A LUZ DO SOL QUE É DEUS!!

A LUZ DO SOL QUE É DEUS!!
PAZ E ALEGRIA!!!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Quem tem medo dos Espíritos?

  ...
Há a história do rapaz que, embora afeito a orações e práticas religiosas, tinha muito medo dos Espíritos. Dotado de alguma sensibilidade, pressentia, não raro, a presença de seu pai desencarnado. Apavorava-se.
Um amigo espírita lhe dizia:
- Não tenha medo. É seu pai.
- Pode ser, mas virou assombração.
- É seu pai.
- Valha-me Deus! Que nunca o veja!...
Ele residia perto do cemitério, por onde era obrigado a passar para chegar à sua casa. E o fazia tenso, temeroso, principalmente à noite, quando o manto de mistério faz recrudescerem todos os temores.
Certa feita deixou uma festa por volta de meia-noite. Nas imediações do campo santo o medo o paralisou. Jamais se atreveriaa transitar sozinho pelo malfadado trecho, em hora tão tardia quando, segundo suas convicções, as almas andam soltas...
Abrigando-se num poste de luz ficou à espera de um salvador, alguém que fosse na mesma direção. Em breves momentos passou simpático velhinho.
- Boa noite!
- Boa noite, meu filho.
- Pode parecer-lhe estranho, mas posso acompanhá-lo até o outro lado do cemitério?
- Embora eu não seja nenhuma gentil donzela, tudo bem. Gosto de conversar.
Seguiram juntos, falando de trivialidades.
Ao passarem junto ao pesado portão que dava acesso ao cemitério, o rapaz explicou:
- Devo uma explicação. Pedi sua companhia porque tenho muito medo dos mortos...
O velhinho sorriu com benevolência.
- Compreendo bem o que é isso, meu filho. Eu também tinha muito medo dos mortos quando era vivo.

A história não diz se nosso herói caiu duro, desencarnado de susto ou simplesmente fugiu em velocidade de recordista.
De qualquer forma foi uma reação lamentável.
Ele enriqueceria muito sua existência se pudesse desenvolver e usar adequadamente sua sensibilidade, superando milenários temores que inibem nossas possibilidades de gratificantes experiências pessoais, no intercâmbio com o Além.

 
 
 
 
Quem Tem Medo dos spíritos

De Richard SimonettiCEAC EditoraSinopse:
"
A pouca familiaridade com o assunto, faz as pessoas temerem os Espíritos, sem atentarem à sua própria condição de seres espirituais encarnados.
Tratando da origem e destinação dos Espíritos, com os temas que lhes são decorrentes, o autor contribui para a superação desse atávico temor.
Fiel à orientação contida em “O Livro dos Espíritos”, discorre sobre os objetivos da jornada da jornada humana, ressaltando as oportunidades de edificação que ela oferece.
"

 
POSTADO POR MEL GAMA EM http://mensagenscadentes.blogspot.com.br/2010/05/quem-tem-medo-dos-espiritos.html

NOTA SOBRE A SAUDE DE ARTHUR TEIXEIRA

EM http://www.raulteixeira.org.br/

Quando a espiritualidade quiser isto se resolverá

Quando a espiritualidade quiser isto se resolverá
Isto é confiança na espiritualidade ou é preguiça mesmo?

Certamente você já deve ter ouvido várias pessoas dizerem frases mais ou menos assim:
- “Não se preocupe, quando a espiritualidade quiser, esse problema será resolvido”.
- “Fique tranqüilo, Jesus está no comando”.
- “Quando a espiritualidade achar que seja o momento, ela agirá”.
Há muitos espíritas que adoram dizer isto.
Vamos questionar em cima disto também?
Quer dizer, então, que não devemos nos preocupar com nada, não devemos tomar atitudes e ações para tentar solucionar os problemas, simplesmente cruzando os braços, entendendo que eles só serão resolvidos quando a espiritualidade achar que é o momento?
Será que é assim mesmo que a doutrina espírita entende a realidade da vida e a nossa razão de existir, enquanto encarnados?
Será então que a espiritualidade acha que não é o momento de acabar com as tempestades que alagam cidades e destroem os bens de famílias, com os terremotos, com os crimes e assassinatos, com a corrupção, com as doenças incuráveis e com inúmeros males que há na Terra?
Milênios, antes de Jesus, já existiam pessoas boas e justas na Terra, mas os males já existiam também, o que, nesta linha de raciocínio implica que a espiritualidade superior já achava que aquele não era o tempo dos problemas serem resolvidos.
Aí veio Jesus, em sua época, fazendo aquela maravilha que fez, trazendo aqueles ensinamentos que trouxe, contidos no Evangelho. A espiritualidade achou que ainda não era o momento.
Depois veio Allan Kardec, com a equipe do Espírito da Verdade nos trazendo os ensinamentos espíritas e, ainda, a espiritualidade achou que não era o momento.
Mais de 150 anos se passaram do surgimento do Espiritismo e a espiritualidade acha que ainda não é o momento.
Afinal de contas, eu pergunto a essas pessoas que ficam com essa conversa: Quando é que a espiritualidade vai achar que é o momento da extinção dos males da Terra?
A Doutrina Espírita nos deixa bem claro que não há milagres, não há privilégios, não há interferência de Deus e dos bons espíritos na vida de gente preguiçosa e acomodada que não faz o menor esforço em crescer e evoluir, inclusive a doutrina nos ensina que a simples opção de não fazermos o mal não nos evolui em nada, deixando bem claro que é indispensável fazer o bem, tomar iniciativas no bem, produzir alguma coisa em benefício nosso e do nosso semelhante.
Como pode um espírita, que tenha o mínimo de lucidez sobre o que realmente ensina o espiritismo, vir, travestido de uma suposta calma, tranqüilidade e evolução espiritual, recomendar para que os outros se aquietem, não se preocupem com nada, não tomem iniciativa nenhuma sob a insensata e comodista argumentação de que “Jesus está no comando” e que “quando a espiritualidade quiser, tudo se resolverá”?
Quando isto? No ano de 5100 ou alguns milênios adiante?

