sábado, 14 de setembro de 2013

A SÍNDROME DO PÂNICO! VISÃO ESPÍRITA!

O ar parece faltar, o coração fica acelerado, o suor empapa a roupa. Esses são apenas alguns sintomas de uma crise de Síndrome de Pânico, também caracterizada por boca seca, tremores, tonturas e um mal-estar geral, acompanhados pela sensação de que algo terrível irá acontecer. A pessoa sente que pode morrer ou enlouquecer nos minutos seguintes.
Esse transtorno é causado pela chamada ansiedade patológica. De acordo com os psicólogos, a ansiedade é um estado emocional natural, e é completamente normal o sentimento de querer antecipar o futuro para evitar perigos ou tentar controlar danos. O problema fica caracterizado quando essa ansiedade começa a causar sofrimento demais para a pessoa. A preocupação culmina nas crises, e a pessoa fica ainda mais ansiosa porque não sabe quando a próxima irá acontecer.
• Quais são as causas da síndrome do pânico? Orgânicas-genéticas ou espirituais (obsessivas)?

Resposta: A ciência oficial ainda não tem uma causa definida e clara para esta síndrome. Somos do parecer, pelos estudos que já fizemos, que o núcleo central da síndrome do pânico está na reencarnação translata, quando o indivíduo teve uma morte violenta e prematura, por acidente ou suicídio. Nas regressões de memórias que submetemos a alguns clientes com essa síndrome encontramos em todos uma morte traumática. A dificuldade em desvencilhar-se do corpo físico morto, sentindo as consequências de sua decomposição, fixa no perispírito das pessoas aquelas impressões desagradáveis que o corpo físico da seguinte reencarnação não consegue apagar. De uma maneira geral temos observado que pessoas que têm síndrome do pânico têm medo de cemitério e não gostam de frequentar velórios, ou seja, evitam inconscientemente aqueles locais aonde sofreram muito. Quanto à parte genética, há a possibilidade de transmissão autossômica dominante com reentrância parcial do gene do cromossomo 16.
• Como podemos viver em harmonia com alguém que sofre dessa síndrome?

Resposta: Primeiro entendendo que se trata de uma pessoa enferma necessitando de compreensão e apoio. Segundo, auxiliando-o em seu tratamento especializado.
• Gostaria de saber se a obsessão é sempre a causa desta síndrome, e se devemos tomar remédios controlados para amenizar as crises já que estes viciam e afetam o perispírito, e também sobre a terapia de regressão se é talvez o caminho para a cura?

Resposta: Primeiro há um engano na afirmação. Síndrome do pânico não tem, a nosso ver, como causa a obsessão. Isso é vicio de interpretação de espíritas mal informados que afirmam que tudo que um indivíduo sente em nível mental ou é obsessão ou mediunidade. Isso revela desconhecimento das obras de Kardec. Um processo obsessivo agrava um quadro de síndrome do pânico, mais isso não quer dizer que seja a etiologia da mesma. Quem tem síndrome do pânico necessita de tratamento especializado. Quanto ao fato dos medicamentos afetarem o perispírito, isso é uma verdade somente se o indivíduo usa o medicamento de maneira abusiva e não procura fazer nada que venha a modificar as suas atitudes diante da vida. A regressão de memória pode ser muito útil para o paciente portador dessa síndrome.
 A síndrome do pânico não deveria ser tratada como obsessão? Por que espíritas se refugiam na medicina quando não querem enfrentar a causa espiritual primária de muitas doenças?

Resposta: Não, porque não é simplesmente uma obsessão. Trata-se de uma nosologia médica com tratamento médico. Querer tratar problemas psicológicos e orgânicos somente com recursos espirituais é não aceitar a realidade e muitas vezes refugiar-se na doutrina espírita para não aceitar que está doente. O inverso também ocorre como você está dizendo. Têm muitos espíritas que se refugiam em consultórios médicos quando na realidade deveriam assumir as suas necessidades espirituais.
• Como diferenciar síndrome do pânico de uma influenciação, uma aproximação de alguma entidade espiritual?

Resposta: A síndrome do pânico apresenta sintomas característicos, embora alguns possam confundir com influência espiritual. Uma influência de tamanha proporção já está nas raias da obsessão e esta apresenta outras características. Os pesadelos persecutórios com despertar na madrugada com medo, insônia por medo de dormir, irritabilidades, constantes, crises de ansiedades sem outros sintomas físicos, mudanças de humor constantemente, ideias esquisitas invadindo a mente do indivíduo, aversões sem justificativas, pensamentos suicidas e outros quase sempre estão presentes nas obsessões.
 Teria a síndrome do pânico algum papel punitivo ou educativo na encarnação?

