A LUZ DO SOL QUE É DEUS!!

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PAZ E ALEGRIA!!!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

As "instruções" de Allan Kardec


Autor: Canuto de Abreu. Livro: Bezerra de Menezes

A 5 de fevereiro de 1889 manifestava-se Allan Kardec através do médium Frederico Pereira da Silva Júnior, mais conhecido por Frederico Júnior, dizendo: “Eis que se aproxima para mim o momento de cumprir minha promessa, vindo fazer convosco em particular e com os espíritas em geral um estudo rápido e conciso, sobre a marcha da nossa doutrina nesta parte do planeta. É natural que a vossa bondade me forneça para isso o ensejo, na próxima sessão prática, servindo-me do médium com a mesma passividade com que o tem feito das outras vezes. A ele peço, particularmente, não cogitar de forma da nossa comunicação, não só porque dessa cogitação pode advir alteração dos pensamentos, como ainda porque acredito haver necessidade, sem ofensa à sua capacidade intelectual, de submeter a novos moldes, quanto à forma, aquilo que tenho dito e vou dizer em relação ao assunto.

Realmente, na sessão seguinte, na sede da “Sociedade Espírita Fraternidade”, no Rio de Janeiro, manifestou-se o Espírito do Codificador, dando as seguintes instruções ao espíritas brasileiros, que na época viviam em constantes dissensões e rivalidades.


INTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC AOS ESPÍRITAS DO BRASIL, NA SOCIEDADE ESPÍRITA FRATERNIDADE, PELO MÉDIUM FREDERICO JÚNIOR

Paz e amor sejam convosco

Que possamos ainda uma vez, unidos pelos laços da fraternidade, estudar essa doutrina de paz e amor, de justiça e esperanças, graças à qual encontraremos a estreita porta da salvação futura - o gozo indefinido e imorredouro para as nossas almas humildes.

Antes de ferir os pontos que fazem o objetivo da minha manifestação, devo pedir a todos vós que me ouvis – a todos vós espíritas a quem falo neste momento – que me perdoem se porventura, na externação dos meus pensamentos, encontrardes alguma coisa que vos magoe, algum espinho que vos vá ferir a sensibilidade do coração.

O cumprimento de dever nos impõe que usemos de linguagem franca, rude mesmo, por isso que cada um de nós tem uma responsabilidade individual e coletiva e, para salvá-la, lançamos mão de todos os meios que se nos oferecem, sem contarmos muitas vezes com a pobreza de nossa inteligência, que não nos permite dizer aquilo que sentimos sem magoar, não raro, corações amigos, para os quais só desejamos a paz, o amor e as doçuras da caridade.

Certo de que ouvireis a minha súplica; certo de que, falando aos espíritas falo a uma agremiação de homens cheios de benevolência, encetei o meu pequeno trabalho, cujo único fim é desobrigar-me de graves compromissos, que tomei para com o nosso Criador e Pai.

Sempre compassivo e bom, volvendo os piedosos olhos à Humanidade escrava dos erros e das paixões do mundo, Deus torna uma verdade as palavras de seu amantíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e manda o Consolador – o Espírito de Verdade – que vem abertamente falar da revelação messiânica a essa mesma Humanidade esquecida do seu Imaculado Filho – aquele que foi levado pelas ruas da amargura, sob o peso das iniquidade e das ingratidões dos homens!

Corridos os séculos, desenvolvido intelectualmente o espírito humano, Deus na sua sabedoria, achou que era chegado o momento de convidar os homens à meditação do Evangelho – precioso livro de verdades divinas – até então ensombrado pela letra, devido à deficiência da inteligência humana para compreendê-lo em Espírito.

Por toda a parte se fez luz; revelou-se à Humanidade o Consolador prometido, recebendo os povos – de acordo com o seu preparo moral e intelectual – missões importantes, tendentes a acelerar a marcha triunfante da Boa Nova

Todos foram chamados, a nenhum recesso da Terra deixou de apresentar-se o Consolador em nome desse Deus de misericórdia que não quer a morte do pecador – que não quer o extermínio dos ingratos – que antes os quer ver remidos dos desvarios da carne, da obcecação dos instintos!