O que existe é muita preguiça e comodismo

Confiemos sempre na Espiritualidade Superior, estejamos sempre sintonizados com os espíritos que são afins conosco porque, certamente, eles não nos negam as boas inspirações, atuam nas nossas vidas “muito mais do que imaginamos”, estarão sempre dispostos a nos ajudar mas... vejam bem, dispostos as nos ajudar e não a fazer as coisas por nós.
Está claro nos ensinamentos espíritas que todos temos que agir, que atuar pra valer, que trabalhar, que lutar e que nos empenhar ao máximo para resolver os nossos problemas, lutar contra os males da terra e enfrentar as terríveis ações negativas que prejudicam a nós e ao nosso próximo.
Essas frases feitas, citadas acima, nada mais significam do que mania de ostentação de evolução espiritual de fachada, disposição de alguns em passar a impressão de que mergulharam na onda espiritual do bem e que estão quase no nível do Clarêncio e dos amigos coordenadores do “Nosso Lar”.
Quando um espírita começa a dizer que nós não devemos nos preocupar com a política, por exemplo, ele não é um espírita prudente e sim um omisso e irresponsável, pois, se nós não utilizarmos as nossas inteligências, os nossos protestos, as nossas ações para colocar gente de bem na condução da coisa pública, fiscalizando as ações políticas, denunciando os males, lutando para coibir as ações dos safados e dos corruptos, com certeza absoluta a argumentação de que “Jesus está no comando” não vai resolver, porque no comando ele está há muito tempo e já deu todas as amostras daquilo que ele resolve e do que é de competência do homem encarnado.
Veja bem, gente:
Eu e todo mundo estamos vendo que um determinado salafra, que está à frente da prefeitura da minha cidade, está roubando descaradamente, está ficando milionário, está beneficiando a si e aos seus familiares escancaradamente; daí eu vou ter que arrotar a minha “evolução” espiritual e na minha santidade doutrinária, para mandar que os outros se acalmem, “aquietem os seus corações”, deixem isto pra lá, porque temos que entender o nível moral que ele está e que quando a espiritualidade achar que ele deve ser afastado, ela vai afastá-lo naturalmente?
Estou vendo um ente dentro do meu próprio lar, envolvido no vício, agredindo todo mundo dentro de casa, fazendo o que quer e o que bem entende, ameaçando todo mundo e fazendo chantagem, será que vou ter que ficar caladinho, cheio de paciência, tolerância e compreensão, deixando tudo como está, sob a argumentação de que a família provavelmente tem débitos terríveis com ele de encarnação passada, e deixo a desgraça crescer no lar, deixo as agressões acontecer, sob a argumentação de que “Jesus está no comando”?
Ora, tenham a santa paciência.
Insisto em afirmar que tem muita gente que sofre porque é besta mesmo. Não é porque é evoluído, pacífico e compreensivo não, é porque é idiota mesmo.
Repito, novamente, que postura enérgica não tem nada a ver com agressão. Quando ouvimos alguém dizer “não gosto do estilo dele, porque acho muito agressivo”, na realidade está confundindo alhos com bugalhos, está confundindo helicóptero com beija-flor, vive numa ingenuidade gigantesca em relação a como deve ser, de fato, o comportamento humano lúcido, equilibrado, sensato, autêntico e coerente, da mesma forma como foi exemplificado por Jesus, em todos os momentos que se viu diante das pessoas abusadas e hipócritas.
Pessoas superficiais acham que ser bom, compreensivo e caridoso para com o próximo necessariamente é dizer SIM, todas as vezes, quando na realidade em muitas vezes o NÃO é muito mais caridoso, mais educativo, mais oportuno e indispensável.
Você diria SIM para um ente, por mais querido que seja, que peça para você ser avalista de uma dívida que ele quer fazer, comprometendo-se a pagar uma mensalidade de um valor que você tem certeza que está muito além do que ele ganha e que, com certeza também, ele não vai poder pagar e vai sobrar pra você?
Vai ter que dizer SIM só porque ama, considera e porque é uma pessoa querida?
Só se você for besta.
Então é exatamente isto que eu quero dizer em relação a muitos espíritas bestas, que existem por aí.
Em nome da “caridade”, em nome da “humildade” e em nome de todos esses valores, concebidos absolutamente de forma equivocada, tem muito espírita omisso, praticando irresponsabilidades de conseqüências terríveis.
Jesus está no comando, sim, ele nos ama, sim, mas não é um irresponsável e sabe muito bem que nós temos que fazer a nossa parte. Ele apenas nos ajudará, não fará por nós.

