sexta-feira, 4 de novembro de 2011

JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES - ESTUDO ESPÍRITA

http://www.forumespirita.net/fe/estudos-mensais/justica-das-aflicoes/?utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_content=Novembro+2011
ESTUDO MENSAL                                            
TEMA: Justiça das Aflições


1-Objetivos do Estudo:
*Compreender a justiça divina através das aflições

2- DESENVOLVIMENTO:

- O tema ficará dividido em quatro etapas retiradas do Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo V item3
- Sendo que em cada semana estudaremos um item, sendo acrescentados a estes itens, vídeos, mensagens, slides, etc..

1-Primeira parte: Por que uns sofrem mais que os outros?
2- Segunda parte: Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições?
3-Terceira parte:Por que os bens e males sejam tão desigualmente repartido entre o vicio e a virtude?
4-Quarta parte: Por que os homens virtuosos sofrem, ao lado dos maus que prosperam?


                                     Introdução
As dores e sofrimentos que cada um de nós experimentamos estão diretamente relacionadas com os atos errados praticados por nós mesmos em nossa vidas. Nada, portanto, é gratuito.



Justiça das aflições

3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se:
por que sofrem uns mais do que outros?
Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições?
 Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir?
 Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam.
 A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade.Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos

1-Primeira parte do estudo: Por que uns sofrem mais que os outros?

Prevenção aos vícios Caminho para a felicidade - Dr. Luiz Carlos B.Costa

Palestra "Prevenção aos vícios Caminho para a felicidade" com Dr. Luiz Carlos Barros Costa realizada no Centro Espírita Caminheiros do Bem da cidade de Aurif...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os efeitos morais do perdão

em http://febnet.org.br/reformadoronline/pagina/?id=264

Clara Lila Gonzales de Araújo
“Reconciliai-vos o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho.” (Mateus, 5:25.)
Jesus, na passagem registrada pelo evangelista Mateus, aconselha-nos a desvencilhar-nos dos dolorosos grilhões do passado obscuro, por meio da exemplificação do ato sublime de perdoar os que nos feriram, e solicitar perdão a algum de nossos irmãos que, pelos agravos que lhes tenhamos feito, se transformam em desafetos, muitas vezes, por razões de contraditas estéreis e pueris.

Na prática do perdão, o tema sugere ampla abordagem, mas gostaríamos de centrar essa análise nas dificuldades que surgem dos relacionamentos existentes entre os Espíritos que permanecem encarnados.

Determinadas pessoas, ao serem injuriadas, expressam indignação e revolta promovendo manifestações pessoais de cólera e superioridade na ânsia de agredir o ofensor e colocam-se na mesma posição do oponente ao quererem revidar as agressões recebidas. Nem sempre privilegiam a generosidade e a complacência e torna-se difícil esquecer o mal cometido contra elas ao exigirem retratação das afrontas recebidas, sem saberem perdoar com verdadeira simplicidade de coração. “O perdão sincero é filho espontâneo do amor e, como tal, não exige reconhecimento de qualquer natureza”.1
Esquecem que as ofensas são perdoadas por Deus, na mesma proporção em que houverem perdoado os que as ofenderam.

Ao enunciar o  Pai Nosso,o Mestre nos ensina a pronunciar: “Perdoa-nos nossas dívidas, como também perdoamos nossos devedores” (Mateus, 6:12).2
Allan Kardec indaga: “Esse perdão é, porém, incondicional? É uma remissão pura e simples da pena em que se incorre?”. Ele conclui que não, pois:

[...] a medida desse perdão subordina-se ao modo pelo qual se haja perdoado, o que equivale dizer que não seremos perdoados desde que não perdoemos.3

A caridade não consiste apenas em ajudarmos os que carecem de necessidades materiais ou que precisam de consolo para suas dificuldades morais, mas, principalmente, em olvidarmos e perdoar-mos os insultos recebidos. Entretanto, como desculpar com verdadeira espontaneidade de coração, se na trajetória da existência surgem adversários que se tornam frios e indiferentes, influindo-nos para que sejamos também assim?
Dentro dessa realidade, devemos aceitar as investidas daqueles que amamos, em forma de ingratidão e indiferença, após demonstrações de puro afeto que lhes outorgamos? Infelizmente, pelas imperfeições morais que ainda nos caracterizam a personalidade, cultivamos sentimentos de mágoa e rancor ao recordarmo-nos dos agravos que sofremos. Kardec, na análise que faz sobre a caridade, na suamais ampla acepção, alerta-nos:

Com efeito, se se observam os resultados de todos os vícios e, mesmo, dos simples defeitos [...] todos têm seu princípio no egoísmo e no orgulho [...] e isso porque tudo o que sobreexcita o sentimento da personalidade destrói, ou, pelo menos, enfraquece os elementos da verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. Não podendo o amor do próximo, levado até ao amor dos inimi gos, aliar-se a nenhum defeito contrário à caridade, aquele amor é sempre, portanto, indício de maior ou menor superioridade moral, donde decorre que o grau da perfeição está na ra zão direta da sua extensão. [...]4