Sendo assim, a esse pedaço de terra a que chamamos Brasil, foi dada também a revelação da revelação, firmando os vossos espíritos, antes de encarnarem, compromissos de que ainda não vos desobrigastes. E perdoai que o diga: tendes mesmo retardado o cumprimento deles e de graves deveres, levados por sentimentos que não convém agora perscrutar.

Ismael, o vosso Guia, tomando a responsabilidade de vos conduzir ao grande templo do amor e da fraternidade humana, levantou a sua bandeira, tendo inscrito nela – DEUS, CRISTO E CARIDADE. Forte pela sua dedicação, animado pela misericórdia de Deus, que nunca falta aos seus trabalhadores, sua voz santa e evangélica ecoou em todos os corações procurando atraí-los para um único agrupamento onde, unidos, teriam a força dos leões e a mansidão das pombas; onde unidos, pudessem afrontar todo o peso das iniquidade humanas; onde entrelaçados num único segmento – o do amor - , pudessem adorar o Pai em espírito e verdade; onde se levantasse a grande muralha da fé,

Contra a qual viessem quebrar-se todas as armas dos inimigos da luz; onde, finalmente, se pudesse formar um grande dique à onda tempestuosa das paixões, dos crimes e dos vícios que avassalam a Humanidade inteira!

Constituiu-se esse agrupamento; a voz de Ismael foi sentida nos corações. Mas, oh! misérias humanas! À semelhança das sementes lançadas no pedregulho, eles não encontram terra boa para suas raízes e quando aquele Anjo Bom – aquele Enviado do Eterno – julgava ter em seu seio amigos e irmãos capazes de ajudá-lo na sua grande tarefa, santa e boa, as sementes foram mirrando ao fogo das paixões – foram-se encravando na rocha, apesar do orvalho da misericórdia divina as banhar constantemente para sua vivificação!

Ali, onde a humildade devera ter erguido tenda, o orgulho levantou o seu reduto; ali onde o amor devia alçar-se, sublime e esplêndido, até aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo, a indiferença cavou sulcos, a justiça se chamou injustiça, a fraternidade – dissensão!

Mas, pela ingratidão de uns, haveria de sacrificar-se a gratidão e a boa vontade de outros?

Pelo orgulho dos que já se arvoraram em mestres na sua ignorância, havia de sacrificar-se a humildade do discípulo perfeitamente compenetrado dos seus deveres? Não!

Assim, quando os inimigos da luz, quando o Espírito das trevas julgava esfacelada a bandeira de Ismael, símbolo da trindade divina, quando a voz iníqua já reboava no espaço glorificando o reino das trevas e amaldiçoando o nome do Mártir do Calvário, ele recolheu o seu estandarte e fez que se levantasse uma pequena tenda de combate com o nome – FRATERNIDADE!

Era este, com certeza, o ponto para o qual deviam convergir todas as forças dispersas – todos os que não recebiam a semente do pedregulho!

Certos de que acaso é palavra sem sentido e testemunha dos fatos que determinam o levantamento dessa tenda, todos os espíritas tinham o dever sagrado de vir aqui se agrupar, ouvir a palavra sagrada do bom Guia Ismael, único que dirige a propaganda da doutrina nesta parte do planeta, único que tem toda a responsabilidade da sua marcha e do seu desenvolvimento.

Mas, infelizmente, meus amigos, não pudestes compreender ainda a grande significação da palavra FRATERNIDADE.

Não é um termo, é um fato; não é sua palavra vazia, é um sentimento sem o qual vos achareis sempre fracos para essa luta que vós mesmos não podeis medir, tal a sua grandeza extraordinária!

Ismael tem o seu Templo e sobre ele a sua bandeira – Deus, Cristo e Caridade! Ismael tem a sua pequenina tenda, onde procura reunir todos os seus irmãos – todos aqueles que ouviram a sua palavra e a aceitaram como a verdade. Chamam-se FRATERNIDADE!

