Embarque em uma jornada de autodescoberta e transformação espiritual com nosso blog. Aqui, buscamos a meditação, a paz interior e a cura emocional como ferramentas para a busca de si mesmo. Nossos conteúdos abrangem temas que fazem bem a nosso espírito,histórias inspiradoras que iluminam o nosso caminho para a espiritualização. Celebramos a rica tapeçaria do conhecimento da vida,sem distinções.Apreciamos o belo,as trocas significativa, um espaço seguro para compartilhar, aprender e crescer.
sábado, 26 de outubro de 2013
AS DORES DA ALMA - MEDO
As Dores da Alma
Francisco do Espírito Santo Neto
Pelo espírito Hammed
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de
pensar e agir com espontaneidade.
Ao lançamos mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizamos
determinado lugar, vamos torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos
todas as nossas percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao
examiná-lo, estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso
olhar ligado a esse lugar específico.
Focalizar com a lanterna de nossas atenções os lugares, as
pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significa que estaremos
enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos
forneça.
“O Espírito unicamente vê e ouve o que quer: Dizemos isto de um
ponto de vista geral e, em particular; com referência aos Espíritos elevados
(...)” ([1])
A percepção é um atributo do espírito. Quanto maior o estado de
consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, que não
se limita apenas aos fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena.
Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o
nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, todavia, é necessário
saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e
para o lugar certo.
Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as
calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado
à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.
Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas
experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas
crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a
uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o
restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a
opinião que adotamos como “única verdade”, assustados e amedrontados entre
constantes atmosferas de receio e apreensão.
Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho,
focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar
em tomo deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas
forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de
pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos
atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.
Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências,
obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver
novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades,
estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.
As sensações do medo sobrecarregam as energias dos “chakras” do
plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no
estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos
afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos
centrados em nós mesmos.
Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções,
mas é, em verdade, nossa alma — a essência divina por meio da qual
testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.
Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as
criaturas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos.
Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e
tranquilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita
visão dos fatos e das pessoas.
Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas,
medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do
cotidiano — dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a
fim de analisá-los proveitosamente —, teremos metas sempre adequadas e seguras
que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou
ignorá-los.
Lembremo-nos de que “a beleza não está somente nas flores do
jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira”.
Modela e forma a nossa “sombra” tudo aquilo que nós não admitimos
ser, tudo o que não queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos
experimentar e tudo o que não reconhecemos como verdadeiro em nosso próprio
caráter. “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados
rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma,
permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade.
Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam
limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente
para sentir-nos emocionalmente seguros.
Presumimos que o “não ver” resulta em “não ter”. Em verdade, não
nos livramos de nosso lado recusado simplesmente porque fechamos os olhos para
ele, mas porque mesmo assim continuará a existir na “sombra” de nossa estrutura
mental. Incapaz de voar, o avestruz, embora seja uma das maiores aves, esconde
a cabeça no primeiro buraco que encontra à sua frente, quando acuado e
amedrontado. Esse comportamento do avestruz é uma metáfora adequada para
demonstrar o que tentamos fazer conosco, quando negamos certas realidades de
nossa natureza humana.
As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas.
Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de
nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existência, sem
ter nas mãos as rédeas de nosso destino. Ao assumirmos que são elementos
naturais de estrutura humana em evolução frieza/sensualidade, avareza/desperdício,
egoísmo/desinteresse, dominação/submissão, lassidão/impetuosidade, aí começa
nosso trabalho de autoconhecimento, a fim de que possamos descobrir onde erramos
e, a partir de então, encontrar o meio-termo, ou seja, não estar num extremo
nem no outro.
Muitas criaturas têm medo de si mesmas. Desvendar, gradativamente,
nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos,
proporciona-nos uma base sólida de autoconfiança.
O ato de arrependimento nada mais é do que perceber; nosso lado
inadequado. É admitir para nós mesmos que identificamos nosso comportamento
inconveniente e que precisamos mudar nossas atitudes diante das pessoas e do
mundo. Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de
certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os
para fora ou reprimindo-os em nossa “sombra”.
Arrependimento quer dizer pesar, ou mudança de opinião por alguma
falta cometida, vocábulo de uso habitual nas lides religiosas. Tomar
consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida
exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos. A
nosso ver, ambos os termos nos levam à mesma causa.
O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se
arrependeu é porque examinou suas profundezas e descobriu que seus desejos e
tendências nada mais são que impulsos comuns a todos os seres humanos. Quem se
arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor
nem pior do que os outros.
Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredimos
espiritualmente.
O espírito São Luís é taxativo quando diz que todos os espíritos
se arrependerão um dia: “Há-os de arrependimento muito tardio,. porém,
pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que
a criança não pode tornar-se homem.” ([2])
As manifestações decorrentes de nossa “sombra” são projetadas por
nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas,
porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos
alcançam no dia-a-dia. Por acreditar que banimos de nossa intimidade
determinado princípio que nos gerava medo e baixa estima, é que fatalmente encontraremos,
logo em seguida, esse mesmo princípio materializando-se no mundo exterior, amedrontando-nos
e causando-nos desconforto.
Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos
compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida
de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais
que reprimimos em nossa “sombra”. Os tiques são compulsões motoras para aliviar
emoções e funcionam como verdadeiros “tapumes energéticos” para conter sentimentos
emergentes. A técnica funciona da seguinte maneira: enquanto o indivíduo se
distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por
considerá-lo feio e pecaminoso.
O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis
que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o
nosso crescimento interior. Muitos de nós continuamos, anos a fio, sentindo
temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e para evitar que
pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente.
O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados
inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas
faltas, da não admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo
energeticamente com o peso dos fardos do temor e do pânico.
Quando estamos envolvidos pelo temor, não conseguimos avançar.
Deixamos de ter ideias inéditas, de viver experiências interessantes e conhecer
novas criaturas. Dessa maneira, apesar de o “banquete da vida” sempre ser
oferecido a todos de forma semelhante e harmônica, ele passa despercebido.
Referindo-se à vida social, esclarece-nos a obra basilar da
Codificação: “Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente
a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação”. ([3])
Uma das manifestações do medo mais problemáticas para as criaturas
humanas é a denominada fobia social ou agorafobia. Etimologicamente, agorafobia
significa medo da praça (ágora = praça, palavra oriunda do grego). É o pavor de
fazer o que quer que seja em público.
Conceituamos fobia como sendo um medo superlativo e desmedido
transferido a indivíduos, lugares, objetos e situações que, naturalmente, não
podem provocar mal algum. Quando a agorafobia se torna crônica, começa a
atrapalhar a vida dos indivíduos em todas as áreas do relacionamento humano.
O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelos outros, pois
os comportamentos que mais temem são falar, comer e/ou beber diante de outras
pessoas, frequentar cursos, palestras, festas, cinemas, ou seja, qualquer
atividade social em lugares movimentados.
Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais
grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que
possuímos, herdadas muitas vezes na infância.
O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos
relacionamentos seguros e sadios. Esse sentimento produz uma necessidade de
estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos
mostrar-nos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que seremos
desprestigiados perante nossos companheiros e amigos. Dissimulamos
constantemente, fazemos pose e forçamos os outros a nos aceitar. Quanto mais o
tempo passa e permanecemos nessa atitude íntima, mais a insegurança se avoluma,
chegando a alcançar tamanha proporção que um dia passará a nos ameaçar.
Dessa forma, instala-se, gradativamente, a fobia social, ou seja,
o medo que desenvolvemos pelos outros, por tanto representar papéis e “scripts”
que não eram nossos.
Tabus, irrealidades, superstições, mitos, conceitos errôneos e
preconceituosos que assimilamos de forma verbal ou pelos gestos, abrangendo os
vários setores do conhecimento humano, como as regras sociais, as higiênicas,
as alimentares e as religiosas, são propiciadores de futuras crises das mais
variadas fobias.
Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais
autoritários e rudes que estabeleceram um regime educacional duro e implacável,
impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a
necessidade de mentir e fantasiar constantemente. Dessa maneira, elas passaram
a viver de forma que agradassem a todos numa enorme necessidade de aprovação e
numa atmosfera de insegurança. Tais crianças poderão desenvolver no futuro
fobias, cujas causas são a doentia preocupação com o desempenho sexual, o exagerado
cumprimento de obrigações impostas pela sociedade, uma megalomaníaca atuação
profissional, a fanática observância a crenças religiosas perfeccionistas e o
procedimento extremista de estar sempre correto em tudo que fala e faz.
O cortejo dos fenômenos fóbicos poderá ser oriundo de conflitos
herdados das existências passadas, dos sofrimentos expressivos vividos no plano
astral e dos assédios de entidades ignorantes, mas a matriz onde tudo sempre se
interliga e que deverá ser trabalhada e tratada é a consciência comprometida e
limitada dos indivíduos em desajuste mental.
O medo será sempre a lente que aumentará o perigo. Segundo a
excelência do pensamento de Tito Lívio, historiador latino nascido em 59 a. C.,
“quanto menor o medo, tanto menor o perigo”.
[1] Questão 250 – Constituindo elas atributos próprios do Espírito, ser-lhe-á possível
subtrair-se às percepções?
“O Espírito unicamente vê e ouve o que quer.
Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em particular com referência aos
Espíritos elevados, porquanto os imperfeitos muitas vezes ouvem e veem, a seu
mau grado, o que lhes possa ser útil ao aperfeiçoamento.”
[2] Questão 1007 – Haverá Espíritos que nunca se arrependem?
“Há os de arrependimento muito tardio; porém,
pretender-se que nunca se melhorarão fora negar a lei do progresso e dizer que
a criança não pode tornar-se homem.”São Luís
[3] Questão 766 – A vida social está em a Natureza?
“Certamente. Deus fez o homem para viver em
sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades
necessárias à vida de relação.”
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AS DORES DA ALMA - ILUSÃO
As Dores da Alma
Francisco do Espírito Santo Neto
Pelo espírito Hammed
A criatura humana modela suas reações emocionais através dos
critérios dos outros, estabelecendo para si própria metas ilusórias na vida.
Esquece-se, entretanto, de que suas experiências são únicas, como também únicas
são suas reações, e de que o constante estado de desencontro e aflição é
subproduto das tentativas de concretizar essas suas irrealidades.