Abração
Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas, Escritor e AINSF Dinastia
alamarregis@redevisao.net
www.redevisao.net
www.alamarregis.com
Algumas atitudes que o Orador Espírita deve evitar

Livro: Estude e Viva
André Luiz & Waldo Vieira
Falar sem antes buscar a inspiração dos Bons Espíritos pelos recursos da prece.
Desprezar as necessidades dos circunstantes.
Empregar conceitos pejorativos, denotando desrespeito ante a condição dos ouvintes.
Introduzir azedume e reclamações pessoais nas exposições doutrinárias.
Atacar as crenças alheias, conquanto se veja na obrigação de cultivar a fé raciocinada, sem endosso a ritos e preconceitos.
Esquecer as carências e as condições da comunidade a que se dirige.
Censurar levianamente as faltas do povo e desconhecer o impositivo de a elas se referir, quando necessário, a fim de corrigi-las com bondade e entendimento.
Situar-se em plano superior como quem se dirige do alto para baixo.
Adotar teatralidade ou sensacionalismo.
Veicular consolo em bases de mentira ou injúria, em nome da verdade.
Ignorar que os incrédulos ou os adventícios do auditório são irmãos igualmente necessitados de compreensão quais nós mesmos.
Fugir da simplicidade.
Colocar frases brilhantes e inúteis acima da sinceridade e da lógica.
Nunca encontrar tempo para estudar de modo a renovar-se com o objetivo de melhor ajudar aos que ouvem.
Ensinar querendo aplausos e vantagens para si, esquecendo-se do esclarecimento e da caridade que deve aos companheiros.
"Ide e pregai o Reino de Deus", conclamou-nos o Cristo. E o Espiritismo, que revive o Evangelho do Senhor, nos ensina como pregar a fim de que a palavra não se faça vazia e a fé não seja vã.

FAZENDO SOL - MEIMEI

sexta-feira, 9 de março de 2012

LESÕES AFETIVAS




Um tipo de conselho raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.

Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.

Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, muitos poucos são os companheiros encarnados que meditam nas consequências amargas dos votos não cumpridos.

Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que te foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou com o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir a própria palavra, no que tange a promessas de amor. E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendeste esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.

Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.

O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não nos será lícito esquecer os suicídios e homocídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliadas do afeto que Ihes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante a Divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa.

Certamente que muitos desses delitos não estão catalogados nos estatutos da sociedade humana; entretanto, não passam despercebidos nas Leis de Deus que nos exigem, quando na condição de responsáveis, o resgate justo.

Tangendo este assunto, lembramo-nos automaticamente de Jesus, perante a multidão e a mulher sofredora, quanto afirmou, peremptório: "aquele que estiver isento de culpa, atire a primeira pedra".

Todos nós, os espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas.

Pelo Espírito de Emmanuel. In: Momentos de Ouro

quinta-feira, 8 de março de 2012

O EVANGELHO E A MULHER


Em http://lucianodudu1974.blogspot.com/2010/09/o-evangelho-e-mulher.html

O EVANGELHO E A MULHER

“Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.” Paulo. (EFÉSIOS, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 28.)

Muita vez, o apóstolo dos gentios tem sido acusado de excessiva severidade para com o elemento feminino. Em alguns trechos das cartas que dirigiu às igrejas, Paulo propôs medidas austeras que, de certo modo, chocaram inúmeros aprendizes. Poucos discípulos repararam, na energia das palavras dele, a mobilização dos recursos do Cristo, para que se fortalecesse a defesa da mulher e dos patrimônios de elevação que lhe dizem respeito.
Com Jesus, começou o legítimo feminismo. Não aquele que enche as mãos de suas expositoras com estandartes coloridos das ideologias políticas do mundo, mas que lhes traça nos corações diretrizes superiores e santificantes.
Nos ambientes mais rigoristas em matéria de fé religiosa, quais o do Judaísmo, antes do Mestre, a mulher não passava de mercadoria condenada ao cativeiro. Vultos eminentes, quais Davi e Salomão, não conseguiram fugir aos abusos de sua época, nesse particular.
O Evangelho, porém, inaugura nova era para as esperanças femininas. Nele vemos a consagração da Mãe Santíssima, a sublime conversão de Madalena, a dedicação das irmãs de Lázaro, o espírito abnegado das senhoras de Jerusalém que acompanham o Senhor até o instante extremo. Desde Jesus, observamos crescente respeito na Terra pela missão feminil. Paulo de Tarso foi o consolidador desse movimento regenerativo. Apesar da energia áspera que lhe assinala as palavras, procurava levantar a mulher da condição de aviltada, confiando-a ao homem, na qualidade de mãe, irmã, esposa ou filha, associada
aos seus destinos e, como criatura de Deus, igual a ele.