Pergunto-vos: Pertenceis à Fraternidade? Trabalhais para o levantamento desse Templo cujo lema é Deus, Cristo e Caridade?

Como, e de que modo?

Meus amigos! É possível que eu seja injusto convosco naquilo que vou dizer: - O vosso trabalho, feito todo de acordo – não com a doutrina – mas com o que interessa exclusivamente aos vossos sentimentos, não pode dar bom fruto. Esse trabalho, sem método, sem regime, sem disciplina, só pode, de acordo com a doutrina que esposastes, trazer espinhos que dilacerem vossas almas, dores pungentes aos vossos Espíritos, por isso que, desvirtuando os princípios em que ela assenta, dais entrada constante e funesta aquele que encontrando-vos desunidos pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, facilmente vos acabrunhará, com todo o peso da sua iniquidade.

Entretanto, dar-se-ia o mesmo se estivésseis unidos? Porventura acreditais na eficiência de um grande exército dirigido por diversos generais, cada qual com seu sistema, com o seu método de operar e com pontos de mira divergentes? Jamais! Nessas condições sé encontrareis a derrota porquanto – vede bem, o que não podeis fazer com o Evangelho – unir-vos pelo amor do bem – fazem os vossos inimigos, unindo-vos pelo amor do mal!

Eles não obedecem a diversas orientações, nem colimam objetivos diversos; tudo converge para a doutrina espírita – revelação da revelação – que não lhes convém e que precisam destruir, para o que empregam toda a sua inteligência, todo do seu amor do mal, submetendo-se a uma única direção!

A luta cresce dia a dia, pois que a vontade de Deus, iniciando as suas criaturas nos mistérios da vida de além-túmulo, cada vez mais se torna patente. Encontrando-se, porém os vossos espíritos, em face da doutrina, no estado precário que acabo de assinalar, pergunto : - Com que elemento contam eles na temerosa ação em que se vão empenhar, cheios de responsabilidade?

Em que canto da Terra já se ergue o grande tabernáculo onde ireis elevar os vossos pensamentos – em que canto da Terra construístes a grande muralha contra o mal, contra a qual se hão de quebrar as armas dos vossos adversários?

Será possível que à semelhança das cinco virgens pouco zelosas, todo o cuidado da vossa paz tenhais perdido? Que repouseis sobre as outras que não dormem e que ansiosamente aguardam a vinda do seu Senhor?

Mas é assim, em que consiste o aproveitamento das lições que constantemente vos são dadas a fim de tornar uma verdade a vossa vigilância e uma santidade a vossa oração?

Se assim é, onde os frutos desse labor fecundado de todos os dias, dos vossos amigos de além-túmulo?

Acaso apodrecem roídas pela traça – trocados pelo bolor dos vossos arquivos repletos de comunicações?

Se assim é, e agora não há voltar atrás, porque já tendes a mão no arado, onde a segurança da vossa fé, a estabilidade da vossa crença, se entregues a vós mesmos, julgando-vos possuidores de grandes conhecimentos doutrinários, afastais, pela prática das vossas obras, aqueles que até hoje têm procurado incessantemente colocar-vos debaixo do grande lábaro – Deus, Cristo e Caridade?

Onde, torna a perguntar, a segurança da vossa fé, a estabilidade da vossa crença, se tendo uma única doutrina para apoio forte e inabalável, a subdividis, a multiplicais, ao capricho das vossas individualidades, sem contar com a coletividade que vos poderia dar a força, se constituíssem um elemento homogêneo, perfeitamente preparado pelos que se encarregam da revelação?

Mas onde a vantagem das subdivisões? Onde o interesse real para a doutrina e seu desenvolvimento, na dispersão que fazeis do vosso grande todo, dando já desse modo um péssimo exemplo aos profanos, por isso que pregais a fraternidade e vos dividis cheios de dissensões?

Onde as vantagens de tal proceder? Estarão na diversidade dos nomes que dais aos grupos? Por que isso? Será porque este ou aquele haja recebido maior doação do patrimônio divino? Será porque convenha a propaganda que fazeis?