Constantemente, criamos fantasias em nossa mente, bloqueamos nossa
consciência e recusamos aceitar a verdade. Usamos os mais diversos mecanismos
de defesa, seja de forma consciente, seja de forma inconsciente, para evitar ou
reduzir os eventos, as coisas ou os fatos de nossa vida que nos são
inadmissíveis. A “negação” é um desses mecanismos psicológicos; ela aparece
como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota. Portanto, negamos,
invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das sobrecargas emocionais.
Quanto mais sonhos ilógicos, mais cresce a luta para
materializá-los, levando certamente os indivíduos a se tornarem prisioneiros de
um círculo vicioso e, como resultado, a sofrerem constantes frustrações e uma
decepção crônica.
Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada de certas
pessoas em querer fazer tudo com perfeição, aliás, querer ser o “modelo
perfeito”. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora.
Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada manifestação
de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a interpretem como
uma rejeição pessoal.
O ser humano supercrítico tem uma necessidade compulsória de ser
considerado irrepreensível. Sua incapacidade de aceitar os outros como são é
reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua busca doentia da
perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas. O perfeccionismo
é, por certo, a mais comum das ilusões e, inquestionavelmente, uma das mais
catastróficas, quando interfere nos relacionamentos humanos. Uma pessoa
perfeita exigirá apenas companheiros perfeitos.
A sensação de que podemos controlar a vida de parentes e amigos
também é uma das mais frequentes ilusões e, nem sempre, é fácil diferenciar a
ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender.
A ação de controlar os outros se transforma, com o passar do
tempo, em um nó que estrangula, lentamente, as mais queridas afeições. Se
continuarmos a manter essa atitude manipuladora, veremos em breve se extinguir
o amor dos que convivem conosco. Eles poderão permanecer ao nosso lado por
fidelidade, jamais por carinho e prazer.
Em outras circunstâncias, agimos com segundas intenções,
envolvendo criaturas que nos parecem trazer vantagens imediatas. Em nossos
devaneios e quimeras, achamos que conseguiremos lograr êxito, mas, como sempre,
todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto. Quando isso
acontece, indignamo-nos, incoerentemente, contra a pessoa e não contra a nossa
auto-ilusão.
Escolhemos amizades inadequadas, não analisamos suas limitações e
possibilidades de doação, afeto e sinceridade e, quando recebemos a pedra da
ingratidão e da traição por parte deles, culpamo-los. Certamente, esquecemo-nos
de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas deem o
que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir.
Gostamos de alguém imensamente e alimentamos a ideia de
que esse mesmo alguém pudesse corresponder ao nosso amor e, assim, criamos
sonhos românticos entre fantasias e irrealidades.
As histórias infantis sobre príncipes encantados socorrendo lindas
donzelas em perigo são úteis e benéficas, desde que não se transformem em
ilusórias bases da existência. Elas podem incitar os delírios de uma espera
inatingível em que somente um “príncipe de verdade” tem o privilégio de merecer
uma” princesa disfarçada”, ou vice-versa.
A consciência humana está quase sempre envolvida por ilusões, que
impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por outro,
dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas.
Não culpemos ninguém pelos nossos desacertos, pois somos os únicos
responsáveis — cada um de nós — pela qualidade de vida que experimentamos aqui
e agora.
“O sentimento de justiça está em a Natureza (...) o progresso
moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus opôs no coração do
homem...” ([1])
Procuremos auscultar nossas percepções interiores, usando nossos
sentidos mais profundos e observando o que nos mostram as leis naturais
estabelecidas em nossa consciência. Confiar no sentimento de justiça que sai do
coração, conforme asseveram os Guias da Humanidade, é promover a independência
de nossos pensamentos e viver com senso de realidade. Aliás, são essas as características
mais importantes das pessoas espiritualmente maduras.
Estamos na Terra para estabelecer uma linha divisória entre a
sanidade e a debilidade; portanto, é imprescindível discernir o que queremos
forçar que seja realidade daquilo que verdadeiramente é realidade. Muitas
vezes, podemos estar nos iludindo a ponto de negar fatos preciosos que nos ajudariam
a perceber a grandiosidade da Vida Providencial trabalhando em favor de nosso
desenvolvimento integral.
As ilusões que criamos servem-nos, de certa forma, de defesas
contra nossas realidades amargas. Embora possam, por um lado, nos poupar das
dores momentaneamente, por outro, nos tornam prisioneiros da irrealidade. Para
possuir uma mente sã, é preciso que tenhamos a capacidade de aceitação da
realidade, jamais fugindo dela.
Muitos de nós conservam a ilusão de que a posse material
proporciona a felicidade; de que o poder e a fama garantem o amor; de que a
força bruta lhes protegerá de uma possível agressão; e de que a prática sexual
lhes daria uma integral gratificação na vida. Quase sempre, desenvolvemos essas
ilusões na infância com nossos pais, professores, outros parentes, como sendo
reais ensinamentos, quando, em verdade, não passam de crenças distorcidas de
indivíduos que tinham o dinheiro e o sexo como divindades supremas.