O indivíduo que deseja perdoar sinceramente, consciente das consequências sublimes que esse ato acarreta, assume a atitude inspi rada no Evangelho, valendo-se do admirável ensinamento: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes” (Mateus, 18:22). O perdão verdadeiro esquece, em definitivo, o mal recebido; não se gaba da concessão a fazer, sem vangloriar-se da absolvição concedida aos inimigos. Os que agem assim não se perturbam por “nenhuma raiz de amargura” (Paulo aos Hebreus, 12:15) e exemplificam atitudes de desprendimento e compreensão
legítima, ao acolher com brandura o ofensor. Por esse motivo, Martins Peralva (1918-2007), escritor espírita, em uma de suas obras sobre os valiosos estudos do Espírito Emmanuel, observa:

O perdão que o Espiritismo e os amigos espirituais preconizam em verdade não é de fácil execução. Requer muita boa vontade. Demanda esforço – esforço continuado, persistente.

Reclama perseverança. Pede tenacidade. É bem diferente do perdão teológico, que deve ter tido, em algum tempo, sua utilidade. Não se veste de roupagem fantasiosa, não se emoldura de expressões simplesmente verbais.5

Aquele, pois, que se sinta ofen ido deve esforçar-se para domars energias afetivas que, convertias em paixões desequilibradas, avram ódios intempestivos, demonstrando que estamos longe e alcançar a sublimidade dos sentimentos, especialmente nos momentos de crises morais da vida.
Deveríamos compreender de maeira decisiva as leis que regem as ausas e os efeitos dos pensamen os e atos que conservamos, recohecendo que ainda nos deleitams situações de represália para com as pessoas que nos comba em. A paz é patrimônio divino que se torna imprescindível defender! O Espírito Angel Aguarod, em análise sobre a questão, afirma categórico:

O desejo de paz, nos que ainda não chegaram ao ponto médio da evolução, permanece em estado de aspiração, por não terem sabido tirar dos descala bros sofridos as consequências naturais que deles brotam e mediante as quais aprende o ser racional a cimentar a paz na própria paz, isto é, na paz da alma, que exige, para tornar-se efetiva, a eliminação de todo sentimento antifraternal [...].6

Nesse contexto, proliferam sentimentos contrários à caridade e que influenciam nocivamente a sociedade e os indivíduos que a compõem.Ora, se “o progresso material de um planeta acompanha o progresso moral de seus habitantes”,7 inferimos que, ao atuar desse modo, não conseguimos aplicar o livre-arbítrio para disseminar a Doutrina Espírita na Terra, à luz do Evangelho. Querer lutar em objeção aos adversários, magoando-os, muitas vezes, em
condição humilhante, com o propósito de desforra, afasta-nos da bondade e da indulgência sinceras, mormente ao desdenhar os esforços daqueles que porventura pretendem reconciliar-se conosco.

“Quem perdoa liberta o coração para as mais sublimes manifestações do amor que eleva e santifica”.8
Para tanto, é urgente buscar o progresso individual; interrogar mais assiduamente a consciência e verificar quantas vezes fracassamos no trato com as pessoas que nos cercam na esfera familiar, no ambiente profissional, no grupo espírita e em outros círculos que vivenciamos em prol da evolução particular. Luminosos conselhos são oferecidos por Santo Agostinho, em benefício doconhecimento de nós mesmos:

[...] Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. [...]9

Paulo, o apóstolo, em mensagem inserida em O Evangelho segundo o Espiritismo,10 convida-nos a avaliar as próprias características comportamentais e mostra-nos que somos Espíritos exigentes, inflexíveis, duros e  rigorosos, nem sempre atentos à possibilidade de reconhecer que os rompimentos podem ter sido iniciados por nossa culpa ao convertermos em  querela grave o que poderia, facilmente, ter sido deslembrado. O perdão não exclui a necessidade da vigilância, e o amor ao próximo deve pautar as decisões que tomarmos para não termos dúvidas quanto a reconciliar-nos com os nossos opositores, conforme recomendação de Jesus.

Referências:

1 XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 335.
2 DIAS, Haroldo Dutra. (Trad.) O novo testamento. Brasília: EDICEI, 2010. p. 55.
3 KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Trad. Manuel Quintão. 2. ed. bolso. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. P. 1, cap. 6, it. 6.
4______. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 25. ed. bolso. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.Cap. 17, it. 2.
5 PERALVA, Martins. O pensamento de Emmanuel. 9. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 24, p. 175.
6 AGUAROD, Angel.  Grandes e pequenos problemas. 7. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 6, it. 3, p. 216-217.
7 KARDEC, Allan.  A gênese. Trad. Guillon Ribeiro. 2. ed. bolso. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 11, it. 27.
8 PERALVA, Martins. O pensamento de Emmanuel. 9. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Cap. 24, p. 177.
9 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 14. ed. bolso. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 919a, p. 451.
10______. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 25. ed. 3.reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 10,it. 15