Mas par a propaganda precisamos dos elementos constitutivos dela. Pergunto: - onde a Escola de Médiuns? Existe?

Porventura os homens que têm a boa vontade de estudar convosco os mistérios do Criador, preparando seus Espíritos para o ressurgir na outra vida, encontram em vós os instrumentos disciplinados – os médiuns perfeitamente compenetrados do importante papel que representam na família humana e cheio dessa seriedade, que dá uma idéia exata da grandeza da nossa doutrina?

Ou a vossa propaganda se limita tão somente a falar do Espiritismo? Ou os vossos deveres e as vossas responsabilidades, individuais e coletivas, se limitam a dar a nota do ridículo aquele que vos observam, julgando-vos doidos e visionários?

Meus amigos! Sei quanto é doloroso tudo isto que vos digo, pois que cada um dos meus pensamentos é uma dor que repassa profundamente o seu espírito. Sei que as vossas consciências sentem perfeitamente todo o peso das verdades que vos exponho. Mas eu vos disse ao começar: - temos responsabilidades e compromissos tomados, dos quais procuramos desobrigar-nos por todos os meios ao nosso alcance.

Se completa não está a minha missão na terra, se mereço ainda do Senhor a graça de vir esclarecer a doutrina que ai me foi revelada, dando-nos nossos conhecimentos compatível com o desenvolvimento das vossas inteligências, se vejo que cada dia que passa da vossa existência – iluminada pela sublime luz da revelação, se produzirdes um trabalho na altura da graça que vos foi concedida – é um motivo de escândalo para as vossas próprias consciências; devo usar desta linguagem rude do amigo, a fim de que possais, compenetrados verdadeiramente dos vossos deveres de cristãos e de espíritas, unir-vos num grande agrupamento fraterno, onde – avigorados pelo apoio mútuo e pela proteção dos bons – possais enfrentar o trabalho extraordinário que vos cumpre realizar para a emancipação dos vossos Espíritos, trabalho que inegavelmente ocasionará grande revolução na Humanidade, não só quanto à parte da ciência e da religião, como também na dos costumes!

Uma vez por todas vos digo, meus amigos: - Os vossos trabalhos, os vossos labores não podem ficar no estrito limite da boa vontade e da propaganda sem os meios elementares indicados pela mais simples razão.

Não vem absolutamente ao caso o reportas-vos às palavras de N.S. Jesus Cristo quando disse que a luz não se fez para ser colocada debaixo do alqueire. Não vem ao caso e não tem aplicação, porque não possuis luz própria!

Fazei a luz pelo vosso esforço; iluminai todo o vosso ser com a doce claridade das virtudes; disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo de Ismael, Templo onde se adora a Deus, se venera o Cristo e se cultiva a Caridade. Então sim; - distribuí a luz, ela vos pertence.

E vos pertence porque é um produto sagrado de vosso próprio esforço – uma brilhante conquista do vosso Espírito empenhado nas lutas sublimes da verdade.

Fora desses termos, podeis produzir trabalhos que causem embriaguez à vista, mas nunca que falem sinceramente ao coração. Podeis produzir emoções fortes, por isso que muitos são os que gostosamente se entregam ao culto maravilhoso; nunca, porém, deixarão as impressões suaves da verdade vibrando as cordas do amor divino no grande coração humano.

Fora dessa convenção ortodoxa, é possível que as plantas cresçam nos vossos grupos, mas é bem possível que também seus frutos sejam bastante amargos, bastante venenosos, determinando, ao contrário do que devia acontecer, a morte moral do vosso espírito – a destruição pela base do vosso Templo de trabalho!

Se o Evangelho não se tornar realmente em vossos espíritos um broquel, quem vos poderá socorrer, uma vez que a revelação tende a absorver todas as consciências, emancipando o vosso século? Se o evangelho nas vossas mãos apenas tem a serventia dos profanos livros que deleitam a alma e encantam o pensamento, que vos poderá socorrer no momento dessa revolução planetária que já se faz sentir, que dará o domínio da Terra aos bons, preparados para o seu desenvolvimento, que ocasionará a transmigração dos obcecados e endurecidos para o mundo que lhes for próprio?

