sexta-feira, 15 de março de 2013

ESPIRITISMO E ECOLOGIA




Diretrizes para implementar


Porque nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?”, ao que a espiritualidade responde: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se …”
Livro dos Espíritos, cap. V, q.705
Por que Saber Ambiental?
Segundo o Enrique Leff, o saber ambiental desemboca no terreno da educação, questionando os paradigmas estabelecidos e abastecendo as fontes e mananciais que irrigam o novo conhecimento, vai descobrindo as relações de poder que atravessam as correntes do saber em temáticas emergentes, para despontar na qualidade de vida como fim último do desenvolvimento sustentável e do sentido da existência humana.
A construção deste novo saber remete a uma pergunta sobre o mundo, sobre o ser e o saber, implicando em uma transformação do conhecimento e das práticas educativas para uma nova racionalidade que orientam a construção de um mundo de sustentabilidade, de equidade, de democracia. “É um re-conhecimento do mundo que habitamos” [Enrique Leff, 2003].
rograma Saber Ambiental
Quando buscamos o entendimento e a vivência espírita, surge-nos, consequentemente, a consciência planetária, pois estamos aqui e agora neste planeta onde todos que o habitam passam pelo processo regenerador. Temos, também, muito clara a responsabilidade de cuidarmos de um cenário e de um espaço que acolherá as nossas futuras encarnações, bem como as de milhares de espíritos que seguem o fluxo do aprendizado reencarnatório. Diante disso, o Espiritismo tem um dever fundamentalmente de contribuir para uma reflexão profunda sobre nossa ação em relação aos bem naturais que nos foram oferecidos como recursos para nossa sobrevivência; por outro lado, poderá sugerir a proposição de comportamentos, pensamentos e atitudes que impulsionem a vida harmônica do planeta.
O Programa Saber Ambiental vem contribuir com a Federação Espírita do Rio Grande do Sul, nessa reflexão e consequentemente, na sociedade contemporânea em que está inserida.
Objetivo Geral
Sensibilizar o movimento espírita para a sua missão de contribuir na transformação da Realidade Ambiental do Planeta Terra, aportando e disseminando seus conhecimentos doutrinários, e ampliando os paradigmas de compreensão da necessidade de cuidarmos dessa Casa que nos acolhe na trajetória de experiências rumo ao progresso espiritual pela via da reencarnação. 
Alguns dos Objetivos Específicos
  • orientar os centros espíritas para a necessidade de cuidarmos do meio ambiente com a finalidade de cooperarmos com uma vida sustentável no planeta para nós e para as gerações futuras;
  • estudar e debater mais em detalhe os temas ambientais sob a ótica espírita;
  • desenvolver campanhas e eventos que visem melhorar as condições socioambientais.;
  • reduzir as impressões e correspondências, enfatizando o aspecto ecológico do correio eletrônico.
  • estimular a pesquisa nas obras básicas e demais obras de excelência da Doutrina Espírita para melhor compreendermos a necessidade de cuidar do planeta e fundamentarmos as ações e as campanhas de sensibilidade ecológica;
  • promover uma ética ambiental alicerçada na fraternidade preconizada pelo Cristo e no sentido mais amplo de família universal que se pode apreender do Espiritismo.
Na prática, nos centro espíritas…
No intuito de auxiliar em ações que contribuam na implementação do Saber Ambiental nos centros espíritas, destacamos a seguir aspectos importantes a serem considerados e exemplos de ações. Há de se considerar sempre o contexto em que cada centro espírita está inserido – social, ambiental, geográfico, mobilizações e prioridades locais, entre outras.
1.        Respaldar e disseminar a proposta na instituição
As proposições e desdobramento de ações do Saber Ambiental deve ser reconhecido e acreditado pelas lideranças do Centro Espírita, permitindo espaço de diálogo a respeito do assunto, identificando uma ou mais pessoas que se identifiquem e estudem alternativas de ações. Enfim, apoiar e orientar conforme as diretrizes administrativas é fundamental.
  • Oportunizar espaço para dialogar junto aos departamentos e setores, refletindo coletivamente quanto ao envolvimento de cada tarefa conforme especificidade – administração, comunicação, doutrinário, promoção social, família, evangelização…
  • Impulsionar equipe, setor, assessoria, abrangendo a representatividade da casa, buscando apoio técnico de voluntários – pessoas físicas, instituições correspondentes, legislações, políticas públicas

Exemplificar o discurso
Além de apoiar, a administração do Centro Espírita deve dar o exemplo. A expressão “faça o que eu faço” valerá mais que muitas palavras. Isto é, inserir no dia a dia dos trabalhos, cuidados que reduzam o impacto ambiental, gerar novos hábitos e multiplica-los em muitos outros espaços, pois as pessoas que frequentam e trabalham no Centro, compõe lares, ambientais profissionais, lazer, escolas, universidades, levando consigo essa atitude.
  • Observar e consumir de forma consciente – energia, água, materiais para desenvolvimento das atividades, pois tudo que usamos está baseado em recursos naturais.
  • Pensar antes de produzir resíduos, reduzindo o consumo de materiais descartáveis , de papéis, de impressões, etc.
  •  Divulgar informações em meio virtual e murais, reduzindo o consumo de papel.
  • Adotar produtos e serviços que sejam coerentes – produtos de limpeza biodegradáveis, materiais gráficos, banners, faixas, que venham de uma lógica de reaproveitamento, reciclagem.
  • Separar os resíduos produzidos e destinar corretamente, observando as alternativas locais para benefício ambiental, social e econômico.
  • Incluir plantas nos ambientes do Centro Espírita, tornando-os mais agradáveis e influenciando a sensação de bem-estar, desde que observadas as características das plantas (toxicidade).
  •  Considerar o aspecto ambiental no uso de transporte para que possa ser compartilhado entre mais pessoas; de equipamentos que consumam menos energia; de construções que contemplem iluminação e ventilação natural e até mesmo, a partir de materiais que privilegiem o reaproveitamento e a reciclagem de outros materiais.
 Inter-relação doutrinária
Ao demonstrar na prática a atitude de cuidado social e ambiental, o Centro Espírita tem espaços importantes para levar seu público à reflexão da responsabilidade do cuidado com o ambiente em que mora, com sua região, com seu país, com o planeta como um todo, a partir de ações e escolhas diárias.
  • Incluir em palestras, refletindo questões do mundo contemporâneo à luz da doutrina.
  • Convidar facilitadores e dirigentes de grupos de estudos a revisarem e analisarem os programas de estudo – Ciede, ESDE, considerando o processo de reforma íntima, o cuidado com nossas vidas, com o espaço em que todos estamos vivendo.
  • Integrar obras da Doutrina Espírita e que contemplem a temática ambiental na livraria, na biblioteca.
  • Incluir aspectos de cuidado ambiental nas Preces e Irradiadores, contribuindo para psicosfera planetária e o agir mais atencioso aos seres e aos recursos naturais no dia a dia

Toda prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda a criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio de sentimento, transforma-se, gradativamente, em foco irradiante de energias da Divindade.”
Missionário da Luz – André Luiz



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