Resposta: Punitivo não porque Deus não pune os seus filhos que erram porque são ignorantes. Essa ideia de punição são resquícios de ideias religiosas da "psicologia do inferno". Educativas sim, pois todo sofrimento quando bem entendido tende a levar a conscientização da pessoa.
• Como ajudar uma pessoa com esses sintomas fora de um centro espírita? A terapia de regressão a vidas passadas não incorre em riscos para o paciente (se Deus nos deu a benção da amnésia parcial, será benefício relembrar certas vivências)?

Resposta: Aconselhando-a procurar um médico em primeiro lugar. Depois a orientando fazer uma revisão de como tem vivido. Procurar vincular-se a um trabalho voluntário em favor de alguém e não esquecer de buscar o hábito da oração. Quanto ao fato da regressão de memória a vivência passadas, costuma ser muito útil no tratamento destas pessoas. O esquecimento do passado é realmente uma benção, mas não impede que busquemos recursos para a solução dos nossos problemas hoje. O nosso "EU" superior só permitirá vir à consciência aqueles fatos que o nosso psiquismo de superfície já suporta elaborar. A mente tem os seus mecanismos de defesas, que protegem a integridade psíquica. Quando Emmanuel desaconselha vasculhar o passado, afirma isso nas questões de curiosidade e não para tratamento. Para tratamento somos do parecer que é válido desde que seja feito por profissional competente.
A síndrome do pânico à nossa experiência tem como provável causa uma morte traumática na reencarnação próxima passada. Geralmente por suicídio. No livro Memórias de um suicida, Camilo Castelo Branco descreve com rara felicidade os principais sintomas encontrados em tal síndrome. A dificuldade em desvencilhar-se do corpo vital quando de um desencarne abrupto provocado direta ou indiretamente pelo próprio indivíduo é que a nosso ver responde por todo cortejo de sensações estranhas que a pessoa sente. De uma maneira geral vários sintomas são confundidos com esta síndrome. 
Ansiedade, palpitação, mal estar e outros por si só não nos autoriza a dar este diagnóstico. A sensação de desrealização, despersonalização, medo de enlouquecer ou de morte eminente com a angústia de que ninguém pode ajudar, são para nós os principais sintomas dessa síndrome. Os pacientes em regressão de memória quando acessam estes momentos, nos revelam esses sentimentos. A dificuldade em desencarnar (não de morrer) é que trás esse sofrimento. A morte pode ser de várias maneiras: suicídio, enfarto, guerra, traumas vários, mas é a dificuldade em desvencilhar-se do corpo e ficar preso ao duplo etérico quando o corpo já está morto que é o grande problema. Ao reencarnar, o novo corpo não é capaz de abafar as sensações violentas do passado e por ressonância com vivências atuais, pode abrir-se uma janela dos passados e essas sensações podem materializar-se na vida atual. O momento da morte como do nascimento é muito importante para todos nós.
No livro AMOR, IMBATÍVEL AMOR, de Divaldo P. Franco, pelo espírito de Joanna de Angelis, o capítulo 48 versa exclusivamente sobre a Síndrome de Pânico, razão pela qual o transcrevemos na íntegra:
 “Em 1980 foi estabelecido como sendo uma entidade específica, diferente de outros transtornos de ansiedade, aquele que passou a ser denominado como síndrome de pânico, ou melhor elucidando, como transtorno de pânico, em razão de suas características serem diferentes dos conhecidos distúrbios.
A designação tem origem no deus Pan, da Mitologia grega, caracterizado pela sua fealdade e forma grotesca, parte homem, parte cabra, e que se comprazia em assustar as pessoas que se acercavam do seu habitat, nas montanhas da Arcádia, provocando-lhes o medo.
Durante muito tempo, esse distúrbio foi designado indevidamente como ansiedade, síndrome de despersonalização, ansiedade de separação, psicastenia, hipocondria, histeria, depressão atípica, agorafobia, até ser estudado devidamente por Sigmund Freud, ao descrever uma crise típica de pânico em uma jovem nos Alpes Suíços. Anteriormente, durante a guerra franco-austríaca de 1871, o Dr. Marion de Da Costa examinou pacientes que voltavam do campo de batalha apresentando terríveis comportamentos psicológicos, com crises de ansiedade, insegurança, medo, diarreia, vertigens e ataques, entre outros sintomas, e que foram denominados como coração irritável, por fim tornando-se conhecido como Síndrome de Da Costa, pela valiosa contribuição que ele ofereceu ao seu estudo e terapia.
A Síndrome de Pânico pode ocorrer de um para outro momento e atinge qualquer indivíduo, particularmente entre os 10 a 40 anos de idade, alcançando, na atualidade, expressivo índice de vítimas, que oscilam entre 1% e 2% da população em geral.
Na atualidade apresenta-se com alta incidência, levando grande número de pacientes a aflições inomináveis.
Existem fatores que desencadeiam, agravam ou atenuam essa ocorrência e podem ser catalogados como físicos e psicológicos.
Já não se pode mais considerar como responsável pelos distúrbios mentais e psicológicos uma causa unívoca, porém, uma série de fatores predisponentes como ambientais, especialmente no de pânico.
Entre os primeiros se destacam os da hereditariedade, que se responsabilizam pela fragilidade psíquica e pela ansiedade de separação. Tais fatores genéticos facultam o desencadear da predisposição biológica para a instalação do distúrbio de pânico. 
Por outro lado, os conflitos infantis, geradores de insegurança e ansiedade, facultam o campo hábil para a instalação do pânico, quando se dá qualquer ocorrência direta ou indireta, que se responsabiliza pelo desencadeamento da crise.
Acredita-se que a responsabilidade básica esteja no excesso de serotonina sobre o Sistema Nervoso Central, podendo ser controlada a crise mediante aplicação de drogas específicas tais como clonazepam, não obstante ainda seja desconhecido o efeito produzido em relação a esse neuro-receptor.
O surto ou crise é de efeitos alarmantes, por transmitir uma sensação de morte, gerando pavor e desespero, que não cedem facilmente.
 