Fonte: Extraído do item 93 do livro Pão Nosso - Francisco C. Xavier/ Emmnauel
Imagem : Google

A Presença da Mulher no Espiritismo


Milton B. Piedade
Esta acontecendo no Museu Espírita de São Paulo, sempre às quintas feiras as 20:30hs o Ciclo 2003 de Conferências Públicas que homenageia a mulher. O tema central é A PRESENÇA DA MULHER NO ESPIRITISMO. A última conferência que tivemos esteve a cargo da Prof. Therezinha de Oliveira, reconhecida escritora e palestrante espírita onde falou de biografias de mulheres médiuns e temas que veremos reproduzidos em trechos, abaixo. Como preparação para a palestra se apresentou a cantora espírita Priscila Beira. Estiveram representadas no encontro as seguintes entidades: USE - União das Sociedades Espíritas de São Paulo; FEESP - Federação Espírita do Estado de São Paulo; ADELER - Assoc. de Editoras, Distribuidoras e Divulgadoras do Livro Espírita; IPP - Instituto de Pesquisa Psicobiofísica; EEAK - Editora Espírita Allan Kardec; LIHPE - Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas; LFU - Lar da Família Universal.
A conferência teve início às 20:00horas onde a prof. Therezinha situou: "Então se nós buscarmos lá pelo passado, vamos encontrar sempre o homem exercendo sobre a mulher o domínio do fisicamente mais forte, restringindo a atividade da mulher ao interior do lar, impedindo-lhe o acesso à cultura e ao poder, ainda hoje não obstante dos progressos verificados, que vão inserindo a mulher melhor na atividade da vida social de hoje, nos continuamos a ainda a encarar o ser humano de modo diferente, quando ele se apresenta como homem e quando se apresenta como mulher, até há uma espécie de rivalidade entre os dois sexos e esta rivalidade em nada beneficia as relações e o desenvolvimento entre ambos."
Conhecendo a conferencista, sabemos que ela não defende aqui o feminismo equivocado. Depois de situar num contexto social, busca na Bíblia algumas referências: "A mulher tem alma? Indagavam os antigos, achando que não, porque na Bíblia, no velho testamento, livro dos gêneses, capítulo 2, versículo 7, está escrito que Deus ao criar o homem do pó da terra, lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente, mas depois ele fez a mulher de uma costela de adão e não soprou absolutamente o fôlego da vida nas narinas de Eva, então ela não teria alma ou quando muito seria de natureza inferior a do homem. Este tema foi até discutido num concilio no ano 585, não apenas discutiam se a mulher teria alma, mas também dizia que a natureza da mulher era má, era culpada de males, porque na bíblia também lemos que ela é que aceitou a sugestão da serpente e desviou adão da obediência a Deus."
O Espiritismo é rico em informações, como vemos a seguir: "O Espiritismo há 146 anos com a publicação do Livro dos Espíritos, já havia retomado o posicionamento de Jesus a respeito de homem e mulher, ambos filhos de Deus. Neste mesmo livro nós aprendemos que os espíritos não tem sexo na forma como entendemos na organização física, são os mesmos espíritos que animam o corpo dos homens ou das mulheres. Os espíritos encarnam como homem ou como mulher conforme seja necessária a experiência dessa encarnação para seu progresso, seu desenvolvimento. Diz ainda Allan kardec no livro A Gênese, que a reencarnação faz desaparecer os preconceitos entre os dois sexos." Gabriel Delane: "No livro o Fenômeno Espírita, ele nos fala, que lá na Grécia nos tempos antigos, a crença nas invocações era geral, todos os templos possuíam mulheres, encarregadas de invocando os deuses, proferir oráculos." Leon Denis: "Ergue de novo a mulher a inspirada fronte, vem associar-se intimamente a obra da harmonia social, ao movimento geral das idéias, o corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo, a essência da vida é o espírito, e neste ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos por igual, assim o moderno espiritualismo restabelece o mesmo critério dos celtas, nossos pais, firma a igualdade dos sexos sobre a identidade da natureza psíquica e o caráter imperecível do ser humano e a ambos assegura posição idêntica nas agremiações de estudos"
Vemos na história que a tarefa da mulher médium não é tão fácil como pode parecer a primeira vista. "Ela realmente vai se sacrificar. Tem que deixar muitas vezes o conforto do lar, e enfrentar hostilidades. Precisam e sentem que devem colaborar para comprovar a imortalidade de todos nós, então a mulher vai a beneficio da ciência entrar nos laboratórios, se submeter aos maiores sacrifícios e humilhações a fim de serem experimentadas por pesquisadores idôneos e competentes. A mulher foi para os laboratórios, prestou-se a ser examinadas na sua mediunidade, por estes homens eminentes, cientistas experientes, era preciso que alguém se prestasse a este exame com coragem, com decisão.
Mas nem todas o fizeram, como a autora constata em Leon Denis: "Quantas jovens de organismos delicados, quantas senhoras que conhecemos, retraídas pelo temor a critica e as más línguas, afogam e perdem bonitas faculdades medianias por não emprega-las bem com uma boa direção, ao longo do tempo, muita mediunidade não pôde oferecer a humanidade os frutos admiráveis do intercambio."
E nos primórdios do Espiritismo, nossa palestrante encontrou biografias dignas de destaque. "Hydesville era um lugarejo no estado de Nova York e para ali havia se mudado no final de 1847 a família Fox, de religião metodista. Viviam o sr. Fox, esposa e duas filhas menores, adolescentes. Margaret e Katherine. Havia outra filha, Leah, mas estava casada, e morava na cidade de Rochester (...) a 28 de março, iniciou-se estranhos ruídos, batidas, pancadas bastante incomodativas que duraram. Em 31 de março de 1848, a família decidiu se recolher mais cedo, para ver se os ruído desapareciam, mas eles voltaram com mais intensidade. Então a menina perdeu o medo, e disse, "Sr. pé rachado (abro parênteses para esclarecer que esta era a expressão como designam a figura hipotética do demônio) faça o mesmo que eu faço". Ela batia nos móveis e as pancadas do espírito se manifestavam, quer dizer que havia ali uma inteligência, correspondendo ao pedido da menina. Em breve a outra irmã, Margaret, entrou na brincadeira e estabeleceu-se uma forma de comunicação.
