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domingo, 3 de março de 2013

Diálogo com as sombras - I



Essa série de postagens é dedicada a todos aqueles que trabalham em reuniões mediúnicas e procuram, de acordo com as limitações naturais, a essência do ato mediúnico em nosso atual período evolutivo.

Hermínio de Miranda começa essa obra espírita com uma informação de extrema importância: toda obra que trata do caráter experimental do Espiritismo não tem valor se isolada da Codificação Kardequiana. Esse é o pressuposto básico, a fim de que possamos estudar a mediunidade com uma correta abordagem espírita.

Allan Kardec sempre se referiu à mediunidade como fenômeno natural e imanente ao ser humano e não como fato sobrenatural ou maravilhoso pertencente a uma elite intelectual ou social, dizia ele: “toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium” (Kardec, 1998). A mediunidade é faculdade de compreensão dos objetivos maiores da vida, de libertação! Por ela ser comum a todos, o seu exercício difere tanto de manifestação quanto seja o número de indivíduos que a exercem.

Segundo Hermínio, ela pode ser exercida compulsoriamente ou com relutância; com espontaneidade; com respeito e amor ou leviandade e indiferença; por isso ele afirma: “O importante é que, ao iniciarmos o trato com os Espíritos desencarnados, voluntária ou involuntariamente, estejamos com um mínimo de preparação, apoiada num mínimo de informação” (Miranda, 1997). Herculano Pires explana sobre o caráter essencial da mediunidade: “No ato mediúnico a criatura humana recupera os tempos esquecidos e se revê na tela das experiências mortas. E mais uma vez a morte lhe parece como pura ilusão sensorial, pois tudo quanto havia desaparecido numa cova renasce de repente nas águas amargas da provação. A mediunidade funciona como um radar sensibilíssimo voltado para os caminhos perdidos” (Pires, 2002).

Devido a nossa facilidade de afinação com os Espíritos imperfeitos, indagamos: Qual o papel dos amigos espirituais na segurança de nossas reuniões mediúnicas? Responde o autor:

“Podemos, evidentemente, contar com a boa-vontade e a ajuda desses irmãos maiores, e, por conseguinte, com a sua proteção carinhosa, não à custa de oferendas, de ritos mágicos, de símbolos, de “trabalhos” encomendados, mas sim, com um procedimento reto, no qual procuremos desenvolvermos em nós mesmos o esforço moralizador, o aprendizado constante e a dedicação desinteressada ao semelhante”. (Miranda, 1997)
Ele compara, de forma singular, o surgimento de um grupo mediúnico ao nascimento e programação educacional de uma criança, elenca algumas perguntas e questões:

• Estamos preparados para a tarefa? Porque a tarefa mediúnica é um “filho” que adquirimos por compromissos assumidos antes da vinda ao corpo físico;

• Desejamos o filho? Sempre observado o livre-arbítrio de querermos ou não honrar esses compromissos.

• Dispomo-nos aos sacrifícios e renúncias que o trabalho impõe? Lidamos, nessas reuniões, com Espíritos sofredores e rebeldes. Somos capazes de enfrentar os seus impropérios e personalismos?

• Estamos conscientes de nossas responsabilidades, dos percalços e das lutas que nos esperam? Assiduidade, dedicação, paciência, tolerância entre os membros do grupo e com os Espíritos enfermos e disciplina no trabalho de nosso personalismo diante da responsabilidade coletiva que o grupo exige;

• Para que desejamos o filho? Nossos filhos não são criados para serem nossos, ou para ser a nossa “sombra”, eles são cidadãos do universo, como nós. Um grupo mediúnico não é nosso, é instância de tratamento espiritual permitida pela Inteligência Suprema e cuidada pelos amigos espirituais, é patrimônio interexistente de todos os que trabalham e se utilizam dele para traçar novos caminhos evolutivos.

• Estamos prontos a recebermos a nossa tarefa com humildade e a nos doarmos sem condições ou imposições que exijam recompensas descabidas? Apesar dos frutos, às vezes, aparentemente demorarem a nascer, eles se tornarão maduros nas horas em que padecermos de maior fome espiritual.

Hermínio elenca as duas maiores dificuldades no trabalho mediúnico: a própria mediunidade e a organização do grupo. Quanto a primeira o instrutor Áulus nos presenteia com o seguinte conceito: “(...) a mediunidade é um dom inerente a todos os seres, como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza” (Xavier, 1972). Portanto, mediunidade é sintonia, capacidade de sintonizarmos com aquilo que nos é ou está semelhante e o grande desafio do ato mediúnico de transformação social é conseguirmos sintonizar com pensamentos lúcidos sobre os seres e a essência da vida. Quanto à organização Hermínio defende a idéia do grupo pequeno, de preferência familiar, composto de pessoas harmônicas e interessadas num trabalho sério e contínuo, capazes de não se desencorajar por dificuldades ou pela aparente insignificância dos primeiros resultados, nem se deixem fanatizar ou fascinar por pseudoguias. (Miranda, 1997).

Ele afirma que a mediunidade não será aconselhável, todavia indispensável para a humanidade futura.

Finalizando, deixo a seguinte reflexão através das palavras de Hermínio de Miranda:

“Há riscos, sim. De mistificações por parte de pobres irmãos carecentes de entendimento. De aceitação de inverdades sutilmente apresentadas sob fascinantes roupagens. De aflições – embora passageiras – causadas pelo desfile das angústias de irmãos sofredores. Será, porém, que isso constitui motivo para nos privarmos das recompensas do aprendizado, das alegrias que experimentamos ao encaminhar às trilhas da paz um Espírito em crise?” (Miranda, 1997).
Eis a profundidade e o amplo significado do exercício da mediunidade à luz da doutrina espírita.

Referências bibliográficas:

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 20ª ed. Brasília: LAKE, 1998;
MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as Sombras. 10ª ed. Brasília: FEB, 1997;
PIRES, José Herculano. Mediunidade. 8ª ed. São Paulo: Paidéia, 2002.
XAVIER, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. 7ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1972;

http://www.oblogdosespiritos.com/2010/09/dialogo-com-as-sombras-i.html

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