita, [...]: sincera, convicta, lógica, plenamente suportada pela razão, mas sem se deixar contaminar pela frieza hierática do racionalismo estéril e vazio (p. 78)
§  Ele precisa estar confiante nos poderes espirituais que sustentam o seu trabalho, [...]. Ele tem de saber que, ao levantar-se para dar um passe, a fé lhe trará os recursos de que necessita para servir. Ele deve saber que, ao formular a sua prece, vai encontrar a resposta ao que implora, em benefício do companheiro que sofre. (p. 81)
5. Amor.
§  É desse amor-doação que precisa o doutrinador. Do amor que, segundo o Cristo, devemos sentir com relação aos nossos próprios inimigos. (p. 82)
§  [...] Espíritos conturbados, [...] ao se apresentarem diante de nós, vem com a força e a agressividade de inimigos implacáveis. Se respondermos à sua agressividade com a nossa, o trabalho se perde e desencadeamos contra nós a reação sustentada da cólera, do rancor, do ódio.
§  Sem amor profundo, pronto na doação, incondicional, legítimo, sincero, é impraticável o trabalho mediúnico realmente produtivo e libertador. (p. 83)

    II.            QUALIDADES OU APTIDÕES DESEJÁVEIS DO DOUTRINADOR

1. Paciência:
Não pode ele, sem prejuízo sério para o seu trabalho, atirar-se sofregamente ao interrogatório do Espírito manifestante. Tem que ouvir, aturar desaforos e impropérios, agressões verbais e impertinências. Tem que aguardar o momento de falar. (p.84)
2. Sensibilidade:
[...] que o levará a sentir pacientemente o terreno estranho, difícil e desconhecido em que pisa, as reações do Espírito, procurando localizar os pontos em que o manifestante, por sua vez, seja mais sensível e acessível.
3. Tato:
[qualidade pessoal] segundo a qual, vamos, pela observação cuidadosa, serena, nos informando de determinada situação ou acontecimento, até que estejamos seguros de poder tomar uma posição ou uma decisão sobre o assunto.
4. Energia:
[...] que deve ser controlada e oportuna. [...] que não pode ser contundente nem agressiva. [...] e o momento tem que ser o certo. Nem antes, nem depois da oportunidade.
5. Vigilância:
[...] quanto aos seus próprios sentimentos e pensamentos, quanto às suas suposições e intuições, quanto ao que contem nas entrelinhas do que diz o manifestante, quanto ao que ocorre à sua volta, com os demais componentes do grupo, quanto à sua própria conduta [...] no seu proceder diário. [...] O doutrinador precisa servir em estado de alerta constante. (p. 85)
6. Humildade:
[...] A princípio, para aceitar as ironias, agressões e impertinências dos pobres irmãos atormentados. Depois [...] para não assumir a atitude do vencedor que pisa na garganta do vencido, para mostrar o seu poder e confirmar a sua vaidade e seu orgulho.
[...] é necessária, também, quando não conseguimos convencer o companheiro infeliz. (p. 87)
7. Destemor:
[...] em trabalho mediúnico, temos que ser destemidos, sem ser temerários. Coragem não é o mesmo que imprudência. (p. 88-89)
Nada de temores infundados. Sofremos apenas aquilo que está nos nossos compromissos espirituais, e não em decorrência do trabalho de desobsessão. [...] O trabalho está sob a proteção de forças positivas e abençoadas. (p. 89)
8. Prudência:
[...] mais uma das aptidões necessárias ao  bom desempenho do trabalho mediúnico, em geral, e do doutrinador, em particular [pois] A proteção existe, mas não para dar cobertura à imprudência , à irresponsabilidade.
(p. 90)

Devemos lembrar ainda que:
§  [...] o doutrinador é, usualmente, o pára-raios predileto do grupo [...];
§  [...] Disciplina não é sinônimo de ditadura. (p. 91)
§  Precisa [o doutrinador] tratar a todos, médiuns ou não, com o mesmo carinho e compreensão, sem paternalismos e preferências, mas sem má vontade contra qualquer um dos membros da equipe. (p. 92)
http://espiritismojesus.blogspot.com.br/2012/05/resumo-de-capitulo-de-livro.html