O acontecimento não poderia deixar de atrair a vizinhança toda. Continua nossa expositora: "Organizaram uma comissão para estudar o fenômeno e criaram um alfabeto. Descobriram que o fantasma que se comunicava era de um caixeiro viajante chamado Charles B. Rosma que foi morto para ser roubado(...) Os Espíritos que se comunicavam com as irmãs Fox, a partir dali, incentivavam-nas a fazer demonstrações públicas das manifestações, mas as jovens e a sua família não queriam, elas estavam vivendo aquele acontecimento, mas não queriam subir ao palco, mas parece que os espíritos queriam que elas fizessem demonstrações, porque em protesto eles não se manifestaram por várias semanas. Ai família e as jovens cederam a esta insistência dos invisíveis."
O acontecimento foi além das fronteiras da cidade, conforme relata a prof. Therezinha. "No ano 1850, em Rochester, que era uma cidade vizinha e maior, foi formada uma comissão especial para estudar os fenômenos, agora era composta por homens dignos, respeitados, autoridades locais, usaram de todo rigor, mas tiveram que concluir que não encontraram nenhum processo pelo qual aquelas jovens pudessem ter produzido as tais batidas. A partir daí ouve a expansão dos fenômenos, cada vez mais (...) Ainda não era o Espiritismo. Vamos ver como as comunicações evoluíram. Passaram de ruídos, batidas para letra do alfabeto, mesa tripé circulo com alfabeto sim e não, prancheta ou cesta com lápis acoplado. Neste caso já não seriam mais pancadas mas já escritas. Com esta prancheta o espírito conseguia movimentar o lápis e escrever.
Se os Espíritos escreviam, porque não começaram logo pela psicografia? Nossa conferencista responde. "Ninguém acreditaria que o médium estava escrevendo sob influência espiritual se o lápis logo no começo estivesse na mão o do médium. Foi preciso o fenômeno mais grosseiro (...) Também tivemos a psicofonia que nem precisava do lápis. Os espíritos podiam falar através dos médiuns. Atualmente temos TCI e TCM. Precisamos lembrar que nesta época as irmãs não eram Espíritas. As pessoas não tinham nenhuma idéia do que aquele fenômeno significava, qual objetivo espiritual. Muito pelo contrário, diante das manifestações através das jovens, sabe o que pensaram? Em fazer render como espetáculo, em conseguir lucro, vantagem material. A ignorância ainda era universal, eles não haviam entendido o objetivo espiritual das manifestações. Também não havia como hoje, os instrutores que entendem do intercâmbio, que conhecem a mediunidade, e que podem orientar o médium. Então imagine, aquelas jovens irmãs Fox e outros médiuns que foram surgindo, todos eles sem nenhuma orientação, com a mediunidade se manifestando e elas não tendo quem as pudesse orientar."
Uma época onde precursores pagavam, em alguns casos, um preço alto demais. Nossa palestrante entra em detalhes reveladores. "Não havia ninguém para indicar um caminho mais elevado e mais seguro para as irmãs fox, e qual foi então o problema, sem orientação as irmãs Fox, ficaram expostas a sessões promíscuas. Muita gente, todo mundo falando, palpitando, exigindo, provocando, hoje em dia não realizaríamos as manifestações desta maneira, nós faríamos nosso recolhimento, buscaríamos amparo espiritual, pedíamos propósitos elevados e só depois entraríamos nas manifestações (...) Margaret e Katie eram as médiuns, mas também a irmã delas, Leah era médium de efeitos físicos. Katie e Margaret eram muito jovens, e por causa disso; pela sua inexperiência e pelo ambiente que se formou ao redor, elas começaram a sofrer situações vexatórias, a título de controle das condições de experimentação. Era difícil para a mulher, ser controlada, verificada. Examinavam sua roupa para ver se tinha algum apetrecho que pudesse produzir os ruídos."
A platéia atenta tentava compreender como seria a situação de crianças, sem esclarecimento, num ambiente deste. A prof. Therezinha deu prosseguimento. "Consta que que Katie e Margaret foram estimuladas ao consumo de álcool, porque elas trabalhavam no meio daquelas demonstrações e ficavam um tanto esgotadas. Para refazer-lhes as forças ofereciam-lhe bebida alcoólica como estimulante. Isso talvez teria estimulado o alcoolismo entre elas. Katie casou na Inglaterra, Margaret foi morar com ela, fugia assim um pouco as pressões e comentários que sofria. Na sua estada lá na Inglaterra, Margaret, recebeu depoimentos favoráveis até mesmo de William Crookes.
E como seria o relacionamento das irmãs nesta situação conturbada de época? Vamos à palestrante. "Leah a irmã mais velha tinha uma melhor percepção do que era aquele fenômeno. Ela considerava o aspecto religioso, e as irmãs estavam correndo ao alcoolismo. Leah recriminou violentamente as irmãs, e tomou a si a educação dos 2 filhos de Katie. Margaret ficou ao lado de Katie, e mais tarde quando voltou a nova York, quis se vingar de Leah e acusou a irmã injustamente. Fez pior. No palco da academia de música de Nova York, publicamente ela negou a realidade das manifestações, teria sido tudo uma grande farsa. Como Margareth pode fazer isso? Quando comissões de respeito tinham examinado, verificadas todas as possibilidades, tinham concluído que absolutamente as jovens não estavam fraudando, produzindo aqueles ruídos, mas ela fez, porque queria magoar a Leah. Em 20 de novembro de 1889, Margaret foi advertia por seu espírito guia, seu mentor e instrutor espiritual, então ela verificou o seu erro e chamou a imprensa e fez uma declaração retratando as falsas acusações reafirmando sua crença no
espiritismo."