A utilização de palavras gentis, os cuidados verbais e emocionais com o paciente não operam o resultado desejado, em razão da disfunção orgânica, que faculta a instalação da ocorrência, embora contribuam para fortalecer no enfermo a esperança de recuperação e poder trabalhar-se o psiquismo de forma positiva, que minora a sucessão dos episódios devastadores.
Não raro, o paciente, desestruturado emocionalmente e vitimado pela sucessão das crises, pode desenvolver um estado profundo de agorafobia ou derrapar em alcoolismo, toxicomania, como evasões do problema, que mais o agravam, sem dúvida.
É uma doença que se instala com mais frequência na mulher, embora ocorra também no homem, e não se trata de um problema exclusivamente contemporâneo, resultado do estresse dos dias atuais, em razão de ser conhecida desde a Grécia antiga, havendo sido, isto sim, melhor identificada mais recentemente, podendo ser curada com cuidadoso tratamento psiquiátrico ou psicológico, desde que o paciente se lhe submeta com tranquilidade e sem a pressa que costuma acompanhar alguns processos de recuperação da saúde mental.
O distúrbio de pânico encontra-se enraizado no ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos gens a necessidade da reparação dos delitos transatos que permaneceram sem justa retificação, porque desconhecidos da Justiça humana, jamais, porém, da divina e da própria consciência do infrator. Por isso mesmo, o portador de distúrbio de pânico não transfere por hereditariedade necessariamente a predisposição aos seus descendentes, podendo, ele próprio não ter antecessor nos familiares com essa disfunção explícita.
Indispensável esclarecer que, embora a gravidade da crise, o distúrbio de pânico não leva o paciente à desencarnação, apesar de dar-lhe essa estranha e dolorosa sensação.”
No livro AUTODESCOBRIMENTO: Uma busca interior, deDivaldo P. Franco, pelo espírito de Joanna de Angelis, capítulo 9 – Viciações Mentais, também há uma abordagem a respeito da Síndrome de Pânico, que transcrevemos a seguir:
 “No imenso painel dos distúrbios psicológicos, o medo avulta, predominando em muitos indivíduos e apresentando-se, quando na sua expressão patológica, em forma de distúrbio de pânico.

O medo, em si mesmo, não é negativo, assim se mostrando quando, irracionalmente, desequilibra a pessoa.
O desconhecido, pelas características de que se reveste, pode desencadear momentos de medo, o que também ocorre em relação ao futuro e sob determinadas circunstâncias, tornando-se, de certo modo, fator de preservação da vida, ampliação do instinto de autodefesa. Mal trabalhado na infância, por educação deficiente, o que poderia tomar-se útil, diminuindo os arroubos excessivos e a precipitação irrefletida, converte-se em perigoso adversário do equilíbrio do educando.

São comuns, nesse período, as ameaças e as chantagens afetivas: Se você não se alimentar, ou não dormir, ou não proceder bem, papai e mamãe não gostarão mais de você... ou  O bicho papão lhe pega, etc. A criança, incapaz de digerir a informação, passa a ter medo de perder o amor, de ser devorada, perturbando a afetividade, que entorpece a naturalidade no seu processo de amadurecimento, tomando o adolescente inseguro, e um adulto que não se sente credor de carinho, de respeito, e de consideração. A deformação leva-o às barganhas sentimentais – conquistar mediante presentes materiais, bajulação, anulando a sua personalidade, procurando agradar o outro, diminuindo-se e supervalorizando o afeto que anela.