Que será de vós – quem vos poderá socorrer – se à lâmpada do vosso Espírito faltar o elemento de luz com que possais ver a chegada inesperada de Jesus Cristo, testemunhando o valor dos bons e a fraqueza moral dos maus e dos ingratos?

Se fostes chamados às bodas do filho do vosso rei, por que não tomam os vossos Espíritos as roupagens dignas do banquete, trocando conosco o brinde do amor e da caridade pelo feliz consórcio do Cristo com o seu povo?

Se tudo está preparado, se só faltam os convivas, por que cedeis o vosso lugar aos coxos que virão como últimos, a ser os primeiros na mesa farta da caridade divina?

Esses pontos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, ainda, apesar da revelação, não provocaram a vossa meditação?

Esse eco que ressoa por toda a atmosfera do vosso planeta, dizendo – os tempos são chegados! – será um gracejo dos enviados de Deus, com o fim de apavorar os vossos espíritos?

Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, vivendo cheios de dissensões e de lutas , como se não constituíssemos uma única família, tendo para regência dos nossos atos e dos nossos sentimentos uma única doutrina?

Será possível nos preparemos para os tempos que chegam, dando a todo momento e a todos os instantes a nota do escândalo, apresentando-nos aos homens como criaturas cheias de ambições que não trepidam em lançar mãos até das coisas divinas para o gozo da carne e a satisfação das paixões do mundo?

Mas seria simplesmente uma obcecação do Espírito – pretender desobrigar-se dos seus compromissos e penetrar no reino de Deus coberto dessas paixões e dessas misérias humanas!

Isso eqüivaleria o não acreditardes naquilo mesmo em que dizeis que credes: seria zombar do vosso Criador que, não exigindo de vós sacrifício, vos pede, entretanto, não transformeis a sua casa de oração em covil de ladrões!

Meus amigos! Sem caridade não há salvação. Sem fraternidade não pode haver união.

Uni-vos, pois, pela fraternidade debaixo das vistas do bom Ismael, vosso Guia e protetor. Salvai-vos pela Caridade, distribuindo o bem por toda a parte, indistintamente, sem pensamento oculto. Aquele que vos pedem lhes deis da vossa crença ao menos um testemunho moral, que os possa obrigar a respeitar em vós o indivíduo bem intencionado e verdadeiramente cristão.

Sobre a propaganda que procurais fazer, exclusivamente para ao vosso seio maior de adeptos, direi: se os meios mais fáceis que tendes encontrado são a cura dos vossos irmãos obsessos, são as visitas domiciliares e a expansão dos fluidos, aí tendes um modesto trabalho para vossa meditação e estudo.

E, lendo, compreendendo, chamai-me todas as vezes que for do vosso agrado ouvir a minha palavra e eu virei esclarecer os pontos que achardes duvidosos. Virei, em novos termos, se for preciso, mostrar-vos que esse lado que vos parece fácil para a propaganda da vossa doutrina é o maior escolho lançado no vosso caminho, é a pedra colocada às rodas do vosso carro triunfante e será, finalmente, o motivo da vossa queda desastrosa, se não empenham numa tão grande causa.

Permita Deus que os espíritas, a quem falo, que os homens, a quem foi dada a graça de conhecerem em Espírito e verdade a doutrina de Nosso senhor Jesus Cristo, tenham a boa vontade de me compreender, a boa vontade de ver nas minhas palavras unicamente o interesse do amor que lhe consagro.



ALLAN KARDEC

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

II JORNADA PERNAMBUCANA DE SAÚDE E ESPIRITUALIDADE

O PERDÃO COMO TERAPIA


“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados;  perdoai e sereis perdoados.” (Lucas, 6:37) 

A Natureza ensina-nos a praticar o perdão através do exemplo: as árvores que têm os seus troncos decepados pela moto-serra, que são consumidas ou agredidas pelo fogo, voltam a oferecer-nos a beleza das suas vestes pouco tempo depois, quando os rebentos despontam aqui e ali, na raíz presa à terra. 