Mesmo quando crescidos e maduros, sentimos medo de abandoná-las.
Não será fácil renunciarmos a essas ilusões, se não nos conscientizarmos de que
a alegria e o sofrimento não estão nos fatos e nas coisas da vida, mas sim na
forma como a mente os percebe. Enquanto usarmos nossa mente, sem que ela esteja
ligada a nossos sentidos mais profundos, ficaremos agarrados a esses valores
ilusórios.
Às vezes, na denominada educação ou norma social, assimilamos as
ilusões dos outros como sendo realidades. Aprendemos, desde a mais tenra idade,
que certas emoções são ruins, enquanto outras são boas. Importa considerar, no
entanto, que as emoções são amorais e que senti-las é muito diferente do agir
com base nelas, eis quando passam a ser uma questão moral/social.
“Os costumes sociais não obrigam muitas vezes o homem a enveredar
por um caminho de preferência a outro (...) O que se chama respeito humano não
constitui óbice ao exercício do livre-arbítrio (...) São os homens e não Deus
quem faz os costumes sociais. Se eles a estes se submetem, é porque lhes
convêm. Tal submissão, portanto, representa um ato de livre-arbítrio (...)” ([2])
Colocar restrições às emoções é como querer segurar as ondas do
mar, enquanto colocar restrições ao comportamento humano é perfeitamente
possível e válido. São os comportamentos adequados que promovem o bem-estar dos
grupos sociais e, inquestionavelmente, são necessários à harmonia da
comunidade.
As emoções são simplesmente emoções. É importantíssimo aprendermos
a perdoar e sermos compreensivos, desde que façamos isso agindo por livre
escolha, não por medo ou por autonegação emocional. Na maioria dos casos, damos
a outra face, não por uma capacidade de livre expressão e consciência, mas
usando falsas atitudes de compreensão e espontaneidade.
Para que nossos atos e comportamentos sejam verdadeiros, as
emoções devem ser percebidas como são e totalmente reconhecidas pela nossa
personalidade, a fim de que nossa expressão seja natural, fácil e apropriada às
situações.
Identificar uma emoção é diferente de suportá-la. Na
identificação, nós a reconhecemos e, a partir daí, agimos ou não; suportar a
emoção significa ignorá-la ou simplesmente tentar eliminá-la.
Censurar as emoções é ilusão; seria o mesmo que censurar a própria
Natureza. Habitualmente, os pais costumam repreender o filho dizendo que não
deveria ter raiva ou medo. Por certo, condenam as crianças por essas emoções e
as obrigam a escondê-las, porém eles não conseguem extirpá-las. Ao punirem seus
filhos, por estes expressarem suas emoções naturais, talvez não estejam usando
o melhor método educativo. Não seria melhor ensinar-lhes os códigos do bom
comportamento social, deixando que seu modo de ser flua com naturalidade e
equilíbrio, sem anular a personalidade ou torná-los submissos?
Todos os seres humanos nascem com reações emocionais. Encontramos
nos bebês emoções de raiva, quando estão impedidos de andar, pegar, brincar, ou
seja, movimentar-se livremente. Verificamos também emoções de medo, quando
ficam sem apoio, quando se sentem abandonados ou diante de barulhos fortes.
Na infância, se as emoções forem impedidas de se manifestar, irão
ocasionar sérios danos no desenvolvimento psicoemocional do adulto,
constituindo-se-lhe um obstáculo para atingir a auto-segurança.
A raiva ou o medo são emoções que proporcionam um certo “estado de
alerta”, que nos mantêm despertos. Sem eles, ficamos impotentes e não
conseguimos proteger nossa integridade física nem a psicológica das ameaças que
enfrentamos na vida. São eles que nos orientam para a defesa ou para a fuga em
situações de risco.
Obviamente, não estamos fazendo alusão às emoções patológicas e
irracionais, mas àquelas que, naturais, são essenciais ao crescimento e
desenvolvimento dos seres humanos.
Nossos sentidos são tudo o que temos para perceber os recados da
vida; contê-los seria o mesmo que destruir o elo com nossa intimidade. Não
sentir é viver em constante ilusão, distanciado do verdadeiro significado da
vida. A repressão das emoções inibe o ritmo e a pulsação interna, limita a
vitalidade e reduz a percepção. Quando reprimimos uma emoção, por certo
estaremos reprimindo muitas outras. Ao reprimirmos nossas emoções básicas (medo
e raiva), certamente estaremos reprimindo também as emoções da afetividade.
Infelizmente, não conseguiremos lidar com as dificuldades e encontrar soluções,
se perdermos o contato com as leis da Natureza, aliás criadas por Deus e que
nos regem a todos. É mais produtivo para a evolução das almas acreditar naquilo
que se sente do que nas palavras que se ouvem.
[1] Questão 873 – O sentimento de justiça está em a Natureza, ou é resultado de ideias
adquiridas?
“Está de tal modo em a Natureza, que vos
revoltais à simples ideia de uma injustiça. É fora de dúvida que o progresso
moral desenvolve esse sentimento, mas não o dá. Deus o pôs no coração do homem.
Daí vem que, frequentemente, em homens simples e incultos se vos deparam noções
mais exatas de justiça do que nos que possuem grande cabedal de saber.”
