Diretrizes para implementar
“Porque nem sempre a terra produz bastante para fornecer ao homem o necessário?”, ao que a espiritualidade responde: “É que, ingrato, o homem a despreza! Ela, no entanto, é excelente mãe. Muitas vezes, também, ele acusa a Natureza do que só é resultado da sua imperícia ou da sua imprevidência. A terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se …”
Livro dos Espíritos, cap. V, q.705
Por que Saber Ambiental?
Segundo o Enrique Leff, o saber ambiental desemboca no terreno da educação, questionando os paradigmas estabelecidos e abastecendo as fontes e mananciais que irrigam o novo conhecimento, vai descobrindo as relações de poder que atravessam as correntes do saber em temáticas emergentes, para despontar na qualidade de vida como fim último do desenvolvimento sustentável e do sentido da existência humana.
A construção deste novo saber remete a uma pergunta sobre o mundo, sobre o ser e o saber, implicando em uma transformação do conhecimento e das práticas educativas para uma nova racionalidade que orientam a construção de um mundo de sustentabilidade, de equidade, de democracia. “É um re-conhecimento do mundo que habitamos” [Enrique Leff, 2003].
rograma Saber Ambiental
Quando
buscamos o entendimento e a vivência espírita, surge-nos, consequentemente, a
consciência planetária, pois estamos aqui e agora neste planeta onde todos que
o habitam passam pelo processo regenerador. Temos, também, muito clara a
responsabilidade de cuidarmos de um cenário e de um espaço que acolherá as
nossas futuras encarnações, bem como as de milhares de espíritos que seguem o
fluxo do aprendizado reencarnatório. Diante disso, o Espiritismo tem um dever
fundamentalmente de contribuir para uma reflexão profunda sobre nossa ação em
relação aos bem naturais que nos foram oferecidos como recursos para nossa
sobrevivência; por outro lado, poderá sugerir a proposição de comportamentos,
pensamentos e atitudes que impulsionem a vida harmônica do planeta.
O
Programa Saber Ambiental vem contribuir com a Federação Espírita do Rio Grande
do Sul, nessa reflexão e consequentemente, na sociedade contemporânea em que
está inserida.
Objetivo Geral
Sensibilizar
o movimento espírita para a sua
missão de contribuir na transformação da Realidade Ambiental do Planeta Terra,
aportando e disseminando seus conhecimentos doutrinários, e ampliando os
paradigmas de compreensão da necessidade
de cuidarmos dessa Casa que nos acolhe na trajetória de experiências rumo ao
progresso espiritual pela via da reencarnação.
Alguns dos Objetivos
Específicos
- orientar os
centros espíritas para a necessidade de cuidarmos do meio ambiente com a
finalidade de cooperarmos com uma vida sustentável no planeta para nós e
para as gerações futuras;
- estudar
e debater mais em detalhe os temas ambientais sob a ótica espírita;
- desenvolver
campanhas e eventos que visem melhorar as condições socioambientais.;
- reduzir as
impressões e correspondências, enfatizando o aspecto ecológico do correio
eletrônico.
- estimular a
pesquisa nas obras básicas e demais obras de excelência da Doutrina
Espírita para melhor compreendermos a necessidade de cuidar do planeta e
fundamentarmos as ações e as campanhas de sensibilidade ecológica;
- promover uma
ética ambiental alicerçada na fraternidade preconizada pelo Cristo e no
sentido mais amplo de família universal que se pode apreender do
Espiritismo.
Na prática, nos centro
espíritas…
No
intuito de auxiliar em ações que contribuam na implementação do Saber Ambiental
nos centros espíritas, destacamos a seguir aspectos importantes a serem
considerados e exemplos de ações. Há de se considerar sempre o contexto em que
cada centro espírita está inserido – social, ambiental, geográfico,
mobilizações e prioridades locais, entre outras.
1.
Respaldar e disseminar a proposta na
instituição
As proposições e desdobramento de ações do Saber
Ambiental deve ser reconhecido e acreditado pelas lideranças do Centro
Espírita, permitindo espaço de diálogo a respeito do assunto, identificando uma
ou mais pessoas que se identifiquem e estudem alternativas de ações. Enfim,
apoiar e orientar conforme as diretrizes administrativas é fundamental.
- Oportunizar
espaço para dialogar junto aos departamentos e setores, refletindo
coletivamente quanto ao envolvimento de cada tarefa conforme
especificidade – administração, comunicação, doutrinário, promoção social,
família, evangelização…
- Impulsionar
equipe, setor, assessoria, abrangendo a representatividade da casa,
buscando apoio técnico de voluntários – pessoas físicas, instituições
correspondentes, legislações, políticas públicas
Exemplificar o discurso
Além
de apoiar, a administração do Centro Espírita deve dar o exemplo. A expressão
“faça o que eu faço” valerá mais que muitas palavras. Isto é, inserir no dia a
dia dos trabalhos, cuidados que reduzam o impacto ambiental, gerar novos
hábitos e multiplica-los em muitos outros espaços, pois as pessoas que
frequentam e trabalham no Centro, compõe lares, ambientais profissionais,
lazer, escolas, universidades, levando consigo essa atitude.
- Observar
e consumir de forma consciente – energia, água, materiais para
desenvolvimento das atividades, pois tudo que usamos está baseado em
recursos naturais.
- Pensar antes de produzir resíduos,
reduzindo o consumo de materiais descartáveis , de papéis, de impressões,
etc.
- Divulgar
informações em meio virtual e murais, reduzindo o consumo de papel.
- Adotar
produtos e serviços que sejam coerentes – produtos de limpeza
biodegradáveis, materiais gráficos, banners, faixas, que venham de uma
lógica de reaproveitamento, reciclagem.
- Separar
os resíduos produzidos e destinar corretamente, observando as alternativas
locais para benefício ambiental, social e econômico.
- Incluir plantas nos ambientes do
Centro Espírita, tornando-os mais agradáveis e influenciando a sensação de
bem-estar, desde que observadas as características das plantas
(toxicidade).
- Considerar o aspecto ambiental no
uso de transporte para que possa ser compartilhado entre mais pessoas; de
equipamentos que consumam menos energia; de construções que contemplem
iluminação e ventilação natural e até mesmo, a partir de materiais que
privilegiem o reaproveitamento e a reciclagem de outros materiais.
Inter-relação
doutrinária
Ao
demonstrar na prática a atitude de cuidado social e ambiental, o Centro
Espírita tem espaços importantes para levar seu público à reflexão da
responsabilidade do cuidado com o ambiente em que mora, com sua região, com seu
país, com o planeta como um todo, a partir de ações e escolhas diárias.
- Incluir
em palestras, refletindo questões do mundo contemporâneo à luz da doutrina.
- Convidar
facilitadores e dirigentes de grupos de estudos a revisarem e analisarem
os programas de estudo – Ciede, ESDE, considerando o processo de reforma
íntima, o cuidado com nossas vidas, com o espaço em que todos estamos
vivendo.
- Integrar
obras da Doutrina Espírita e que contemplem a temática ambiental na
livraria, na biblioteca.
- Incluir
aspectos de cuidado ambiental nas Preces e Irradiadores, contribuindo para
psicosfera planetária e o agir mais atencioso aos seres e aos recursos
naturais no dia a dia
“Toda
prece elevada é manancial de magnetismo criador e vivificante e toda a criatura
que cultiva a oração, com o devido equilíbrio de sentimento, transforma-se,
gradativamente, em foco irradiante de energias da Divindade.”
Missionário
da Luz – André Luiz
entalfergs.wordpress.com/diretrizes-para-implementar/
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