Também nós estamos presos a este planeta pelos compromissos assumidos e só com a força da renovação espiritual alcançaremos novas esferas, mais puras e iluminadas. 

Perdoar é transformar os ambientes de discórdia em harmonia, e por isso Jesus incentiva-nos a não julgar e a não condenar. Vai ainda mais além, estimulando-nos a perdoar de um modo total, inclusivamente aos que nos julgaram e condenaram indevidamente. 

Quem esquece a falta de um ofensor, sabe quão grande é o tesouro de tranquilidade que amealha. 

Quem não se ofende com as injúrias, já se livrou do pesado fardo da vingança e respira a atmosfera do amor. 

Quem julga, condena; e quem condena, não perdoa. Mas quando temos o prazer de perdoar, começamos a entrar pela porta da felicidade! 

Quem conhece a ciência do perdão, nunca deixa o ofensor sem ajuda ainda que, ao princípio, este auxílio apenas se dê através da prece. 

Quem se deixa levar pela mágoa, acumula energias nocivas à sua volta, assimilando-as e, desse modo, colabora para que essas energias procurem os órgãos físicos mais debilitados do seu corpo e, por sintonia, ali se alojem, provocando doenças e desequilíbrios físicos graves. Quantos tumores, úlceras, polipos, disenterias, alergias, descontroles da pressão arterial, etc. poderiam ser atenuados se quem está doente desse o seu perdão! 

Perdão é sinónimo de felicidade, pela confiança que cresce em quem perdoa na coragem e na fé, na amizade e na fraternidade. 

Trabalhemos para nos limparmos do orgulho e do egoísmo, renovando-nos sempre, tentando aumentar o nosso círculo de amizades através da força do perdão. Se ainda não nos for possível perdoar frente a frente (às vezes o agressor ainda não aceita o perdão), então façamo-lo pelos pensamentos e atitudes, a fim de que o amor possa sair de nós, irradiando para toda a humanidade. 

Perdoar é esquecer as ofensas. E para o espírito ainda ignorante, é um dever. 

Aquele que pela sua elevação moral não se ofende, não precisa de perdoar, porque no  seu coração já não existem as paixões inferiores. 

Se começarmos a pensar na harmonia, se a estudarmos e nela meditarmos, os nossos pensamentos e sentimentos cederão perante a evidência e começaremos a avançar para as manifestações de amor legítimo. E, assim, já não teremos de perdoar, pela simples razão de que não nos ofendemos. 


E, como a inversa também é verdadeira, igualmente não precisaremos de ser perdoados pelos nossos equívocos porque, sob a luz da perseverança e da humildade, estaremos a tentar ofender os outros cada vez menos. 

Juselma Coelho.
EM http://celeirodeluz2.blogspot.com/2011/09/o-perdao-como-terapia.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+BlogEspiritaCeleiroDeLuz+%28Blog+Esp%C3%ADrita+Celeiro+de+Luz%29

AMOR E CARMA


Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o
credor se una ao devedor de si mesmo.
Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão relacionadas com o modo de ser do outro.
O casamento é portal de crescimento, qualquer que seja o passado dos cônjuges.
Ligar-se a alguém é sempre opção de cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica.
Quando o amor está presente numa relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o
indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições.
O amor transcende a matéria da carne renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito.
Os vínculos afetivos entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero.
Os vínculos que firmamos numa encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores.
O verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem.
Casar com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações futuras.
Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.
Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento.
Quem se deixa viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o sofrimento como processo educativo salutar.
Transformar seu carma negativo em positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior.
Só o amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual.
O amor nunca se acaba.
Por mais inconseqüentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece, desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se.
Quando o amor já vem ferido de outras vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais.
Se você se encontra nessa situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união.
É importante fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade.
As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e
a tornar o outro feliz.
Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas circunstâncias.
Se você não mais deseja reencarnar na companhia de determinada pessoa, não a agrida.
Termine a relação sem gerar carma negativo.
Aprenda a conviver, como amigos.
Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser humano sua misericórdia, para diminuir os efeitos das
atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação.
Não espere tempo algum para ajudar alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja
sofrimento para o progresso espiritual dele.
Se possível,diminua aquele sofrimento.
Aprende você e aprende o outro.
Ninguém é dono da vida de ninguém.
A desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se sentem presos na vida a alguém.
Liberte-se libertando o outro da posse excessiva.
Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou piedade.
Verifique suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em
igualdade de condições com seus semelhantes.
Se a vida o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência de seu papel e de sua responsabilidade.
O carma do filho deficiente coloca frente a frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos.
A mãe que se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos outros.
Não guarde mágoa em seu coração.
Não o manche com a tinta negra do ódio.
O verdadeiro amor não se magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução.
Jesus reencarnou sem carma para nos ensinar, através de sua mensagem, como
aprender com nossos equívocos do passado.
* * *
Autor: Adenáuer Novaes
POSTADO EM  http://compreendereevoluir.blogspot.com/2011/09/amor-e-carma.html