[2] Questão 863 – Os costumes sociais não obrigam muitas vezes o homem a enveredar por
um caminho de preferência a outro e não se acha ele submetido à direção da
opinião geral, quanto à escolha de suas ocupações? O que se chama respeito
humano não constitui óbice ao exercício do livre-arbítrio?
“São os homens e não Deus quem faz os costumes
sociais. Se eles a estes se submetem, é porque lhes convêm. Tal submissão,
portanto, representa um ato de livre-arbítrio, pois que, se o quisessem,
poderiam libertar-se de semelhante jugo. Por que, então, se queixam?
Falece-lhes razão para acusarem os costumes sociais. A culpa de tudo devem
lançá-la ao tolo amor-próprio de que vivem cheios e que os faz preferirem
morrer de fome a infringi-los. Ninguém lhes leva em conta esse sacrifício feito
à opinião pública, ao passo que Deus lhes levará em conta o sacrifício que
fizerem de suas vaidades. Não quer isto dizer que o homem deva afrontar sem
necessidade aquela opinião, como fazem alguns em quem há mais originalidade do
que verdadeira filosofia. Tanto desatino há em procurar alguém ser apontado a
dedo, ou considerado animal curioso, quanto acerto em descer voluntariamente e
sem murmura!; desde que não possa manter-se no alto da escala.”
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AS DORES DA ALMA - CRÍTICA
As Dores da Alma
Francisco do Espírito Santo Neto
Pelo espírito Hammed
No Evangelho de Lucas, capítulo VI, versículo 42, o Mestre propõe:
“Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o
argueiro que está no olho do teu irmão.”
Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber nos
outros, com certa facilidade, nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no
entanto, de vê-los em nós mesmos.
Dependendo do grau de distorção que fazemos dos fatos, para atender
a nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa intimidade o processo
da paranoia. Os paranoicos possuem uma característica peculiar: relacionam
qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo, desvirtuam
a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua
volta.
Quanto mais conscientizada for a criatura, tanto mais entende a
ordem das coisas e mais as questionará em seu simbolismo. Estar perfeitamente
harmonizado e centrado em tudo o que existe é o requisito primordial para
atingirmos a plenitude da vida.
Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos
em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é,
em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como somos.
Se, na exterioridade, algo de inoportuno estiver ocorrendo conosco
ou chamando muito a nossa atenção, é justamente porque ainda não estamos em
total harmonia na interioridade. Significa que devemos analisar melhor e
estudar ainda mais a área correspondente ao nosso mundo íntimo.
Vejamos o que dizem os Embaixadores do Bem sobre quem analisa os
defeitos alheios: “Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e
divulgar porque será faltar com a caridade. Se o fizer para tirar daí proveito,
para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade...” (13)
Todas as maldades e eventos desagradáveis que visualizamos fora
são somente mensageiros ou intermediários que tomam consciente a nossa parte
inconsciente. Tudo o que, realmente, estamos vivenciando no presente é tudo
aquilo que estamos precisando neste momento.
Lemos a respeito de um assunto e logo atraímos criaturas que
também se interessam pelo mesmo tema. Impressionamo-nos com um artigo de
revista e, logo em seguida, sem nunca comentar esse fato com ninguém, aparecem
pessoas nos presenteando com livros que abrangem essa matéria.
Esse encadeamento de fatos ou “elos do acaso” tem sua razão de
ser, pois se baseia na lei das atrações ou das afinidades. Portanto, todo
conhecimento, informação, acontecimento ou aproximação de que verdadeiramente
precisamos, por certo, vivenciaremos.
“... Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de
vós não poderão dizer o mesmo...” ([1])
Nossas afirmações diante da vida retomarão sempre de maneira
inequívoca. Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes,
mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões.
Os efeitos sonoros do eco são reflexões de ondas que incidem sobre
um obstáculo e retomam ao ponto de origem. Analogamente, poderemos entender o
mecanismo espiritual de funcionamento da lei de ação e reação em nossas
existências. Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre
nós mesmos; são “veredictos” resultantes de nossas apreciações e estimativas
vivenciais.
Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de
confiança em nós mesmos, e não nos outros. Por isso:
— se criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar
vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar.
— se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado
alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade;
— se desconfiamos de que as pessoas querem nos controlar,
provavelmente não estamos na posse do comando de nossa r vida interior;
— se condenamos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos
sendo leais com nossas próprias vocações e ideais;
Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre alguma coisa ou pessoa
não resolve a nossa problemática existencial. Somente quando reconhecermos
nossas “traves” — dispositivos interiores que limitam nossa marcha evolutiva —
é que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes
de infelicidade, que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.
Os dicionários definem crítica como sendo um exame detalhado que
visa a salientar as qualidades ou os defeitos do objeto a ser julgado. É comum
encontramos alguém criticando o trabalho de outro sem tê-lo vivenciado
pessoalmente, isto é, desaprovando o que nem sequer tentou fazer. Tudo isso faz
parte da incoerência humana.
