domingo, 3 de março de 2013

DIÁLOGO COM AS SOMBRAS - O DOUTRINADOR (RESUMO PARCIAL I)



Diálogo com as Sombras

MIRANDA, H. C. Diálogo com as sombras: teoria e prática. 24 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009.


       I.            QUEM É O DOUTRINADOR?

[...] o chamado doutrinador não é o sumo-sacerdote de um culto ou de uma seita, [...], a ditar normas de ação e a pregar, presunçosamente, um estágio ideal de moral, que nem ele próprio conseguiu alcançar. [...], no grupo mediúnico, ele é apenas um dos componentes, um trabalhador, e não mestre [...]. (p. 75)

       I.            QUALIDADES OU APTIDÕES BÁSICAS DO DOUTRINADOR

1. Formação doutrinária muito sólida, com apoio insubstituível nos livros da Codificação Kardequiana.
§  Não poderá jamais fazer um bom trabalho sem conhecimento íntimo dos postulados da Doutrina Espírita. Entre os Espíritos que lhe são trazidos para entendimento, há argumentadores prodigiosamente inteligentes, bem preparados e experimentados em diferentes técnicas de debate, dotados de excelente dialética.
2. Familiaridade com o Evangelho de Jesus.
§  [...] o doutrinador [...] deve estar preparado para discutir o problema pessoal do Espírito [...],  intercalando aqui e ali um pensamento evangélico que se adapte às condições desenvolvidas no diálogo. (p. 76)
3. Autoridade moral.
§  O Espírito que debate conosco sabe de nossas inúmeras fraquezas, tanto quanto nós, e até mais que nós [...] por serem [...] companheiros de antigas encarnações [..], comparsas de desacertos hediondos; (p. 77)
§  Deve lembrar-se, porém, de que somos julgados e avaliados não pelos resultados que obtemos, mas pelo esforço que realizamos para alcançá-los.
4. Fé.
§  O doutrinador precisa, ainda, ser uma criatura de  viva, positiva, inabalável. [...] A fé espírita, [...]: sincera, convicta, lógica, plenamente suportada pela razão, mas sem se deixar contaminar pela frieza hierática do racionalismo estéril e vazio (p. 78)
§  Ele precisa estar confiante nos poderes espirituais que sustentam o seu trabalho, [...]. Ele tem de saber que, ao levantar-se para dar um passe, a fé lhe trará os recursos de que necessita para servir. Ele deve saber que, ao formular a sua prece, vai encontrar a resposta ao que implora, em benefício do companheiro que sofre. (p. 81)
5. Amor.
§  É desse amor-doação que precisa o doutrinador. Do amor que, segundo o Cristo, devemos sentir com relação aos nossos próprios inimigos. (p. 82)
§  [...] Espíritos conturbados, [...] ao se apresentarem diante de nós, vem com a força e a agressividade de inimigos implacáveis. Se respondermos à sua agressividade com a nossa, o trabalho se perde e desencadeamos contra nós a reação sustentada da cólera, do rancor, do ódio.
§  Sem amor profundo, pronto na doação, incondicional, legítimo, sincero, é impraticável o trabalho mediúnico realmente produtivo e libertador. (p. 83)

    II.            QUALIDADES OU APTIDÕES DESEJÁVEIS DO DOUTRINADOR

1. Paciência:
Não pode ele, sem prejuízo sério para o seu trabalho, atirar-se sofregamente ao interrogatório do Espírito manifestante. Tem que ouvir, aturar desaforos e impropérios, agressões verbais e impertinências. Tem que aguardar o momento de falar. (p.84)
2. Sensibilidade:
[...] que o levará a sentir pacientemente o terreno estranho, difícil e desconhecido em que pisa, as reações do Espírito, procurando localizar os pontos em que o manifestante, por sua vez, seja mais sensível e acessível.
3. Tato:
[qualidade pessoal] segundo a qual, vamos, pela observação cuidadosa, serena, nos informando de determinada situação ou acontecimento, até que estejamos seguros de poder tomar uma posição ou uma decisão sobre o assunto.
4. Energia:
[...] que deve ser controlada e oportuna. [...] que não pode ser contundente nem agressiva. [...] e o momento tem que ser o certo. Nem antes, nem depois da oportunidade.
5. Vigilância:
[...] quanto aos seus próprios sentimentos e pensamentos, quanto às suas suposições e intuições, quanto ao que contem nas entrelinhas do que diz o manifestante, quanto ao que ocorre à sua volta, com os demais componentes do grupo, quanto à sua própria conduta [...] no seu proceder diário. [...] O doutrinador precisa servir em estado de alerta constante. (p. 85)
6. Humildade:
[...] A princípio, para aceitar as ironias, agressões e impertinências dos pobres irmãos atormentados. Depois [...] para não assumir a atitude do vencedor que pisa na garganta do vencido, para mostrar o seu poder e confirmar a sua vaidade e seu orgulho.
[...] é necessária, também, quando não conseguimos convencer o companheiro infeliz. (p. 87)
7. Destemor:
[...] em trabalho mediúnico, temos que ser destemidos, sem ser temerários. Coragem não é o mesmo que imprudência. (p. 88-89)
Nada de temores infundados. Sofremos apenas aquilo que está nos nossos compromissos espirituais, e não em decorrência do trabalho de desobsessão. [...] O trabalho está sob a proteção de forças positivas e abençoadas. (p. 89)
8. Prudência:
[...] mais uma das aptidões necessárias ao  bom desempenho do trabalho mediúnico, em geral, e do doutrinador, em particular [pois] A proteção existe, mas não para dar cobertura à imprudência , à irresponsabilidade.
(p. 90)

Devemos lembrar ainda que:
§  [...] o doutrinador é, usualmente, o pára-raios predileto do grupo [...];
§  [...] Disciplina não é sinônimo de ditadura. (p. 91)
§  Precisa [o doutrinador] tratar a todos, médiuns ou não, com o mesmo carinho e compreensão, sem paternalismos e preferências, mas sem má vontade contra qualquer um dos membros da equipe. (p. 92)
http://espiritismojesus.blogspot.com.br/2012/05/resumo-de-capitulo-de-livro.html

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