Percebemos que os problemas vividos pela família Fox em nada maculam o processo de esclarecimento humano e de implantação da Doutrina dos Espíritos. Tivemos muitas mulheres médiuns já na época de Kardec onde destacamos Ermance Dufaux, a Senhora Schmiths e a Senhora Corbes. Nossa conferencista destaca outra médium importante para o Espiritismo. "Katie King dizia ser ou ter sido encarnação longínqua da filha do vulcaneiro John King, e ela trazia uma tarefa para executar num período de três anos. A 1ª materialização deste espírito ocorreu em 1872. Apesar de inicialmente precárias, com o tempo e os exercícios o espírito Katie conseguiu se mostrar melhor e permitir fotos. Willian Crookes se interessou pelos fenômenos e iniciou sua observação. Um dos maiores cientistas de sua época, Crookes era químico e físico inglês e tivera algum contato com os fenômenos mediúnicos psíquicos, desde de julho de 1869, e se propusera a examiná-los com rigor cientifico."
Veremos agora como foram algumas das experiências deste importante cientista. "Crookes realizou suas experiências de 1870 a 1874. Com rigor científico ele examinou o trabalho de vários médiuns e também de Florence Cook, só que ele surpreendeu a todos com o resultado das pesquisas. Seus relatórios eram detalhados e o resultado demonstrava que os fenômenos espíritas eram absolutamente reais. Mas os resultados desagradaram a seus colegas de época. E, quando não se pode combater a Verdade, se combate a pessoa. Começaram a desmerecer o trabalho de Crookes dizendo que ele estava senil. Outros foram mais longe e diziam que ele estava apaixonado pela médium. Vemos aqui uma apreciação de Gabriel Dellane no livro Fatos Espíritas, ele vai falar das precauções que foram tomadas, para nós percebermos que não era fascínio de William Crookes. Procedeu-se em relação a ela como se haveria feito com mais hábil dos prestidigitadores. Eles imobilizaram suas mãos por meios de cordas, cujo nós e laçadas são costurados e selados, com uma correia cingiram sua cintura e ela ainda ficou sujeita a precauções maiores, as extremidades daquela correia se fixaram no solo mediante uma argola de ferro. Outras vezes passavam uma corrente elétrica pelo corpo todo da jovem, de modo que um galvanômetro indicasse seus menores movimentos. Apesar de todos os cuidados, Katie King se mostrava completamente liberta, vestida com véus que não existiam antes.
O rigor científico nas pesquisas não satisfazia aos céticos de carteirinha. "Houve também uma dúvida se Florence e Katie seriam a mesma pessoa, pelo fato dela se parecerem muito. Pelas observações de Crookes quando a força mediúnica era insuficiente, quando o ectoplasma não permitia uma modelação perfeita, então eles se aproveitavam do perispírito da médium e revestiam tanto com ectoplasma que dispusessem. Mas na maioria das vezes o espírito conseguia materializar-se plenamente, passando a se movimentar, falar e agir com toda autonomia e independência, e era ai que Crookes fazia as suas melhores verificações. E ele o fez durante bastante tempo (...) Mas chegou o dia que era preciso se despedir e Katie deu instruções aos que ficavam como deveriam cuidar de Florence Cook, pois ela se preocupava com a sua médium. Ela confiava em Crookes e nos outros companheiros e depois que ela deu suas instruções ela entrou na cabine e despertou a médium, que dormia, porque geralmente é assim, o médium de efeitos físico quando fornece bastante ectoplasma ele adormece. Então Katie disse "acorda Florence, acorda, é preciso que eu te deixe agora". Elas tinham estado juntas mais ou menos 02 anos, e Florence tinha desenvolvido um sentimento de amizade por este espírito.
Deve ter sido uma despedida triste, como descreve nossa conferencista. "Então em lágrimas ela pedia a Katie, que ficasse algum um tempo ainda. Minha cara, dizia o Espírito, não posso, a minha missão está cumprida, Deus te abençoe. Era a despedida mesmo. Katie King ainda falou um pouquinho com Florence Cook, procurando acalmá-la, mas Florence soluçava muito, achava a despedida triste. Foi preciso que ela fosse socorrida por Crookes e outras pessoas. Florence ainda iria continuar trabalhando como médium, viria a casar-se, tornando-se a sra. Elgie Corner.
Chegamos ao termo de nossos trabalhos. "Neste ciclo de conferências, outras companheiras irão falar das mulheres médiuns que enriqueceram e enriquecem o movimento espírita no Brasil e no exterior. Mas gostaria de comentar, como finalização, que encontramos a mulher espírita, não apenas trabalhando como médium no campo da mediunidade, mas também encontramos a mulher que dialoga com os espíritos, que dirigi reuniões mediúnicas, que instruem e prepara novos trabalhadores no campo da mediunidade, que escreve para esclarecer e orientar a prática mediúnica. É o espiritismo, esta abençoada doutrina que nos permite isso, ela não apenas nos ilumina individualmente, nos consola e nos alenta, ela também enseja, que estejamos encarnados como homens ou como mulheres, nos somemos os nossos esforços e juntos continuemos a realizar o sublime intercâmbio espiritual. Gostaria de convidar a todos os companheiros, homens e mulheres para que trabalhemos juntos, trabalhemos com amor, apoiemo-nos, completemo-nos, ajudemo-nos incessantemente para que esta mediunidade, este canal de intercâmbio possa nos favorecer a todos, trazendo-nos o progresso intelecto-moral para toda a humanidade."
O ciclo de conferências públicas do ICESP terá prosseguimento todas as últimas quintas feiras do mês, sempre às 20:30hs, no bairro da Lapa. Tradicional encontro que acontece desde 1976 para discutir questões relativas ao nosso movimento, terá ainda as conferencistas Miltes Aparecida Soares, Nancy Puhlman, Neide Schneider e Heloisa Píres, entre outras.
(Publicado no Boletim GEAE Número 458 de 24 de junho de 2003)
em  http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/a-presenca-da-mulher.html