A crítica nociva é característica de indivíduos que não realizam
nada de importante, não enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. Ficam
sentados, observando o que as pessoas dizem, fazem e pensam para, depois,
filosofar improdutivamente sobre as realizações alheias, usando suas elucubrações
dissociadas do equilíbrio. As discordâncias são perfeitamente saudáveis e
normais, desde que estejam fundamentadas em fatos concretos e não nos vapores
das suposições ou das projeções da consciência.
Há quem diga que a crítica é profissionalizada, por ser um meio
fácil e rentável para destacar os incapazes e inabilidosos, tomando-os pessoas
importantes e formidáveis. Porém, não por muito tempo.
Os verdadeiros realizadores deste mundo não têm tempo para
censuras e condenações, pois estão sempre muito ocupados na concretização de
suas tarefas. Ajudam os fracos e inexperientes, ensinando os que não são
talentosos, em vez de maldizê-los.
A crítica pode ser construtiva e útil. Cada um de nós pode,
livremente, optar entre o papel de ironizar e o de realizar.
A crítica pode ser empregada como forma de inocentar-nos da
responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir nossas frustrações
e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais.
Em verdade, para se viver com equilíbrio mental, emocional e
social, é necessário, acima de tudo, respeitar os direitos dos outros, assim
como queremos que os nossos sejam respeitados.
De acordo com o pensamento da Espiritualidade Maior: “Da
necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações
especiais (...) a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus
semelhantes (...) Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a
lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da
confusão em que vivem as sociedades humanas.” ([2])
As “represálias” evidenciadas nesta questão podem ser i
consideradas como as desforras ou as vinganças que, comumente, os indivíduos
fazem através de críticas, injúrias, sátiras e depreciações. Nesse tema, é
oportuno ressalvar que, em muitas ocasiões, em decorrência das emoções patológicas,
é perfeitamente possível pessoas sentirem-se humilhadas, vendo atitudes de
arrogância e insulto onde não existem.
No mundo interior dos críticos implacáveis, pode existir uma
intimidação, originalmente adquirida na infância, em virtude da autoridade e
ameaça dos pais. Vozes do passado eco em suas mentes, solicitando,
insistentemente, que sejam “pontuais e infalíveis”, “exatos e bem informados”,
“super-responsáveis e controlados”.
As exigências do pretérito criaram-lhes um padrão de comportamento
mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo com que
projetem tudo isso sobre os outros. O medo de cometerem erros e o fato de
desconfiarem de si mesmos, conferem-lhes uma existência ambivalente. Vivem, ao
mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade. Além do
mais, quem critica imagina-se sensacional e em vantagem.
Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos. Exteriorizam
e transferem toda essa sensação de autoacusação, condenando os outros. Essa
operação emocional funciona como uma válvula de escape, a fim de compensar a
autoperseguição e aplacar as cobranças convulsivas do seu mundo interior.
Os críticos são especialistas em detectar e resolver os problemas
que não lhes dizem respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade
em aceitar a sua própria problemática existencial.
A Lei Divina nos dá o livre-arbítrio para escolhermos e
concretizarmos nosso programa de aprendizagem, ou seja, livre opção para
elegermos o caminho a ser percorrido, para expandirmos nossa consciência. O
plano de instrução nos oferecerá duas possibilidades básicas, a saber: a aprendizagem
consciente e a inconsciente.
A aprendizagem consciente é aquela em que estamos prontos para
agir e resolver as coisas, mediante uma assimilação atuante ou uma participação
voluntária.
A aprendizagem inconsciente é a que entrará em vigor,
automaticamente, quando desprezamos, conscientemente, a resolução e compreensão
do nosso roteiro de instrução. Em resumo: o sofrimento sempre entra em ação,
quando não aprendemos espontaneamente.
O crítico, por vigiar e espreitar sem interrupção os problemas
alheios, permanece inconsciente e imobilizado em relação à própria aprendizagem
evolucional; portanto, sua possibilidade de integralizar novos conceitos e
experiências é quase nula. Quanto mais ele projeta a culpa e a acusação ao
mundo exterior, recusando cumprir sua aprendizagem conscientemente, mais
sofrerá com os reflexos de suas atitudes. Jesus Cristo, conhecendo os traços de
caráter da humanidade terrena em evolução, advertiu-os: “Ouvi-me, vós todos, e
compreendei. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar;
mas o que sai dele, isso é que contamina o homem.” ([3])
A tendência em julgar e criticar os outros, com intenção maldosa, recebe a
denominação de malícia; em outras palavras, o indivíduo nessas condições vê os
outros com os olhos da “própria maldade”.
[1] Questão
903 – Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?
“Incorrerá em
grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar; porque será faltar com a
caridade. Se o fizer; para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo
poderá ser-lhe de alguma utilidade. Importa, porém, não esquecer que a
indulgência para com os defeitos de outrem é uma das virtudes contidas na
caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não
poderão dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas aos
defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse o meio de vos tornardes
superiores a ele. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos; se o ser
orgulhoso, sede humildes e modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o
proceder com pequenez, sede grandes em todas as vossas ações. Numa palavra,
fazei por maneira que se não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: “Vê o
argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio.”
[2] Questão 871 – Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe
obrigações especiais?
“Certo e a primeira de todas é a de respeitar os
direitos de seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos procederá
sempre com justiça. Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a
lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da
confusão em que vivem as sociedades humanas. A vida social outorga direitos e
impõe deveres recíprocos.”