A pessoa é, e deve ser amada, assim como é. Naturalmente, todo o seu empenho deve ser direcionado para o crescimento interior, o desenvolvimento dos recursos que dignificam: não invejando quem lhe parece melhor – pois alcançará o mesmo patamar e outros mais elevados, se o desejar – nem se magoando ante a agressividade dos que se encontram em níveis menores.
Por outro lado, em face das ameaças, o ser permanece tímido, procurando fazer-se bonzinho, não pela excelência das virtudes, mas por mecanismo de sobrevivência afetiva.

O medo, assim considerado, pode assumir estados incontroláveis, causando perturbações graves no comportamento.
Os fatores psicossociais, as pressões emocionais influem, igualmente, para tomar o indivíduo amedrontado, especialmente diante da liberação sexual, gerando temores injustificáveis a respeito do desempenho na masculinidade ou na feminilidade, que propiciam conflitos psicológicos de insegurança, a se refletirem na área correspondente, com prejuízos muito sérios.
Bem canalizado, o medo se transforma em prudência, em equilíbrio, auxiliando a discernir qual o comportamento ético adequado, até o momento em que o amadurecimento emocional o substitui pela consciência responsável.

Confunde-se o pânico como expressão do medo, quando irrompe acompanhado de sensações físicas: disritmia cardíaca, sudorese, sufocação, colapso periférico produzindo algidez generalizada. Essa sensação de morte com pressão no peito e esvaecimento das energias que aparece subitamente, desencadeada sem aparente motivo, tem outras causas, raízes mais profundas.

Na anamnese do distúrbio de pânico, constata-se o fator genético com alta carga de preponderância e especialmente a presença da noradrenalina no sistema nervoso central. É, portanto, uma disfunção fisiológica. Predomina no sexo feminino, especialmente no período pré-catamenial, o que mostra haver a interferência de hormônios, sendo menor a incidência durante a gravidez.
Sem dúvida, a terapia psiquiátrica faz-se urgente, a fim de que determinadas substâncias químicas sejam administradas ao paciente, restabelecendo-lhe o equilíbrio fisiológico.

Invariavelmente atinge os indivíduos entre os vinte e os trinta e cinco anos, podendo surgir também em outras faixas etárias, desencadeado por fatores psicológicos, requerendo cuidadosa terapia correspondente.
Há, entretanto, síndromes de distúrbio de pânico que fogem ao esquema convencional. Aqueles que têm um componente paranormal, como decorrência de ações espirituais em processos lamentáveis de obsessão.

Agindo psiquicamente sobre a mente da vítima, o ser espiritual estabelece um intercâmbio parasitário, transmitindo-lhe telepaticamente clichês de aterradoras imagens que se vão fixando, até se tornarem cenas vivas, ameaçadoras, encontrando ressonância no inconsciente profundo, no qual estão armazenadas as experiências reencarnatórias, que desencadeadas emergem, produzindo confusão mental até o momento em que o pânico irrompe incontrolável, generalizado. Dá-se, nesse momento, a incorporação do invasor do domicílio mental, que passa a controlar a conduta da vítima, que se lhe submete à indução cruel.

Cresce assustadoramente na sociedade atual essa psicopatologia mediúnica, que está requerendo sérios estudos e cuidadosas pesquisas.
As terapias de libertação têm a ver com a transformação moral do paciente, a orientação ao agente e a utilização dos recursos da meditação, da oração, da ação dignificadora e beneficente.

Quando a ingerência psíquica do agressor se faz prolongada, somatiza distúrbios fisiológicos que eliminam noradrenalina no sistema nervoso central do enfermo, requerendo, concomitantemente, a terapia especializada, já referida.
Mediante uma conduta saudável de respeito ao próximo e à vida, o indivíduo precata-se da interferência perniciosa dos seres espirituais perturbadores, adversários de existências passadas, que ainda se comprazem na ação perversa. Esse sítio que promovem, responde por inúmeros fenômenos de sofrimento entre os homens.

Não sendo a morte do soma o aniquilamento da vida, a essência que o vitaliza – o eu profundo – prossegue com suas conquistas e limitações, grandezas e misérias. Como o intercâmbio decorre das afinidades morais e psíquicas, fácil é constatar-se as ocorrências que se banalizam.
O medo, portanto, necessita de canalização adequada, e o distúrbio do pânico, examinada a sua gênese, merece os cuidados competentes, sendo passíveis de recuperação ambos os fenômenos psicológicos viciosos, a que o indivíduo se adapta, mesmo sofrendo.”
Dr. Jaider Rodrigues de Paulo, Médico Psiquiatra integrante da Associação Médico Espírita de Minas Gerais.

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