Mulher, um ser especial

Léon Denis

Mulher, um ser especial
Encontram-se, em ambos os sexos, excelentes médiuns; é à mulher, entretanto, que parecem outorgadas as mais belas faculdades psíquicas. Daí o eminente papel que lhe está reservado na difusão do novo Espiritualismo.
Malgrado às imperfeições inerentes a toda criatura humana, não pode a mulher, para quem a estuda imparcialmente, deixar de ser objeto de surpresa e algumas vezes de admiração. Não é unicamente em seus traços pessoais que se realizam, em a Natureza e na Arte, os tipos da beleza, da piedade e da caridade; no que se refere aos poderes íntimos, à intuição e adivinhação, sempre foi ela superior ao homem. Entre as filhas de Eva é que obteve a antiguidade as suas célebres videntes e sibilas. Esses maravilhosos poderes, esses dons do Alto, a Igreja entendeu, na Idade Média, aviltar e suprimir, mediante os processos instaurados por feitiçaria. Hoje encontram eles sua aplicação, porque é sobretudo por intermédio da mulher que se afirma a comunhão com a vida invisível.
Mais uma vez se revela a mulher em sua sublime função de mediadora que o é em toda a Natureza. Dela provém a vida; e ela a própria fonte desta, a regeneradora da raça humana, que não subsiste e se renova senão por seu amor e seus ternos cuidados. E essa função preponderante que desempenha no domínio da vida, ainda a vem preencher no domínio da morte. Mas nós sabemos que a morte e a vida são uma, ou antes, são as duas formas alternadas, os dois aspectos contínuos da existência.

Mediadora também é a mulher no domínio das crenças. Sempre serviu de intermediária entre a nova fé que surge e a fé antiga que definha e vai desaparecendo. Foi o seu papel no passado, nos primeiros tempos do Cristianismo, e ainda o é na época presente.
O Catolicismo não compreendeu a mulher, a quem tanto devia. Seus monges e padres, vivendo no celibato, longe da família, não poderiam apreciar o poder e o encanto desse delicado ser, em quem enxergavam antes um perigo.
A antiguidade pagã teve sobre nós a superioridade de conhecer e cultivar a alma feminina. Suas faculdades se expandiam livremente nos mistérios. Sacerdotisa nos tempos védicos, ao altar doméstico, intimamente associada, no Egito, na Grécia, na Gália, às cerimônias do culto, por toda a parte era a mulher objeto de uma iniciação, de um ensino especial, que dela faziam um ser quase divino, a fada protetora, o gênio do lar, a custódia das fontes da vida. A essa compreensão do papel que a mulher desempenha, nela personificando a Natureza, com suas profundas intuições, suas percepções sutis, suas adivinhações misteriosas, é que foi devida a beleza, a força, a grandeza épica das raças grega e céltica.
Porque, tal seja a mulher, tal é o filho, tal será o homem. É a mulher que, desde o berço, modela a alma das gerações. É ela que faz os