[3] Marcos 7: 4 e 15
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SEGUNDO O ESPIRITISMO,
SOFRIMENTO,
VISAO ESPIRITA
AS DORES DA ALMA - IRRESPONSABILIDADE
As Dores da Alma
Francisco do Espírito Santo Neto
Pelo espírito Hammed
Não é coerente que cada um de nós trabalhe para alcançar a própria
felicidade? Não é lógico que devemos nos responsabilizar apenas por nossos
atos? Não nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos,
exclusivamente, pelas nossas obras?
Fazer os outros seguros e felizes é missão impossível de realizar,
se acreditarmos que depende unicamente de nós a plenitude de sua concretização.
Se assim admitimos, passamos, a partir de então, a esperar e a cobrar
retribuição; em outras palavras, a reciprocidade. Não seria mais fácil que cada
um de nós conquistasse sua felicidade para que depois pudesse desfrutá-la,
convivendo com alguém que também a conquistou por si mesmo? Qual a razão de a
ofertarmos aos outros e, por sua vez, os outros a concederem a nós? Por certo,
só podemos ensinar ou partilhar o que aprendemos.
Assim disse Pedra, o apóstolo: “Não tenho ouro nem prata; mas o
que tenho, isso te dou.” ([1])
Dessa maneira, vivemos constantemente colocando nossas
necessidades em segundo plano e, ao mesmo tempo, nos esquecendo de que a maior
de todas as responsabilidades é aquela que temos para com nós mesmos.
Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto
de nossas atitudes internas. A princípio, podemos relutar para assimilar e
entender esse conceito, porque é melhor continuarmos a acreditar que somos
vítimas indefesas de forças que não estão sob o nosso controle. Efetivamente,
somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.
“Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido
que se dá a este vocábulo? (...) são predeterminados? E, neste caso, que vem a
ser do livre-arbítrio?”, pergunta Kardec aos Semeadores da Nova Revelação. E
eles respondem: “A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito
fez, ao encarnar (...) Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de
destino...” ([2])
É inevitável para todos nós o fato de que vivemos, invariavelmente,
escolhendo. A condição primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para que
possamos viver, toma-se indispensável escolher sempre. Nossa existência se faz
através de um processo interminável de escolhas sucessivas.
Eis aqui um fato incontestável da vida: o amadurecimento do ser
humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo.
Entretanto, há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino
cruel e censuram tudo e todos, menos eles mesmos. Recusam, sistematicamente, a
responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa às circunstâncias e
às pessoas, bem como não reconhecem a conexão existente entre os fatos
exteriores e seu comportamento mental. No íntimo, essas pessoas não definiram
limites em seu mundo interior e vivem num verdadeiro emaranhado de energias
desconexas. Os limites nascem das nossas decisões profundas sobre o que
acreditamos ser nossos direitos pessoais.
Nossas demarcações estabelecem nosso próprio território, cercam
nossas forças vitais e determinam as linhas divisórias de nosso ser individual.
Há um espaço delimitado onde nós terminamos e os outros começam.
Algumas criaturas aprenderam, desde a infância, o senso dos
limites com pais amadurecidos. Isso os mantém firmes e saudáveis dentro de si
mesmas. Outras, porém, não. Quando atingiram a fase adulta, não sabiam como
distinguir quais são e quais não são suas responsabilidades. Muitas construíram
muros de isolamento que as separaram do crescimento e da realização interior,
ou ainda paredes com enormes cavidades que as tomaram suscetíveis a urna
confusão de suas emoções com as de outras pessoas.
Limites são o portal dos bons relacionamentos. Têm como objetivo
nos tomar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes de nos
aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los. Visam também evitar que
sejamos constrangidos a não confiar em nós mesmos.
Ser responsável implica ter a determinação para responder pelas
consequências das atitudes adotadas.
Ser responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir
uma real compreensão dos acertos e dos desenganos.
Ser responsável é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a
razão do próprio querer.
Não existem “vítimas da fatalidade”; nós é que somos os promotores
do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.
Aceitar o princípio da responsabilidade individual e estabelecer
limites descomplica nossa vida, tomando-nos cada vez mais conscientes de tudo o
que acontece ao nosso derredor.
Escolhendo com responsabilidade e sabedoria, poderemos transmutar,
sem exceção, as amarguras em que vivemos na atualidade. A auto-responsabilidade
nos proporcionará a dádiva de reconhecer que qualquer mudança de rota no
itinerário de nossa “viagem cósmica” dependerá, invariavelmente, de nós.
Nosso modo de pensar atrai nossas experiências, pois pensar é um
contínuo ato de escolher. Evitar não pensar é também uma escolha; portanto,
somos nós que fabricamos as fibras que confeccionarão a textura da nossa
existência.
Quando selecionamos um determinado comportamento, cujo resultado é
possível prever, estamos também escolhendo esse mesmo resultado e, obviamente,
devemos aceitar a responsabilidade de tal fato.
Somos responsáveis pela maneira como nos relacionamos com as
pessoas, isto é, cônjuges, filhos, parentes, amigos e conhecidos, porque,
certamente, ninguém nos obriga a agir desta ou daquela forma, mas, se assim
acontecer, é porque nós mesmos cedemos diante da exigência dos outros.