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

FEB entrega livro espírita à presidente Dilma Russerf


BRASIL - CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHOA Federação Espírita Brasileira, pelas mãos de seu presidente, Nestor João Masotti, presenteou um livro espírita à Presidente da República, Dilma Russef, por ocasião da visita da Sua Excelência à inauguração da XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro. E o título escolhido não poderia ser outro senão "BRASIL, CORAÇÃO DO MUNDO, PÁTRIA DO EVANGELHO", ditado pelo Espírito Humberto de Campos à Francisco Cândido Xavier  uma obra maravilhosa, que conta a História do Brasil e sua destinação espiritual, conforme a visão do Espírito escritor (saiba mais sobre este livro em nossa Sala de Leitura).
O fato não deixa de ser uma esperança para todos, pois de alguma forma, leia ou não, considere ou não, a representante maior do atual poder público brasileiro teve a oportunidade de ser avisada, digamos assim, das responsabilidades que lhe pesam, à luz do Espiritismo.
Partidarismo à parte, vibremos para que a Presidente tenha a boa intuição de abraçar este presente e retirar dele inspiração para sua empreitada política.
 
em http://espiritismoemmovimento.blogspot.com/

RELIGIÕES E A SATISFAÇÃO DO EGOÍSMO

Dentro do tema da mobilidade religiosa que abordei no texto abaixo, verifica-se a intensa transmigração entre os frequentadores das chamadas igrejas neopentecostais. Cerca de 40% dos fiéis migram "internamente" entre as várias denominações do rebanho. E são as migrações que mais falam de uma característica que não pertence apenas a este seguimento : a crença para satisfazer à si mesmo, para serem beneficiados, sobretudo, em coisas materiais. Esse é um problema de várias denominações, que propagam a fé cristã como elemento de salvação pessoal e não como uma construção de uma consciencia ético - moral, capaz de tornar o fiel um agente de transformação da civilização, pelas atitudes de solidariedade humana, edificando a felicidae pelo que oferta aos outros e à vida e não pelo que pode receber dos céus.

E me parece que aí está a grande distonia entre a cristandade de bilhões de pessoas nos dias presentes e o cristianismo nascente, caracterizado pela consciencia do servir, doar-se em benefício dos outros, auxiliando o próximo para que ele encontre a paz e a feicidade. O altruísmo era o sentimento predominante na justa compreensão da mensagem do Evangelho. Hoje, desejamos ser atendidos em tudo, sem o devido entendimento que é necessário plantar para colher, sobretudo, sem intenção de colheita. Buscamos as religiões para superar desemprego, ficar bom de uma doença, apaziguar o "inferno " que viceja no lar, saber se um relacionamento vai dar certo e por aí vai. Não é de se estranhar tanta gente infeliz nos meios cristãos (e em outras religiões ) exatamente por que fica-se completamente afastado do que ele, o cristianismo, em sua essencia, propaga.