Mulher, mãe da vida...
heróis, os poetas, os artistas, cujos feitos e obras fulguram através dos séculos. Até aos sete anos o filho permanecia no gineceu sob a direção materna. E sabe-se o que foram as mães gregas, romanas e gaulesas. Para desempenhar, porém, tão sagrada missão educativa, era necessária a iniciação no grande mistério da vida e do destino, o conhecimento da lei das preexistências e das reencarnações; porque só essa lei dá à vida do ser, que vai desabrochar sob a égide materna, sua significação tão bela e tão comovedora.
Essa benéfica influência da mulher iniciada, que irradiava sobre o mundo antigo como uma doce claridade, foi destruída pela lenda bíblica da queda original.
Segundo as Escrituras, a mulher é responsável pela proscrição do homem; ela perde Adão e, com ele, toda a Humanidade; atraiçoa Sansão. Uma passagem do Eclesiastes a declara “uma coisa mais amarga que a morte”. O casamento mesmo parece um mal: “Que os que têm esposas sejam como se não as tivessem” – exclama Paulo.
Nesse ponto, como em tantos outros, a tradição e o espírito judaico prevaleceram, na Igreja, sobre modo de entender do Cristo, que foi sempre benévolo, compassivo, afetuoso para com a mulher. Em todas as circunstâncias a escuda ele com sua proteção; dirige-lhe suas mais tocantes parábolas. Estende-lhe sempre a mão, mesmo quando decaída. Por isso as mulheres reconhecidas lhe formam uma espécie de cortejo; muitas o acompanharão até a morte.
A situação da mulher, na civilização contemporânea, é difícil, não raro dolorosa. Nem sempre a mulher tem para si os usos e as leis; mil perigos a cercam, se ela fraqueja, se sucumbe, raramente se lhe estende mão amiga. A corrupção dos costumes fez da mulher a vítima do século. A miséria, as lágrimas, a prostituição, o suicídio – tal é a sorte de grande número de pobres criaturas em nossas sociedades opulentas.
Uma reação, porém, já se vai operando. Sob a denominação de feminismo, um certo movimento se acentua legítimo em seu princípio, exagerado, entretanto, em seus intuitos; porque ao lado de justas reivindicações, enuncia propósitos que fariam da mulher, não mais mulher, mas cópia, paródia do homem. O movimento feminista desconhece o verdadeiro papel da mulher e tende a transviá-la do destino que lhe está natural e normalmente traçado. O homem e a mulher nasceram para funções diferentes, mas complementares. No ponto de vista da ação social, são equivalentes e inseparáveis.
O moderno Espiritualismo, graças às suas práticas e doutrinas, todas de ideal, de amor, de equidade, encara a questão de modo diverso e resolve-a sem esforço e sem estardalhaço. Restitui a mulher seu verdadeiro lugar na família e na obra social, indicando-lhe a sublime função que lhe cabe desempenhar na educação e no adiantamento da Humanidade. Faz mais, reintegra-a em sua missão de mediadora predestinada, verdadeiro traço de união que liga as sociedades da Terra às do Espaço.
A grande sensibilidade da mulher a constitui o médium por excelência, capaz de exprimir, de traduzir os pensamentos, as emoções, os sofrimentos das almas, os altos ensinos dos Espíritos celestes. Na aplicação de suas faculdades encontra ela profundas alegrias e uma fonte viva de consolações. A feição religiosa do Espiritismo a atrai e lhe satisfaz as aspirações do coração, as necessidades de ternura, que estendem, para além do túmulo, aos entes desaparecidos. O perigo para ela, como para o homem, está no orgulho dos poderes adquiridos, na suscetibilidade exagerada. O ciúme, suscitando rivalidades entre médiuns, torna-se muitas vezes motivo de desagregação para os grupos.
Daí a necessidade de desenvolver na mulher, ao mesmo tempo que os poderes intuitivos, suas admiráveis qualidades morais, o esquecimento de si mesma, o júbilo do sacrifício, numa palavra, o sentimento dos deveres e das responsabilidades inerentes à sua missão mediatriz.
O Materialismo, não ponderando senão o nosso organismo físico, faz da mulher um ser inferior por sua fraqueza e a impele à sensualidade. Ao seu contato, essa flor de poesia verga ao peso das influências degradantes, se deprime e envilece. Privada de sua função mediadora, de sua imaculada auréola, tornada escrava dos sentidos, não é mais um ser instintivo, impulsivo, exposto às sugestões dos apetites mórbidos. O respeito mútuo, as sólidas virtudes domésticas desaparecem; a discórdia e o adultério se introduzem no lar; a família se dissolve, a felicidade se aniquila. Uma nova geração, desiludida e céptica, surge do seio de uma sociedade em decadência.
Com o Espiritualismo, porém, ergue de novo a mulher a inspirada fronte; vem associar-se intimamente à obra de harmonia social, ao movimento geral das idéias. O corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo; a essência da vida é o espírito, e nesse ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos por igual. Assim, o moderno Espiritualismo restabelece o mesmo critério dos Celtas, nossos pais; firma a igualdade dos sexos sobre a identidade da natureza psíquica e o caráter imperecível do ser humano, e a ambos assegura posição idêntica nas agremiações de estudo.
Pelo Espiritismo se subtrai a mulher ao vértice dos sentidos e ascende à vida superior. Sua alma se ilumina de clarão mais puro; seu coração se torna o foco irradiador de ternos sentimentos e nobilíssimas paixões. Ela reassume no lar a encantadora missão que lhe pertence, feita de dedicação e piedade, seu importante e divino papel de mãe, de irmã e educadora, sua nobre e doce função persuasiva.
Cessa, desde então, a luta entre os dois sexos. As duas metades da Humanidade se aliam e equilibram no amor, para cooperarem juntas no plano providencial, nas obras da Divina Inteligência.
em http://visaoespiritabr.com.br/reencarnacao/o-espiritismo-e-a-mulher