Considerando que nossas atitudes são como grãos de areia, o
repetindo-as, com certa regularidade, criaremos pequenos montes. Tudo se inicia
com diminutos grãos de areia. Inicialmente, formam uma colina, logo depois, um
morro e, com a constante repetição dessas mesmas atitudes, erguem-se enormes
montanhas e, finalmente, uma cordilheira.
Somos responsáveis por tudo o que experimentamos em nós mesmos;
enfim, criamos nossa própria realidade.
“Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que não se
deem acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente? Pode-o, se essa
aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na sequência da vida que
ele escolheu...” ([3])
Assim sendo, os Espíritos Sábios afirmam que a mudança de nosso
destino somente ocorre quando, realmente, assumimos a responsabilidade por
nossa vida, usando de determinação e vontade. Essa transformação, entretanto,
não é realizada de um momento para o outro, ou mesmo, não se trata de um
simples querer caprichoso; em verdade, é o produto de uma sequência de escolhas
ao longo de inumeráveis experiências e acontecimentos.
O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e,
constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é
denominado imaturo.
O homem adulto se caracteriza pelo fato de que ele próprio
delimita seu código de conduta moral, já alcançou um certo grau de
independência interior e faz seus julgamentos baseado em sua autonomia.
Os amadurecidos atingiram um bom nível de relacionamento consigo
mesmos e, consequentemente, com os outros; por isso, resolvem facilmente tanto
os conflitos internos como os externos. Dessa maneira, assumem as
responsabilidades que lhes competem e estão despertos para a realidade.
A fase primordial da vida se inicia na total inconsciência e, a
partir de então, o princípio inteligente progride de maneira gradativa e
constante rumo a uma cada vez maior consciência de si, isto é, à crescente
iluminação de suas faculdades e atividades íntimas. As criaturas começam a
notar primeiramente os princípios que lhes parecem vir de fora e, depois, no
decorrer de seu progresso espiritual, percebem que tudo se encontra em sua
intimidade. Não é o mundo que se transforma; o que acontece é que elas mudam de
níveis de consciência, alterando o mundo em si mesmas.
Em virtude disso, o emérito pensador e escritor espírita Léon
Denis resumiu e estruturou, de modo coerente e homogêneo, que o psiquismo dorme
no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no hominal e, por fim,
atinge vasta habilidade intuitiva na fase angelical, dando prosseguimento a seu
processo evolutivo pelo universo infinito.
A proposta do “despertar” das almas é antiquíssima e é encontrada
em diversas passagens do Novo Testamento. O apóstolo Paulo, o incomparável
divulgador da Boa Nova, escrevendo aos Efésios, no capítulo V; versículo 14,
assim se reporta: “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos...” ([4])
Despertar, entretanto, é condição inadiável para que atinjamos as
verdades transcendentes, reavivando em nós a consciência para os objetivos
essenciais da eternidade.
Todos os esforços da criatura servem a um único objetivo: torná-la
mais consciente, isto é, ampliar o seu próprio modo de ver as coisas. Não nos
esqueçamos, pois, de que a evolução de nossas almas nada cria de novo; o que
ela faz é melhorar, progressivamente, nossa visão sobre aquilo que sempre
existiu.
Sobre essa questão, os Espíritos Superiores asseveram, com muita
sabedoria, que a alteração no rumo dos acontecimentos, provocada pelo homem,
pode dar-se “... se essa aparente mudança na ordem dos fatos tiver cabimento na
sequência da vida que ele escolheu...”. Portanto, não poderá haver maturidade
vivencial sem que o indivíduo se conscientize plenamente de seu livre-arbítrio
e de que tudo o que sofre, goza, percebe e experimenta nada mais é do que o
reflexo de si mesmo.
[1] Atos 3:6
[2] Questão 851 – Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que
se dá a este vocábulo? Quer dizer: todos os acontecimentos são predeterminados?
E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que
o Espírito fez, ao encarnar; desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a,
instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição
em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às
provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto
ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo fraquejar,
um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre ele de
maneira a dominar-lhe a vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior;
mostrando-lhe, exagerando aos seus olhos um perigo físico, o poderá abalar e
amedrontar. Nem por isso, entretanto, a vontade do Espírito encarnado deixa de
se conservar livre de quaisquer peijas.”
[3] Questão 860 –
Pode o homem, pela sua vontade e por seus atos, fazer que se não deem
acontecimentos que deveriam verificar-se e reciprocamente?
“Pode-o, se essa aparente mudança na ordem dos fatos
tiver cabimento na sequência da vida que ele escolheu. Acresce que, para fazer
o bem, como lhe cumpre, pois que isso constitui o objetivo único da vida,
facultado lhe é impedir o mal, sobretudo aquele que possa concorrer para a
produção de um mal major.”
[4] Efésios 5:14
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AS DORES DA ALMA - CRUELDADE,
AUTOCRUELDADE,
AUTOPRISAO,
COVARDIA,
HAMMED,
OPRESSAO,
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SEGUNDO O ESPIRITISMO,
SOFRIMENTO,
VISAO ESPIRITA
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