Obedeçamos
“Eu te escrevo certo da tua obediência e sabendo que faria ainda mais do que te peço”
Filêmon 1:21
Escrevendo ao companheiro, Paulo não afirma confiar na inteligência que pode envaidecer-se e desgovernar-se.
Nem na força que induz à mentira.
Nem no entusiasmo, suscetível de enganar a si próprio.
Nem no desassombro que, muita vez, é simples temeridade.
Nem no poder capaz de iludir-se.
Nem na superioridade, que costuma desmandar-se no orgulho.
O apóstolo confia na obediência.
Não na passividade-cegueira, que alimenta a discórdia e o fanatismo, mas na compreensão, que se subordina ao trabalho por devotamento ao bem de todos, enxergando, na felicidade alheia, a felicidade que lhe é própria.
Para que atinjas a comunhão com o Senhor, não é necessário te consagres ao incenso da adoração, admirando-o ou defendendo-o.
Obedece-lhe. Seguindo-lhe as recomendações, aperfeiçoarás a ti mesmo, pela cultura e pelo sentimento, e terás contigo o amor e a lealdade, a harmonia e o discernimento, a energia e a brandura, que garantem a eficiência do serviço a que foste chamado.
Saibamos, pois, obedecer ao Senhor, em nosso mundo íntimo, e aprenderemos a fazer mais pela vida do que a vida espera de nós.
(Reformador, set. 1955, p. 194)
***
Comentário de Haroldo Dutra Dias sobre o capítulo
Sete Minutos com Emmanuel, Carta a Filêmon, capítulo 1, versículo 21, comentário da Revista Reformador, Set. 1955, p. 194, e do Livro Segue-me, Capítulo intitulado: Obedeçamos – LEITURA DO VERSÍCULO – Eu te escrevo certo da tua obediência e sabendo que farás ainda mais do que te peço (Fil 1:21) – comenta o benfeitor:
Neste último comentário à Carta paulina endereçada a Filemon, Emmanuel aborda o tema da obediência, em belíssima página elaborada de modo artesanal, que lembra a técnica de composição dos poemas bíblicos – Quiasma – consistente em apresentar oposições temáticas construídas ao redor de oposições de palavras, os antônimos.
O verbo “confiar” destaca-se no primeiro parágrafo do texto, advertindo-nos do grave equívoco de acreditar incondicionalmente nos poderes da inteligência humana, que sempre pode envaidecer-se ou desgovernar-se, ao passo que o último parágrafo se estrutura em torno do verbo “obedecer”, convidando-nos a acatar as determinações do Senhor, em nosso mundo íntimo.
No episódio 11 do 7 Minutos, Emmanuel asseverou “quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos”.
Essa confiança, porém, não se traduz em passividade-cegueira, mas em comunhão com Deus, que se traduz em devotamento ao bem de todos, fruto do nosso amor e lealdade ao Todo-Poderoso.
A compreensão da sua vontade a nosso respeito é o seu alicerce.
A inteligência, a força, o entusiasmo, o desassombro, o poder, a superioridade podem desviar-se, quando estão a serviço do orgulho, do egoísmo e da ignorância.
Todavia, a obediência sincera, filha da cultura e do sentimento, do amor e da lealdade, da harmonia e do discernimento, da energia e da brandura, será capaz de garantir o êxito
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