A vida vai trabalhando para que os homens acordem para a religiosidade, elemento fundamental para a saúde integral do ser. E sua prática é o alimento superior à concretização do ser humano feliz e emancipado, caminho apontado pela Boa Nova, nos anos do sopro renovador do cristianismo nascente, hoje abordado pelo espiritismo.
  quinta-feira, 8 de setembro de 2011 RELIGIÕES E A SATISFAÇÃO DO EGOÍSMO 

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Pesquisas recentes realizadas por sociólogos e teólogos e que a revista Istoé publicou em sua edição de 24 de agosto expressam um fenômeno que já há lgum tempo vem ocorrendo mas que intensificou-se nos últimos cinco anos: a mobilidade religiosa, ou seja,cada vez um maior número de pessoas migra para outras denominações religiosas. Alem da já conhecida transferencia de fé de católicos para o ambiente evangélico, dois novos fluxos tem chamado a atenção dos estudiosos. Esses dois fluxos migratórios refletem uma realidade do interior das pessoas que merecem mais acurada observação. Aumenta o número de evangelicos que não frequentam nenhuma das igrejas, semelhantes à muitos católicos que se afirmam como tal mas não frequentam a missa. Nasceram em berço evangélico, se denominam como tal, mas não possuem uma afinidade com qualquer de seus cultos. Há alguns anos isso equivalia à cerca de 0, 25% nas estatísticas e hoje representa algo em torno de 2, 50%, cerca de quatro milhões de fiéis evangélicos sem igreja. O outro fluxo, embora muito incipiente mas consistente, ainda conforme a pesquisa publicada, é a adesão de antigos evangélicos à seguimentos dos cultos afro brasileiros. Segundo ainda o mesmo levantamento, cerca de 35% dos seguidores desse culto já teve experiencia de anos no evangelismo.

Bom, o que poderia ser visto como algo preocupante, na verdade, em meu entender, representa as transformações que hora vivenciamos. É como se o ser humano estivesse insatisfeito com suas buscas espirituais e os depoimentos dos que migraram para outra forma de crença espelham e reforçam este raciocínio. Cada vez mais aumenta o número dos que parecem desejar um caminho de "desinstitucionalização" da própria crença. Ou seja, muitos creem em Deus, sabem que algo existe de transcendente, ainda não encontraram exatamente a resposta, não se veem contemplados com as formas de crença tradicionais e preferem seguir sem religião "formal". Claro que essa é uma fatia dos que tem participado dessa mobilidade. A outra parte tem varioss motivos de migração, como não estar satisfeito na denominação, vazio interior, experiencias pessoais na área da espiritualidade ou questionamento intelectual.

O terreno está aberto. A inquietação interior e a busca de respostas consistentes para os dramas da vida elaboram um caldo de cultura altamente efervescente, provocando novos desafios às várias denominações religiosas que anseiam não só não perder fiéis como desejam conquistar novos adeptos. E onde se insere o espiritismo ?

Primeiro, por não ser uma religião institucionalizada e sim religiosidade acima de formalidades, ainda deverá permanecer com minoria natural nesse processo. Segundo, por voltar seu olhar para a qualidade da fé e ao aperfeiçoamento espiritual dos seres humanos, oferta uma filosofia aberta, abrangente e uma fatia desse fluxo ( mínima ) tem propensão natural a mergulhar em suas águas. É possível que um número talvez triplicado de pessoas passem pelos centros espiritistas, no entanto, como sempre, um número reduzido permanecerá ali, o que não quer dizer que aqueles que se afastam para outros seguimentos não levem a semente do esclarecimento espiritual consigo.

Na verdade, é importante que, com serenidade, as casas espiritas e os vários seguimentos religiosos, se preparem para responder as indagações e inquietações de milhões de almas nos tempos de hoje. O ser humano está em busca de sua identidade, de sua natureza espiritual e a forma de vida puramente material não lhe satisfaz como antes. Pressentem que algo mais deve formar o sentido da vida. Pressentem que o que é sutil faz cada vez mais pressão sobre suas existencias. As religiões serão levadas a depurar-se , a desmaterializar-se, sob risco de de não atender a ânsia da alma. O Espiritismo sabe perfeitamente o que é isso.